segunda-feira, novembro 18, 2013

Rui Tavares

Ao fazer a apresentação de Rui Tavares, no debate que com ele tive em setembro na Culturgest, referi a possibilidade, que já então corria, do deputado europeu, eleito nas listas do Bloco de Esquerda, poder vir a criar um novo partido. A hipótese confirmou-se agora. Rui Tavares vai ser a figura de proa do LIVRE (parece que em maiúsculas), uma nova formação que procurará "pescar" em águas políticas próximas da ala esquerda do PS e dos votantes do Bloco que se sentem desiludidos com o atual estado de coisas naquela que já foi a grande novidade na política portuguesa. 

Com exceção desse mesmo Bloco, as aventuras partidárias fora dos "quatro magníficos" não têm tido um grande sucesso, continuando eu surpreendido com o facto de por cá não ter ainda não ter surgido um partido na "direita da direita" - já não sei bem se à direita do CDS ou do PSD. "Na esquerda da esquerda", com o PCP em crescendo e com o evidente declínio do Bloco, o LIVRE terá o seu teste nas eleições europeias de 2014. O surgimento deste partido é uma má notícia para o PS e não terá sido por acaso que os socialistas terão tentado, sem êxito, "cooptar" Tavares. 

Uma nota final sobre a pretendida ideologia ecológica do novo partido. Veremos se é desta que em Portugal é criado um verdadeiro partido ecologista, corrente que tem vindo a ser ridiculamente "representada" por esse eco estridente dos comunistas que dá pelo nome de "Os Verdes".

17 comentários:

patricio branco disse...

pena não haver por aqui um verdadeiro partido ecologista verde como p ex na alemanha onde tem peso conta e entrou em governos a sério. mas fala se em portugal cada vez menos de politica ecologica talvez por não contribuir muito para os impostos.
o novo partido se vai tirar votos será ao be já muito debilitado e não se sabendo qual na pratica a utilidade do partido que surge cada vez mais teorico-retorica, mau para eles que não souberam ou quiseram estender o campo de acção.
não auguro muito sucesso a medio prazo para o livre, maximo dividirá com o be um espaço que já é pequeno.
um novo partido na área do ps que atingisse tambem o psd fazia nos falta, sobretudo agora, enfim, muitos eleitores quererão votar mas não sabem na verdade em quem, os partidos existentes estão velhos, decrepitos, viciados, não são crediveis, etc
o aparecimento do novo livre deixa me totalmente indiferente pois não vai adiantar nada ao esquema...

opjj disse...

Caríssimo, não partilho da sua "premonição" isto não vai passar de foguetório. Alguém conhece a personagem Rui Tavares sem ser nos metederos políticos? Pode até ser boa pessoa, mas para retórica já temos de sobra.

Cumprimentos

Paulo Abreu e Lima disse...

O MES, habilmente resgatado, teria pelo menos melhor histórico...

Anónimo disse...

Essa de dizer que o CDS poderá estar menos à direita que o PSD não é nova...O Dr. Soares já tentou pôr isso em prática nos anos setenta e só durou seis meses. Quererá o Senhor Embaixador seguir o mesmo caminho que o falecido Dr. Sá Machado e finalmente ser o MNE que todos desejamos? Olhe que só é recordado no MNE pela falta de vontade de decidir e nem teve um voto quando se candidatou à UNESCO uns anos depois. Desejo-lhe melhor sorte!

Carlos Fonseca disse...

Posso estar mais uma vez enganado (as minhas raras apostas no Euromilhões nunca dão nada), mas julgo que o LIVRE vai ter uma vida efémera.

Isto, se chegar a nascer.

Defreitas disse...

Os partidos políticos sofrem de desidratação ideológica avançada do ponto de vista das ideias. Estão todos secos. tão secos que muitos cidadãos questionam se ainda servem para qualquer coisa. Na televisão o espectáculo é deprimente. Aparece lá de tudo : ambiciosos, gente sem escrúpulos e mesmo trafulhas. Todo este espectáculo accentua a superficialidade dos debates politiqueiros que não servem para nada. As posturas , os egos, importam mais que as convicções.
A preocupação de responder a todos os clientes , de não deixar ninguém de fora, é patente nos debates . Aliás basta ver o "catálogo" de "serviços" dos partidos para se convencer.
Em França há actualmente um partido que bate todos os recordes : O " Front Gauche "!

Que se posiciona assim :

Front de gauche
FG Gauche antilibérale

Communisme,
Marxisme,
Écologisme,
Féminisme,
Socialisme démocratique,
Écologie politique,
Républicanisme,
Anticapitalisme,
Socialisme,
Internationalisme,
Antilibéralisme,
Altermondialisme,
Républicanisme,
Marxisme-léninisme,
Révolutionnaire,
Collectivisme,
Écosocialisme,
Autogestion,
Progressisme,
Laïcisme,
Humanisme.

Os "clientes" encontram aqui tudo o que procuram, excepto o "liberalismo" , que não se vende bem nestes tempos de crise!
Mas também existe um outro partido que se vende bem neste momento : Reivindica 1/4 do mercado!

