segunda-feira, novembro 11, 2013

A diplomacia segundo Álvaro Cunhal

"A política externa deve estar em mãos de gente hábil, de gente capaz de manobrar, de gente capaz de ter linguagens diferentes conforme o sítio onde fala, gente que compreenda que a diplomacia não é bem uma sessão interna de um órgão revolucionário, que a diplomacia de um país revolucionário que vive uma conjuntura internacional determinada e uma situação geográfica como nós vivemos, exige muita maleabilidade e em alguns casos muita ronha"

in "A crise político-militar, Discursos políticos/5, maio/novembro de 1975, Edições Avante!, 1977

22 comentários:

Anónimo disse...

Agora, ficamos aguardando citações de Franco Nogueira...

Anónimo disse...

Houve ronha em Nova Deli?

Anónimo disse...

Uma personagem estrangeira em Portugal

Alexandre

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Alexandre: este espaço de comentário destina-se a cada um colocar ideias próprias, não a ecoar as ideias dos outros.

Anónimo disse...

Interessantíssma observação,esta que aqui nos invoca, de Alvaro Cunhal. Na verdade!
a)Rilvas

Anónimo disse...

As ideias "dos outros" são às vezes mais soft que as minhas !

Comoreendo!


Alexandre

Anónimo disse...

Qualquer político acaba por ter frases ou pensamentos interessantes. Salazar, por exemplo, tinha - não uma gaveta -, mas um armário cheio deles.

O que importa é saber que objetivos se pretenderia alcançar com a "ronha" da cunhalesca personagem (agora, em pleno processo de lavagem de imagem). Cheira-me que não seriam os melhores...

Tem razão o anónimo que falou no Franco Nogueira. E ainda mais razão têm aqueles que se queixam da diferença de tratamento entre a patifaria de esquerda e a de direita...

Defreitas disse...

A Catinga

Vejo uma grande diferença entre a "patifaria" da esquerda e a patifaria da direita. Quando esta última estava no poder - meio século - eram considerados "patifes" todos aqueles que não pensavam da mesma maneira que aqueles que detinham o poder. No melhor dos casos era a prisão que os esperava. Quando não era a morte.
Hoje, que só há cidadãos, os patifes têm todos direito à liberdade, que eles pensem "bem" ou "mal" !
Só lamento, que os patifes mais influentes e poderosos , de qualquer quadrante que seja, ainda escapem à justiça . Enquanto que os aprendizes a patifes, esses, vêm a justiça de perto por uma simples "patifaria" sem valor, sem qualidade, sem imaginação.

A "cunhalesca personagem" pautou a sua vida pela defesa daqueles que desde sempre sofreram as maiores patifarias dos poderosos, e mesmo a morte. Por isso nao necessita nenhuma lavagem de imagem.

Anónimo disse...

"Defreitas", só não desatei a rir com o seu comentário porque, de repente, me veio à cabeça o que me poderia acontecer caso os patifes de esquerda tivessem alcançado o poder.

Estamos num mês perfeito para comemorar a sorte que tivemos em nos safarmos a semelhante "sorte".

Anónimo disse...

A 'velha senhora' gosta pouco do Catinga (desculpe lá, meu caro: no caso da minha velha amiga, a idade não esquece nem perdoa…) e não gosta nada, mas nada, do Salazar. Ditou-me sonetilho breve, explicando que as palavras entre aspas são do poema "António de Oliveira Salazar" do Fernando Pessoa:

defreitas é pouco
catinga merece
levar mais no coco
se aqui aparece
co'o porras que há de
meter-nos no poço
com brutalidade
e ideias de louco
o tal salazar
"de sal e azar"
o tal "tiraninho"
o tal "coitadinho"
"que bebe a verdade
e a felicidade"

Anónimo disse...

Errei, perdão:

que "bebe a verdade
e a liberdade"

Foi 'liberdade' e não 'felicidade' que Pessoa escreveu.

Anónimo disse...

Dia 25/11, todos à rua para comemorar a liberdade (a que o Cunhal não queria).

Anónimo disse...

Já leram? "Cunhal, Brejnev e o 25 de Abril - Como a União Soviética não quis a revolução socialista em Portugal", de José Milhazes (correspondente da Lusa em Moscovo).

A história dos arquivos da PIDE roubados com a ajuda do PCP e entregues à União Soviética...

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=27&did=120863

patricio branco disse...

a opinião de ac referia se à diplomacia dum país revolucionário num período concreto, o portugal de 1975, depois do 11m e antes do 11n.
nessa altura a diplomacia deveria na sua actuação usar de habilidade e mesmo ronha servindo se de linguagem diferente da usada internamente nas sessões dos orgãos revolucionários.
curioso, seria, claro, diplomacia para não assustar a comunidade internacional ocidental, a da otan, a da democracia representativa, a capitalista, os eua.
talvez hoje tambem se viva um período revolucionário mas de sinal completamente diferente, a revancha contra o 25 de abril, o puro, não o do verão quente 1975, chegou finalmente.
qual a diplomacia para estes tempos de contra-revolução?

é verdade que há uma forte operação do pc aproveitando os 100anos de alvaro cunhal, usando ronha, tendo em vista o seu fortalecimento. e tudo o que contribuir para fortalecer a oposição é util neste momento...

Defreitas disse...

A Katinga poderia responder que a "sorte" que ele teve de ter escapado aos "patifes" da esquerda em Novembro, "caso os patifes de esquerda tivessem alcançado o poder" .restará para sempre no campo da suposição ou da hipótese.

