Na passada semana, numa palestra que fiz para quadros superiores de empresas que operam em Angola, durante a qual analisei a política externa daquele país, dei conta da circunstância de, nos tempos imediatamente após as independências das antigas colónias portuguesas, Moçambique e Angola manterem entre si muito escassas relações: passaram bastantes anos antes que trocassem embaixadas, o comércio bilateral era praticamente nulo e não havia ligações aéreas diretas entre Luanda e Maputo. Agora já há, como a tragédia de ontem o atestou.
Numa pausa dos trabalhos, o representante de uma das empresas, que aliás fora mesmo a primeira pessoa a colocar-me uma questão no debate, um homem muito simpático e cordial, aproximou-se de mim e disse-me que já me "conhecia bem" através de familiares, entre os quais um meu amigo muito próximo. Essas pessoas tinham-lhe falado do meu culto do humor. Disse que percebia isso muito bem porque partilhava essa forma de estar, que, também para ele, era uma atitude fundamental a assumir na vida. Soube que essa vida acabou ontem. Ele era um dos passageiros portugueses do voo do qual não restam sobreviventes, caído nas "terras do fim do mundo".
4 comentários:
Acabou. Com comentário. Obrigado Francisco.
Com o tal mapa, seria de imaginar estradas e caminhos de ferro entre os dois países
http://www.youtube.com/watch?v=SneCkM0bJq0
Caro anónimo das 18.04, infelizmente no século XIX não havia a Mota-Engil e havia o Cecil Rhodes!
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