sábado, novembro 16, 2013

Avaliação

Devo ser um sinistro reacionário, mas não consigo perceber por que diabo é contestada - a não ser por razões corporativas ou de interesse pessoal - a prova de avaliação dos professores contratados. Tendo em atenção o estado deplorável a que chegou o ensino em Portugal, a mais do que duvidosa credibilidade de muitos dos diplomas emitidos por algumas universidades mixurucas, que disso só têm o nome, parece-me mais do que prudente que quem quiser ser professor seja testado nas suas competências académicas e pedagógicas, antes de ter acesso definitivo a uma carreira onde terá nas suas mãos a educação dos alunos. Num tempo em que o emprego escasseia, o dinheiro público tem de ser gasto com os mais competentes e os mais capazes de garantirem uma sua eficaz utilização. E espero que haja melhores argumentos no combate a esta medida do que o facto dela ser oriunda deste governo.

39 comentários:

Anónimo disse...

subscrevo.

Anónimo disse...

Testado por quem, Senhor Embaixador? Por professores mais antigos que nunca foram testados e que entraram na função pública em pleno PREC, em que os diplomas das Universidades do Estado eram eles também mixurucos? Como fazer?

Anónimo disse...

Pois é mas se calhar muitos docentes vão chumbar a prova e isso seria uma enorme vergonha até lá para fora. Enfim... só neste país.E depois querem ser europeus. O que é preciso é que sejam democratas porque assim sabem ensinar bem.

Anónimo disse...

Meteu-se em boa...
Mas dou uma ajudinha: concordo com a duvidosa credibilidade de licenciaturas, mas não só de professores...
Agora um exame? Então uma classificação curricular não poria a nu essas universidadezecas de vão de escada? Quem se sentisse lesado teria que ter a possibilidade de demonstrar. Não é assim que sempre se fez quando havia transparência?...
antonio pa

Anónimo disse...

Por transparência quero referir especialmente conhecer-se os donos e os profs. dessas univers.
antonio pa

Anónimo disse...

Penso que seria bom também fazer um teste psicotécnico aos docentes para saber se têm as qualidades psiquícas apropriadas para ensinar.

margarida disse...

Em tese, está bem, na prática, é uma maçada e um embaraço. Os comentários anteriores esclarecem.
E sim, também é um sinistro reaccionário.
;)

Anónimo disse...

Uma grande maioria de professores, liderada por um sindicato bem característico do reaccionarismo próprio do PCP, é totalmente avessa a qualquer alteração que mexa com o confortável imobilismo que tanto preza e que possa beliscar minimamente os seus hábitos e vícios criados. A única coisa que parece não preocupá-la é o bem daqueles que são a razão de ser da sua profissão : os alunos e a melhor forma de os ensinar e preparar para a vida.

Anónimo disse...

Estes manifestantes comparados com o numero de manifestantes contra o Sócrates por causa da avaliação, não tem nada a ver.Quem acredita que hoje os profs têm menos razão de queixa face ao anterior governo? Há excepção do Nogueira, como é óbvio.

Anónimo disse...