Ele é contra tudo o que existe, pretende ser socialista, mas "nacional", adora os bailes de Munique, prefere um tipo rácico loiro, grande, esbelto e com um cérebro vazio.

O problema é que ele tem as características de Atila : " Lá onde ele passa nem as ervas daninhas crescem".

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Anónimo das 16:13: olhando para a prática política de ambos os partidos, às vezes a dúvida assoma. Mas admito que possa ser de olhar as coisas do outro lado. Quanto a mim, deixe-me descansado, entre a escrita leve e a dar conselhos a quem os pede. O resto - essas aventuras que fantasia - é para a geração que segue à minha, que já é tempo de começar a trabalhar melhor do que tem feito...

Anónimo disse...

Pois é !

"A geração que segue á minha"( que é a minha) já está desfocada com a realidade (não falando do passado) através das imagens dos tabletes que
pululam em mãos sempre sequiosas de imagens.
95% dos casos os utilizadores não raciocinam sobre o que ela representa: o passado e o presente, mas sim a "necessidade"-de-não-perder-nenhum-instante-do-"mundo"-próximo ou distante !

Em Portugal, pela falta real de educação global/universalista, temos imensos aprendizes do tipo "corta-cola-ideias".

Uma certeza: sem criação produtiva de valor permanente e compromissos sério, nunca teremos sociedade !

Alexandre

patricio branco disse...

um pc reformado, maquilhado, continuando com alguns dos actuais principios mas tambem introduzindo umas novidades programaticas e de estilo, decidido a ir mais alem do parlamento, cgtp e manifestações, seria talvez o que tivesse mais possibilidades de engrossar neste momento...
o pci italiano depois de se reformar a seguir à queda da urss teve sucessos como primeiro ministro (d'alema)e pr republica (scalfaro)etc
sim, um pc que se reformasse, renovasse, o que é dificil pois não quer isso...
mas o partido livre vai ser um fiasco, ai isso vai...

Anónimo disse...

Isto tá cada x + bonito em Portugal. Assim vamos ficando como se ficou em 1581.... sem garra para pensarmos o que fazer. Mas como está não pode continuar.

Anónimo disse...

A direita irá agradecer, sempre são mais uns poucos de votos dispersos, de uma pessoa que ninguém conhecia até chegar a deputado europeu e que no futuro, como sobrevivência na vida política, irá cair no centralão, neste caso do lado dos rosas (é o habitual). JPS

Anónimo disse...

Há muito que desejo um novo partido de esquerda que seja, mais do que a tentativa de juntar tantos descontentes do PS e do PCP, uma ponte entre uns e outros.
Já foi tentado (no papel) e não conseguido (coisas da vida e da morte).
Gosto do Rui tavares. Homem culto, que faz perguntas incómodas,com coragem e que, para além do que dele se conhece publicamente, patrocinou diversas iniciativas muito meritórias.
Recusou o PS, diz-se. Pior para o PS.
Penso, no entanto, que este partido saberá dialogar com o PS, sem "tacitismos" como diria o Rui Tavares.
O mesmo, com menos certeza, para o PCP.
Sobre o Bloco: poderá ser a machadada final, num partido que muito prometeu, mas não conseguiu ir além das intenções, cedo enredado em questiúculas internas.
Sobre o Partido LIVRE: espero que resista aos rótulos. Desconfio muito de partidos ecologistas, assim como feministas e por aí adiante.

Anónimo disse...

Quando é que nos deixamos de jogos de partidarites e começamos a atuar?

Força, violência, luta, e nada de anestesiantes.

Já chega.

Silva.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Silva: onde? A que horas? Venham mais cinco? O Buiça alinha? E o "Dente d'Oiro"
Assinado: Costa

Anónimo disse...

Com o Bloco bicéfalo e o PS entregue ao Seguro, o Livre poderá vir obter uma estrondosa votação: 3%.
Briquem, briquem e ainda vamos ter dificuldade em ver-nos Livres desta extrema-direita, CDS/PSD.

Anónimo disse...

Que seja um partido verde. No espectro partidário pátrio, nesse campo, só há melancias.

N381111

Anónimo disse...

Atrevo-me a admitir que, desde a sua fundação, o CDS não é o partido mais à direita dos que sobraram após a razia que o PREC fez eliminando vários da direita pura à extrema direita.
O CDS não é um partido socialista e por isso recusou aprovar a Constituição que apontava para uma via para o socialismo (que não era a social-democracia) mas é um partido que na sua matriz fundacional tinha uma forte preocupação de justiça social, na linha da doutrina social da Igreja.
Já o PSD sempre foi uma espécie de albergue espanhol onde tudo cabia e cabe, desde uma aproximação aos partidos socialistas europeus, a cuja família pretendeu pertencer sem o conseguir, até às tendências ultra-liberais, como estamos a verificar.
Por isso, a meu ver tem todo o sentido a dúvida levantada pelo Senhor Embaixador quanto a situar ideologicamente os dois partidos da coligação.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...