Um dia dos anos 60, atravessado o ferry que liga a shakespeariana Helsingor à sueca localidade de Helsingborg, lancei-me à boleia ainda mais para norte. Cá por coisas, queria ir passar essa "midsummernight" em Falkenberg, lá na fronteira da Noruega. Não era fácil a boleia na Escandinávia, com o meu cabelame latino. Uma boa meia-hora depois, um carro parou. Ao saber-me português, o condutor sorriu e inquiriu: "vem às suecas?" Ali estava eu, exposto, herdeiro involuntário dos Zézés Camarinhas da Albufeira desse tempo, tido por potencial "dragueur" num mar de loiras, quando eu pensava as minhas origens consagradas por outras aventuras em outros mares mais épicos. Não sei o que respondi, no meu hesitante inglês da época. Deve ter sido um "não necessariamente", já treinando a ambiguidade criativa para uma futura carreira.
Saltillo já vai longe, pelo que a rapaziada lusa que logo entrará no estádio de Solna não deve ter tido oportunidade de aproveitar a onda loira local. Gabo-lhes a contenção! Sei que eles não lêem mais que as "gordas" em "A Bola", o "Record" e "O Jogo", quanto mais blogues! Mas a mim apetecia-me repetir-lhes o que Ferreira Fernandes recomenda hoje na sua imperdível coluna: "decidam-se se querem ter o que contar aos netos". É isso: sem suecas à mão de semear, vão-se aos suecos e façam História! Sus! A eles!
3 comentários:
essa fascinação pelas nordicas já passou há muito e afinal por lá tambem havia muita fascinação pelo sul latino, grego, africano, etc
mas hoje à noite nem se pensa nisso e vamos a ver...
Ferreira Fernandes é do melhor que o DN por lá tem.
Quando se ausenta da última página, dou comigo a perguntar-me por que continuo a gastar o meu dinheiro num jornal que, salvo uma ou outra excepção entre os chamados colunistas (Baptista-Bastos, Fernanda Câncio, Soromenho Marques, e pouco mais), é de uma dolorosa mediocridade.
Que nos perdoem as suecas, mas os suecos já nós comemos com a ajuda do bonito e imperial Ronaldo.
Uma vitória do Sul sobre o Norte.
Saudações.
Guilherme.
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