segunda-feira, novembro 11, 2013

Adversativos

Há uns anos, ao tempo de outro governo, falei por aqui do "jornalismo adversativo", isto é, da obsessiva tendência da imprensa para não referir algo de positivo sem, de imediato, o fazer seguir de um "mas", introduzindo elementos negativos, como que a "compensar" as notícias favoráveis.

Nos últimos dois dias, foi curioso ver o esforço de muitos para desvalorizar ou relativizar o significado da quebra da taxa de desemprego e o facto dos juros no mercado secundário da nossa dívida pública a 10 anos terem recuado dos 7%.

Deve ser defeito meu, mas não gosto da política feita deste modo.

13 comentários:

Anónimo disse...

As notícias são cada vez melhores mas a situação está cada vez pior. Não será assim?

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Anónimo das 12.28: claro que as coisas estão mal, muito mal mesmo, mas isso não retira validade aos factos.

Anónimo disse...

E quando as notícias são do tipo "Só há um português candidato a melhor futebolista do mundo" :)

Alcipe disse...

Tambem nao e preciso negar a realidade para afastar o sectarismo, caro Francisco, e nenhuma plataforma seria se faz a partir de ilusões.

a) Alcipe

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Alcipe: reveja o link para a primeira vez que falei do "jornalismo adversativo". Nos comentários, não vejo nenhum seu a protestar. É porque eram "outros tempos"?

Alcipe disse...

Eu nem sempre comento o blog do meu querido amigo. Mas quando o faco, faço-o com imenso gosto.

a) Alcipe

Defreitas disse...

A explicação que tem sido apontada para estes números é a saída de população para o estrangeiro (emigração). O INE estima que Portugal perdeu 105 mil pessoas face ao mesmo trimestre de 2012.
Se é esta a explicação, não há razão para deitar foguetes, Senhor Embaixador.

O terceiro trimestre do ano engloba os meses de Julho, Agosto e Setembro, pelo que agrega o período de Verão.

O Algarve, região dominada pelo turismo balnear, foi, a par da Madeira, a região com quedas mais expressivas do desemprego. Muitos daqueles que encontraram emprego neste período, vão voltar para o desemprego. Foi o turismo que os salvou.

Os Açores foram a única região em que o número de pessoas em idade activa sem trabalho. Porque é menos turística ?

O próprio governo de Passos Coelho não tem ilusões, que continua a apontar para uma subida do desemprego para o próximo ano, eventualmente a 17,8% !

Mesmo se devemos ser positivos, não há duvida nenhuma que enquanto o investimento não retomar, o desemprego restara o flagelo. Como em França.

Mas no fundo , também é verdade que certos jornalistas não podem sofrer que " as coisas " pareçam ir melhor . Que aquilo que esperam? Dos dois lados da barreira ideológica esse jornalismo existe. Uma espécie de "negativismo" inveterado !

André disse...

Infelizmente não são "boas noticias", mas sim meros nacos de propaganda.
A miséria, essa, é imparável...

Anónimo disse...

Se há coisa que este governo não se pode queixar é de ter má imprensa!

João disse...

Caro Embaixador, o que retira a validade aos factos são os restantes dados da equação que foram desonestamente e ostensivamente omitidos. Uma caricatura seria isto: "Meus caros tenho uma boa noticia para vos dar - a família morreu toda mas o avô ainda está vivo. Façamos uma festa!

Anónimo disse...

Caro Senhor Francisco Seixas da Costa, eu que sou faccioso, ao contrário de si, penso que se deve mesmo desvalorizar esta descida do desemprego. Sobre os juros, é igual ao litro: já se devia ter feito qualquer coisa, qualquer irá ser feita, e estas décimas fundamentais entrarão no acerto de contas final, para mais ou para menos.
Mas o desemprego, é coisa mais fina. Presumo que nunca tenha estado num Centro de Emprego (curioso eufemismo). Na verdade, depois da inscrição recebemos algum dinheiro e algumas obrigações. Depois, já não recebemos o dinheiro, mas continuam a chegar uns cartões (há uns anos era assim) a inquirir se continuamos interessados em manter a inscrição. De início lá vamos respondendo. Depois, rasgamos a carta. Em períodos como este, muitas cartas foram sendo rasgadas.
Os tios e primos já andam pela Europa ou por África em busca de melhor vida (chamaram-lhe sair da zona de conforto - fixe).
Outros, talvez a maioria, não têm coragem ou ânimo, e vão-se deixando ficar.
É por isso que sou faccioso: a esquerda diz que diminuiu o emprego, a direita que diminuiu o desemprego. Ficaria mais feliz se a esquerda dissesse: aumentou o desemprego e a direita: aumentou o emprego. (valeria como sinal, desprezando os sintomas, tão facciosos como eu).

Anónimo disse...

A opinião da 'velha senhora':

francisco ou antes alcipe?
balança o meu coração.
é mal que lhes participe
que são mesmo um apetite?
ambos o são!

alcipe afirma o real
não quer partir de ilusão
a sério se vê quão mal
lixaram já portugual
e tem razão

francisco? antes alcipe
é jovem inda sem gripe

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...