Não basta abordar assim ao de leve um aspecto do problema. A avaliação serve também ela para o Estado, a parte contratante, deixar de contratar uns tantos candidatos. Muitos daqueles professores já o tinham sido até, depois de terem sido despedidos. Em abstracto, a avaliação não é má ideia, a questão é saber se o processo é honesto. Já os 20 euros de inscrição é vil. O mais grave disto tudo e que me espanta que não seja contestado violentamente é o Estado –no caso, o Ministério da Educação e o seu sinistro responsável – se propôr continuar a canalizar e gastar vários milhões de euros em apoio das escolas do ensino privado, ao que julgo perceber serão quase 150 milhões (inscritos neste OE), mais quase 20 milhões para o tal cheque-ensino!! Ora, o Estado não tem, nem deveria gastar 1 cêntimo que fosse com as escolas privadas. As escolas privadas se querem concorrer com as do Estado que o façam pelos seus próprios meios, tal como qualquer empresa que se inicia e começa a laborar. É aviltante, contrariando até o tal princípio liberal que este governo de cariz ultra-liberal defende. O Estado despede professores, fecha escolas públicas, muitas vezes em locais onde fazem muita falta e não se justificaria, nao as moderniza, deixa-as muitas delas em situação de quase abandono, mas está disposto a investir em muitas escolas privadas, muitas dela ao lado de escolas públicas degradadas. O dinheiro dos contribuintes não deveria em nenhuma circunstância ir parar aos bolsos das escolas privadas. A excelente e esclarecedora reportagem que a jornalista Ana Leal fez outro dia sobre este escândalo merece ser vista e pensada. Não me venham, sabujamente, invocar a liberdade de escolha para quem quer colocar os seus filhos numa ou noutra escola, pública ou privada. Não é isso que está em causa. Quem quer abrir uma escola privada que o faça, mas com o seu dinheiro. Não deve é esperar que o Estado apoie o seu negócio privado. O Estado também não vai colocar dinheiro em empresas privadas que se encontram em dificuldades. A lei do mercado deve funcionar da mesma forma para as escolas privadas. É um negócio como outro qualquer e nesse sentido, cada um (cada escola privada) estará por sua iniciativa e risco, não devendo esperar apoio estatal. E o mesmo se deveria aplicar aos Bancos. Deveriam ser os seus accionistas, que aliás são bem poderosos (são outros bancos, grandes empresas, etc) a tentar salva-los e nunca o Estado com os tais resgates. Está tudo miseravelmente pervertido e em nome do Liberarismo. O que se está a passar é este governo estar a colocar o Estado ao serviço do privado, deixando definhar a relevância da Administração do Estado e a sua independência face ao privado.

Isabel Seixas disse...


"Devo ser um sinistro reacionário"

Sem sombra de Dúvida
"neste contexto, claro"...

Além de que não é professor...

Unknown disse...

O que não é aceitável é que o Estado tenha deixado proliferar as universidades mixurucas e abdicado do seu poder de tutela. É uma burla. Os professores contratados que vão ser sujeitos à prova,que defende, fizeram a sua licenciatura, a formação profissional (estágio pedagógico) e foram declarados como estando habilitados para exercer a sua profissão, exerceram-na e foram sendo objecto de avaliação de desempenho. Agora querem impor-lhes 2 testes para se saber se podem continuar a exercê-la. Não me parece aceitável e não considero sequer que estes 2 testes possam objectivamente separar os bons dos maus.

Anónimo disse...

Creia, Sr. Embaixador, que o estado deplorável do ensino, neste país «à beira mar plantado» apenas numa ínfima parte poderá ser imputado aos professores. Eles são apenas o lado visível, o elo mais fraco, a carne para canhão.
Convido-o a passar um dia na minha escola. Apenas um dia. Basta que dê o seu assentimento, caríssimo Embaixador. Todos os meus dados lhe serão fornecidos. Em privado, naturalmente.

Não, não me faz qualquer sentido ESTA prova. E olhe que já levo 30 anos de profissão. Que escolhi. De que estou profundamente desencantada. E cansada.

Os melhores cumprimentos,

M.E.

Anónimo disse...

Não estou contra a avaliação dos professores na entrada, por principio, mas é só meia questão.

Não seria mais importante avaliar exemplarente as "Universidades mixirucas" e fechar as incompetentes?

outeiro

Anónimo disse...

