quarta-feira, novembro 13, 2013

Aos papéis

O país era ainda jovem, o diplomata que o representava naquela reunião internacional também o era. Tinha, além disso, muito pouca experiência e era visível o nervosismo com que intervinha, de forma hesitante, no inglês de regra. O seu embaraço de novato era seguido, com simpatia, por colegas de outras delegações, que ansiavam, para seu bem, vê-lo terminar a intervenção, que se prolongava para além do razoável, naquela conhecida sina de quem não consegue descobrir um final condigno.

A certo passo, querendo referir-se a uma "folha de papel", a precipitação fê-lo trocar a expressão "sheet of paper" pelo seu inverso - "paper of sheet" - tendo a última palavra da expressão soado como uma sua homófona. A sala caiu em gargalhadas. Acontece...

5 comentários:

Anónimo disse...

Quem sabe se, no fundo, ele não tinha razão?Quantas vezes nessas reuniões se discutem "papers" ou "non papers" que não valem nada!

Anónimo disse...

Um post onde ecoam reminiscências do passado de outros personagens, sem identificação.

Mais vale escrever umas memórias, ecoando as suas ideias passadas e actuais !

Alexandre

patricio branco disse...

...ou seja,dito de maneira mais aceitavel em publico ou reuniões, papel higienico ou de toilette...

Anónimo disse...

O nosso problema nunca foi, depois do 25 de Novembro, falta de diplomatas a fazer papeis, sempre foi o de haver quem os faça.



Alexandre

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Alexandre: cada um sabe de si, não acha?

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...