sábado, novembro 02, 2013

Gérard de Villiers (1929-2013)

Morreu Gérard de Villiers. Durante anos, usei os seus livros para "antecipar" a visita a alguns países mais bizarros, onde ele ia situando as façanhas do seu herói intemporal, o agente da CIA e príncipe austríaco Malko Linge, denominado SAS (Sua Alteza Serenísima). 

aqui falei do seu curioso livro sobre a Lisboa revolucionária de 1975. Em Angola, recordo-me de ter lido, divertido, as descrições dos salões do Hotel Trópico (onde vivi quatro meses) nas páginas de um "thriller" sobre a guerra civil local onde, como era seu hábito, sempre havia muita violência e sexo. Villiers estava longe de ser um grande romancista, mesmo dentro do seu próprio género. Era um "autor de aeroporto", ligeiro, que combinava uma sugestiva realidade física dos locais - que fazia questão de visitar pessoalmente - com tramas algo maniqueístas, de onde ressaltava o seu profundo anti-comunismo e, mais recentemente, a sua atitude anti-islâmica. Honra lhe seja que sempre assumiu tudo isso com garbo e sentido de mercado.

Não sei se recomende, ou talvez o faça apenas pela curiosidade que representa, o seu livro sobre a Guiné-Bissau, intitulado "Féroce Guinée", centrado nos militares e no tráfico de droga (Villiers trabalhava com a realidade...), como habitualmente com belas mulheres à mistura, de que as capas dos volumes sempre destacavam as qualidades mais salientes. 

3 comentários:

Anónimo disse...

Gérard de Villiers era tudo o que o Senhor Embaixador escreve mas era consultado pelos serviços secretos de todo o mundo por estar sempre muitissimo bem informado. Sugiro a leitura de um interessante artigo do NY Times, disponível na Net e publicado a 30 de Janeiro último. Basta procurar no Google" Gérard de Villiers NYT".

Isabel Seixas disse...

É, para além dos livros ficam horizontes imaginários à medida de cada um.
É uma boa herança

ARD disse...

Ainda há dias tive nas mãos "Les Pendus de Baghdade" que li cuidadosamente antes de partir para o meu primeiro posto.
A satânica malvadez de Saddam Hussein já não era novidade para mim!

Agostinho Jardim Gonçalves

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