Porque não fazer um exame periódico a outras profissões, por exemplo,ao pessoal do Corpo Diplomático, com especial incidência nos que tiverem maior tempo de serviço porque naturalmente as suas competências já não correspondem às necessidades do País, face à evolução da sociedade quer ao nível cultural ou tecnológico?

patricio branco disse...

o que se passa com o ensino publico/privado/subsidiado e com os professores do publico, despedidos, admitidos, descartados, de concurso, sei lá que mais, com as escolas e as turmas, etc, pois já não percebo nada
tambem não percebo a oposição a uma avaliação dos professores, ou se a avaliação é séria ou se só serve para despachar mais uns tantos...mas o principio das avaliações profissionais para exercer parece bom, sem duvidas.
por outro lado o dialogo e as negociações entre governo e sindicatos, outros parceiros, parece cada vez mais um dialogo entre uns que falam e os outros que são surdos, perdeu se a capacidade de negociar, definitivamente, e de fazer acordos, e aí o governo tem muitas culpas no cartório, negociar é cada vez mais um pró forma, uma fantochada, portanto uma hipocrisia...

Anónimo disse...

É sempre mais importante fazer outra coisa qualquer, de modo a que aquela de que se fala fique na mesma...

Anónimo disse...

Caro anónimo das 11.14, os diplomatas já são avaliados regularmente, até para poderem progredirem na carreira. O que nós fizemos – somos uns artistas de 1ª - foi pegar numa “coisa” chamada mérito e utiliza-la para justificar umas tantas promoções. No mérito cabem os que passam pelos gabinetes governamentais, são os eleitos - e os que são amigos, protegidos, ou outros “idos” do júri, ou do Conselho Diplomático. Para emprestar um carácter sério ás promoções fabricam-se umas “grelhas” com determinada pontuação em função das actividades desempenhadas pelos candidatos. Uma coisa com “fotografia”, não sei se me faço entender. Embora haja variações para quem concorre a Conselheiro, ou mais tarde, a Ministro Plenipotenciário, mais coisa, menos coisa, à partida a lista dos eventuais promovíveis é quase sempre previsível. Já se sabe que quem, por exemplo está, ou esteve na Presidência da República é promovido, o mesmo se está, ou esteve no Gab do PM, ou de um qualquer Ministro ou mesmo um Sec. Est (a não ser, no caso de um Sec. Est insignificante – sucedeu recentemente, pois a pobre que já lá estava há uns 2 anos e meio a ter de aturar aquela medícre criatura do Sec.Est, não conseguindo ser promovida resolveu deixar o dito Gab – compreensível), ou no Gab do Secretário-Geral, ou do Director-Político ou outro D-G, sobretudo se ocupando um lugar de relevo (Sub-DG, para Ministro Plenipotenciário, Dir.Serv. para Conselheiro, etc). Como a antiguidade não conta nada – um funcionário com 6 anos de Conselheiro e cerca de 12 anos de carreira, mas estando num Gabinete bate sem apelo nem agravo um mais antigo, com 10 ou 12 de Conselheiro e uns 18 ou 20 ou mais de carreira. É assim. Mérito do jovem turco que soube obter os apoios políticos e pessoais, mesmo sem grande experiência profissional, desmérito do outro mais antigo que apenas se limitou a “dar ao litro honesta e dedicadamente”. Não chega! O MNE politizou-se, fulanizou-se, está cheio de muitos “méritos” da treta e as Hierarquias e Tutelas nada fazem, nem farão nunca para devolver seriedade ás promoções. Porque lhes convém este tipo de processos. A antiguidade não se manipula, mérito é fácil. Recorde-se que Relvas também chegou a Ministro por mérito. Ora bem! No MNE, houve em tempos, quem sugerisse que se doseasse a coisa, parte mérito, parte antiguidade, mas não resultou. Estragava muito arranjinho. Os professores ao menos protestam, os diplomatas não. Ás vezes lá colocam uns processos no STA, mas são logo considerados proscritos. E nunca mais são promovidos! Pôr um processo administrativo ao MNE, para muita gente da Hierarquia é considerado “crime”. Ainda se vive com um pé no 24 de Abril. No MNE quem é diplomata aprende a viver dentro do sistema, ou seja, do tráfico de influências para obter Postos bons, chefias e promoções. Quem não está para isso, fica a meio caminha da sua carreira. Depois da pólvora, julgo que o conceito do mérito no MNE foi a segunda maior invenção de todos os tempos. Dá pano para mangas! É que, como já sou “velho” e estive em alguns desses processos e escolhas (sobretudo para o escalão superior), deu para ver como aquilo funciona. Quanto aos professores (do público), têm muita dignidade. Embora o Crato não lhes reconheça essa qualidade. Só aos do privado. Por isso lhes enche os bolsos com os tais milhões que outro comentador aqui referiu. Hoje resolvi sair da “casca”. Apeteceu-me. Você publicará, ou não, está no seu direito. Continuarei a ler o que escreve, mesmo se me censurar. Porque gosto de ler o que as pessoas inteligentes escrevem.
a)Rilvas