Ao passo que os patifes da direita foram um facto durante meio século. E que , a democracia sendo magnânima, muitos desses patifes continuam à solta , agindo e exprimindo-se como querem.
Posso não saber bem o que é a liberdade, mas sei o que é a libertação.

Anónimo disse...

"Defrutas", não suponha, leia jornais ou consulte enciclopédias. As últimas deviam de bastar mas, infelizmente, ainda há milhões por esse mundo fora que andam a sofrer de falta de "sorte". Para esses, as ideias "libertadoras" ainda são um grande azar...

Anónimo disse...

Se o caro Catinga não se cala, a 'velha senhora' muito menos:

tem catinga tais certezas
que lhe devem DE* bastar,
mas que são teias mal presas
e lhe caiem, se pensar.

ui! pensar dava trabalho!
ler jornais, enciclopédias?
tudo eu leio - e rimalho,
o catinga faz comédias:

os patifes são de esquerda,
gente horrível, má e lerda;
à direita, há salazar,

pinochet, hitler ou franco,
não há nada a recear.
- catinga lava mais branco!


*
"As últimas deviam de bastar" - Catinga às 09:14)

Anónimo disse...

errata:

*
-Catinga às 10:56

Anónimo disse...

Essa "velha" cheira a mofo e tem o cérebro precisando de descanso. Arranjem-lhe um lar (ilegal basta), onde possa ir chatear o Camões (e aprender rimas de jeito). Nossa!...

Anónimo disse...

Eu gostava do Cunhal.
E não apenas da sua "coerência".
Foi um homem brilhante.
O PCP era um partido com muita gente brilhante, mas não tão brilhante como ele.
Dizem que tentaram impor o modelo soviético. Ainda bem que o não fizeram. Nunca votei PCP (muitas vezes hesitei), mas muito do que nós ("povo") conseguimos foi à custa da esquerda desse tempo.
Aliás, nada lhe faz mais justiça do que os tempos que hoje vivemos, que se dizem dos mercados e que eu digo "dos poderosos" (gente de carne e osso).

Anónimo disse...

Caríssimo FSC
Estou com um problema. A minha velha amiga, a 'velha senhora', a quem só hoje dei conhecimento da comentário anónimo das 21:07 do dia 12, disse-me logo, entre divertida e furiosa, que o anónimo era de certo o seu 'caro' Catinga, e desfez-se sem parar em rimalhices que não sei se ainda têm aí cabimento:

1.
catingas, eis,
não catingueis.
rimas temeis?
rimas tereis,
bem mais de seis.

são taralhoucas?
roucas e loucas?
moucas sem toucas?
ah! mas não poucas!

serão
sem jeito,
mas vão
a eito.

compito
a peito:
é dito
e feito.


2.
de anónimo, o bom catinga
pra aqui me veio, em falsete,
mostrar, suja, a sua língua
que eu nem sei onde é que a mete.

da sujeira, que respinga,
espalhou o mau pivete:
antes fora odor da pinga,
mas cheirete é de retrete.

"cheira a mofo" - atacou-me ele.
o topete com que xinga!
seu fedor é que repele.
"arranjem-lhe lar" - rezinga -

pra "aprender rimas de jeito".
petinga gringa carlinga,
eu pingo rimas a eito:
seringa ginga e se vinga…

não o quero insatisfeito,
não fique o catinga à míngua
de rimas, no texto as deito
a rir-malhar no catinga.


3.
cá à velha ninguém cala

nem catingas nem anónimos
nem cavacos nem jerónimos
nem coelhos sem epónimos

nem portas irrevogáveis
nem seguros revogáveis

nem o papa em grande gala
nenhum cabrão a entala
nenhuma porra a abala
sacanice nem cabala

ninguém venha chateá-la
porque a velha não se rala
não é magala na ala
que a sargento bata a pala
quem a cavale cavala
segue em fente e fala e fala
e badala a toda a escala
numa jaula ou qualquer sala

só a cala a lei da bala
e sem tala há de ir prá vala
com bengala ou sem bengala

4.
…mas o que mais me espantalha,
o que fundo me magoa
é que ninguém, nesta malha
de amigo/as que um pouco à toa
amo bem - nem mesmo a boa

isabel e o bom alcipe -,
pense me vir defender
e em minha dor(?!) participe.
pois, porra, vão-se… flixar!
direi eu - mas a beber

e a brincar às rimalhices:
co'amigo/as não há chatices!

Isabel Seixas disse...

Ó cara velha Amiga
Ai como não lhe dar razão,
que “bobagem” e intriga
mais inveja do Catinga
sem moral pra lhe dar sermão…

redimir- me como posso?
obter o seu leve perdão
e gostar do seu pai nosso
a quem lhe deu inspiração
pra qual cavou o fosso…

Não há como desgarrada
Pra fazer soltar a pena
A língua assanhada
Ai Sem falar desespera
não perdem pela espera

também da sua coragem
já reza a história
a sua força nada a detém
Dá-lhe a sua glória
A catingas o seu desdém…




Ó Cara velha amiga,
Velha, porque é de sempre
Conte comigo pra vida
No bem e no mal presente
Ó filhas de boa gente

Não fique aborrecida
Por esta triste omissão
Estava por aí distraída
Sem nenhuma má intenção

E tenho-A no coração


Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...