Isabel Seixas disse...


"credibilidade de muitos dos diplomas emitidos por algumas universidades" In FSC

No desenvolvimento da Lei n.º 38/2007, de 16 de agosto, que aprova o novo regime jurídico da qualidade do ensino superior, através do Decreto-Lei n.º 369/2007, de 5 de novembro,

é instituída pelo Estado Português a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES),

que tem como fins a avaliação e a acreditação das instituições de ensino superior e dos seus ciclos de estudos,

bem como o desempenho das funções inerentes à inserção de Portugal no sistema europeu de garantia da qualidade do ensino superior.


São requisitos gerais para a acreditação de um ciclo de estudos:
- Um projecto educativo, científico e cultural próprio, adequado aos objectivos fixados para esse ciclo de estudos;

- Um corpo docente próprio, qualificado na área em causa, e adequado em número;

- Os recursos humanos e materiais indispensáveis para garantir o nível e a qualidade da formação, designadamente espaços lectivos, equipamentos, bibliotecas e laboratórios adequados.

Avaliação de ciclos de estudos.

Áreas de avaliação em 2012-2016

Após realização dos processos de acreditação prévia e acreditação preliminar de todos os ciclos existentes no sistema de ensino superior português até 2011,

vai-se concretizar a avaliação dos mesmos entre 2012 e 2016 com vista à decisão mais fundamentada sobre a sua acreditação.

Anónimo disse...

«Tendo em atenção o estado deplorável a que chegou o ensino em Portugal, a mais do que duvidosa credibilidade de muitos dos diplomas emitidos por algumas universidades mixurucas, que disso só têm o nome, parece-me mais do que prudente que...»

- Ressalto: 'mixurucas' e 'prudente'.

- Sugiro: verificação da procedência universitária dos que hoje governam Portugal.

- Concluo: pois....



Anónimo disse...

Se o exame é o processo para avaliar as capacidades dos profissionais após a licenciatura, o que me parece muito estranho, não é admissível, no entanto, que a prova seja feita pelo ME e não seja encomendada a universidades credíveis...
O ME não dá garantias de qualidade aceitáveis (tal como os exames nas Ordens) face a estas instituições. Há aqui muita coisa com mau odor... (E os que copiarem sem serem descobertos são ótimos também?)...
antonio pa

Francisco Seixas da Costa disse...

Este é um espaço livre. Desde logo, para mim, que por aqui digo o que me apetece, muitas vezes (eu diria, cada vez mais) correndo o risco de desagradar a amigos e conhecidos. E assinando sempre o que escrevo. Posso estar enganado, pelo que estimulo o contraditório inteligente.
Quando entrei para a minha (antiga) profissão, o Estado exigiu (e muito bem) que eu fizesse provas, muito para além do "canudo" que trazia. Éramos largas centenas, fomos escolhidos muito poucos. Nunca consegui entender como se pode ser professor no ensino público sem se fazer uma prova de aferição de conhecimentos profissionais e capacidade educativa.

Anónimo disse...

Deviam verificar primeiro as "universidades mixurucas" frequentadas por alguns "jovens políticos-jotas do passado recente e actual e já agora acabar com os créditos-obtidos-através-da-experiência-política, de alguns que se conhecem!

Um país em que actualmente se entra na Universidade sem conseguir exprimir um ideia um acontecimento em português, é porque o ME e os sindicatos andaram a tratar da respectiva "vidinha" e não a ensinar quem precisa !

Acertou no seu comentário!

Alexandre


Anónimo disse...

A questão colocada pelo Senhor Embaixador nada tem que ver com a chamada liberdade de ensino, a qual, segundo o Primeiro Protocolo à Convenção dos Direitos do Homem, significa o Estado "garantir o acesso em condições de igualdade aos centros educativos, independentemente de os centros serem públicos ou não". Problema esse que, em meu pretender, não se discute com meia dúzia de frases feitas, mais ou menos demagógicas, pondo em despique a escola pública e a escola privada, como li em alguns comentários a este "post".
O Senhor Embaixador refere-se, isso sim, à contestação à iniciativa de avaliar os professores, contestação essa que, para mim, resulta de uma característica crescente no mundo de hoje, entre os adultos, que é a excessiva valorização do indivíduo e dos direitos individuais em detrimento dos deveres sociais.
Hoje já não se diz, como antigamente, que "a medicina é um sacerdócio", porque ela é encarada principalmente com uma profissão, em que os direitos do médico prevalecem sobre os direitos do paciente. O mesmo se dirá do professorado. Ou da enfermagem.
A minha experiência pessoal como doente pôde verificar essa diferença de perspectiva em duas ocasiões: uma, em Lisboa, num dos melhores hospitais da cidade, em que estive internado, ser atendido às 16 horas por uma enfermeira era uma utopia, porque o turno que saía àquela hora ia dez minutos antes arranjar-se para bater o ponto dentro daquele horário, já vestido "à civil", enquanto o turno que entrava, batia o ponto à mesmíssima hora, só aparecendo fardado e disponível para entrar em funções uns dez minutos depois. Ou seja, havia mais de um quarto de hora em que o doente estava entregue ao deus-dará.
Já em Madrid, num hospital servido por freiras, a sua disponibilidade era total, a todas as horas do dia e da noite, porque para elas não se tratava de uma profissão mas de um serviço incondicional aos outros.
Poder-se-á ainda pedir a médicos, professores, enfermeiros e equiparados que encarem as suas vidas profissionais nessa perspectiva?
Quero pensar que sim, no futuro próximo. Porque, em contraste com essa visão egoísta e egocentrista, a juventude de hoje está a dar-nos, em todo o mundo, exemplos de solidariedade, de disponibilidade, de entrega aos outros num grau crescente, sem cuidar da retribuição para além das necessidades mínimas para a sua sobrevivência. São milhares os que hoje estão em África a trabalhar nessas condições. E só resta esperar que, uma vez regressados aos seus países de origem, mantenham um pouco desse espírito de dávida que os levou a partir para longes terras ao serviço dos mais carecidos em saúde e educação.
Leão do Amaral

Anónimo disse...

Cara Isabel Seixas
Caro Alcipe

A pedido da nossa 'velha senhora', permito-me chamar-lhes a atenção para uma rimalhice sua, hoje publicada como comentário na entrada 'A diplomacia segundo Álvaro Cunhal, já do dia 12.

Sobre o assunto da presente entrada, 'Avaliação', a senhora também tem opinião:

meu voto é este:
quem sabe e ama
quem tem bitola
profissional

não teme teste
seja na cama
seja na escola
ou no hospital

Isabel Seixas disse...

Sem dúvida um debate interessante que levanta a questão da necessidade constante de relembrar aos profissionais a sua missão e o exercício honesto do seu conteúdo profissional cumprindo o mandato social que se espera...

A questão das provas de acesso à profissão incluindo a submissão dos candidatos a modelos de desenvolvimento profissional, é sem dúvida não só prorrogar o curso, no mesmo contexto, adiando mais uma vez a responsabilidade da autonomia além da necessidade de as ordens que regulam as profissões se auto assumirem como escolas, não só para aumentarem o protagonismo como para justificar a razão da sua existência deixando um sinal de desconfiança do ensino ministrado nas faculdades.

Acredito nos períodos de integração à profissão com supervisão pedagógica dos profissionais mais habilitados e a durabilidade adequada ao ritmo de aprendizagem/integração do recém cursado.


As nossas experiências pessoais não ilustram de forma alguma a realidade global mas sim quando muito uma parcela da realidade, tão diminuta às vezes, que nem assume qualquer significado estatístico muito menos cariz de generalização.

Não acredito em disponibilidade total,(embora ame de cabeça e coração Madre Teresa de Calcutá) sabendo que os cuidadores também são pessoas, com as suas necessidades de descanso, de catarse, e de regeneração de forças para enfrentar a adversidade principalmente a gerada pela doença.

Admiro também como o comentador Leão do Amaral profissionais empenhados, não obrigatoriamente missionários, de preferência altruístas,mas, em todas as profissões...
É só a minha opinião, vale o que vale...

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Isabel Seixas : a escola é uma coisa, a profissão é outra.

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Margarida: o seu argumento de ser "uma maçada e um embaraço" só me dá razão. É isso mesmo: é uma chatice e até pode dar-se o caso de se fracassar. Olha que aborrecimento! Quem não deve, não teme. Só se preocupa com a avaliação quem a teme. E quem a teme, por alguma razão será, ou não?

Isabel Seixas disse...

Eu sei senhor embaixador,acredite que sei, como sei que os profissionais são avaliados pelos seus pares e pelos seus utentes, avaliados e classificados pelos seus superiores hierárquicos no seu desempenho...

Também acho os momentos de avaliação excelentes momentos de aprendizagem,e de crescimento profissional além da melhor forma de validar conhecimento e certificar competências, quando o processo é justo/honesto/transparente...



Anónimo disse...

Ex.mo Senhor, com a devida vénia, gostaria de lhe relembrar

«ne supra crepidam sutor iudicet».

Saúde.

P.de Ascensão

Anónimo disse...

Cara Isabel Seixas e caro Alcipe:
A pedido da 'velha senhora', chamo-lhes a atenção para uma última rimalhice sua, ontem publicada na entrada 'A diplomacia segundo Álvaro Cunhal', já do dia 12.
Sobre o assunto da presente entrada, 'Avaliação', a senhora - médica reformada, como é sabido - tem opinião firme:

meu voto é este:
quem sabe e ama
quem tem bitola
profissional

não teme teste
seja na cama
seja na escola
ou no hospital

Anónimo disse...

Os professores já são testados antes de saírem das faculdades porque têm que fazer estágios. Se passarem nos estágios, estão aptos. Se não confiarmos nos seus estabelecimentos de ensino temos que os fechar e não obrigar os professores a mais testes.

No fundo, este teste só servirá para excluir mais uns milhares de professores do sistema de ensino, o que é muito conveniente nesta altura, e é também mais uma fonte de rendimento (cerca de 20€ por teste).

Este país só nos dá aborrecimentos......

Anónimo disse...

Caro Sr. Embaixador, perdoe-me mais um comentário, não gosto nada de insistir, mas, com todo o respeito, há na sua afirmação uma total confusão, no meu entendimento.
A escola não deveria profissionalizar? Um licenciado (verdadeiro) não deveria ser um profissional de corpo inteiro?
Quando se diz que algo está licenciado (bem licenciado), não significa que se encontra apto para desenvolver uma atividade ou exercer uma profissão (sapateiro, serralheiro, professor, médico…)?
Não sei se haverá licenciatura em diplomacia. Não virá daí a confusão?
antonio pa

Anónimo disse...

Eis um problema que afinal vai deixar de o ser e a "coisa" até era bem simples de resolver: se o "estado deplorável do ensino" é devido a uma cambada incompetente de professores, aí vem a prova mágica para separar o trigo do joio. Não tarda, e teremos um ensino de excelência. Pois, pois...

Anónimo disse...

O número de comentários já permite tirar uma conclusão interessante. Eu também me permito fazer o meu.
Desde 1974 que não me recordo de nenhuma política de educação ou de algum ministro que não tenham merecido forte contestação.
O ensino está na lástima que todos conhecemos, e os professores não se acham minimamente responsáveis. Aliás, creio mesmo que será a única classe profissional (se assim a podemos designar) onde não há incompetentes, apesar de se tratar de uma actividade para onde entraram e continuam a entrar licenciados sem fazer qualquer exame de entrada, testes de aptidão, de conhecimentos, etc. Parece que todos nascemos com aptidão para a docência. Basta um curso superior e pronto! Se houver vaga passa logo a professor e competente. Houve até uma altura em que era comum ouvir-se: “É pá, não consegui emprego, vou ver se consigo dar umas aulitas”. Todos nos lembramos disto.
Todos os funcionários públicos são avaliados anualmente. E quem conhece o execrável sistema de avaliação, denominada SIADAP, percebe bem do que falo. Eu disse todos, mas não são todos. Os professores não! A avaliação deles é especial. Eles são especiais.
Eu acho que os professores, aqueles que fazem mesmo parte dessa classe profissional, deviam exigir essa avaliação, para separar o trigo do joio. Porque no meio de tudo isto há gente muito competente, muito profissional e com uma enorme vocação e dedicação à causa. É esses que devemos salvar e proteger. São esses que devemos evitar que sejam carne para canhão de manobras e interesses políticos para os quais a qualidade do ensino e as nossas crianças não chega, sequer, a ser prioridade.
Parabéns pela coragem do seu post.

JR

margarida disse...

Excelência, o meu argumento de ser "uma maçada e um embaraço" só pretendia dar-lhe razão.
Também concordo com o comentário de JR.
Recordo apenas a odisseia dos professores, que mais parecem caixeiros viajantes e vivem num perpétuo movimento de migrações anuais a culminar outras angústias da profissão. Não existirá forma de terminar com esta saga?
(já havia escrito mais ou menos isto anteriormente, mas houve um erro qualquer; se aparecerem ambos, suprima este por gentileza; obrigada)

Anónimo disse...

Parafraseando Isabel Seixas: é, sim, um "sinistro reaccionário" neste contexto. Basta ver o modo como há tempos falou da greve dos professores - nunca vi neste blogue qualquer ataque ao direito à greve de outros profissionais - e o modo como faz tábua rasa de informações que lhe foram prestadas em comentários a este "post", nomeadamente por Isabel Seixas, quanto ao modo de como se "faz" um professor. O "canudo" de um professor, repito, engloba um estágio integrado, de um ano lectivo composto por componente científica e pedagógica, regido e avaliado por dois professores supervisores, um da universidade que o aluno frequenta e outro da escola em que está a faze o estágio. Creio que não vale a pena continuar, porque o Senhor Embaixador, que tão bem lê e escreve, não quer saber. Tenho pena, porque sou fã deste blogue (e consequentemente do seu autor) inteligente, culto, interessante, divertido... mas, no melhor pano cai a nódoa, obtuso quando a "matéria" é o descalabro" do ensino/professores. Há, de facto, muito a melhorar no ensino, há bons e maus professores, exactamente na mesma proporção das outras actividades profissionais, mas a maioria dos críticos de serviço não faz a mínima ideia do que é uma escola pública, nos tempos actuais. Sim, fui professora durante trinta e oito anos!

Anónimo disse...

Cumprimentos. Respeitosos.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/nao-farei-qualquer-exame-retroactivo-1613548

Anónimo disse...

Interessantes , e pertinentes, reflexões de Helena Damião no blogue

http://dererummundi.blogspot.pt/

«espelho meu» 1 e 2

Fora da História

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