sábado, novembro 23, 2013

Medeiros Ferreira


Medeiros Ferreira acaba de publicar mais um livro, desta vez pequeno em tamanho mas grande na sua valia: "Não há mapa cor-se-rosa - a história (mal) dita da integração europeia". Trata-se de uma reflexão, histórica mas igualmente política, da integração do continente e, muito em particular, da nossa pequena história no processo europeu.

O autor, numa escrita procuradamente distante do registo historiográfico tradicional, começa por abalar algumas teses sobre a integração europeia, explicando que muito do que é "vendido" nesse domínio é como que uma forma de revisionismo otimista, para compor o retrato de uma história que se prende fixar como verdade.

No que toca a Portugal, Medeiros Ferreira é bastante crítico, se bem que muitas vezes realista, em especial sobre as limitações de reflexão estratégica, na gestão do nosso percurso no seio do processo integrador, mas, igualmente, sobre o comportamento dos nossos atores políticos e institucionais.

Ontem à noite, Medeiros Ferreira falou a várias dezenas de pessoas que, na Casa dos Açores, se juntaram para o ouvir refletir sobre estes e outros temas conexos, com o brilho a que nos habituou, com um despreendimento e um "franc parler" que são a sua imagem de marca. Um discurso marcado pela ironia, pela subtileza, pela inteligência, de um homem que está de bem consigo mesmo, de bem com a vida, mesmo para além das partidas que ela sempre nos prega. Foi uma bela e alegre noite!

8 comentários:

Anónimo disse...

Que pena não ter estado presente.
São estas pequenas, grandes,
coisas que se perdem.
Lá estava com certeza o meu amigo Luis Medeiros Ferreira, inteligente, crítico e de um humor único.
É livro que vou ler já.

Guilherme.

J Medeiros Ferreira disse...

Meu Caro Francisco:
Venho como habitualmente ao seu excelente blogue, um dos melhores que conheço, e deparei-me com a sua referência ao meu recente livro e à palestra ontem na Casa dos Açores. Fico confortado por ter sido entendido por si muma matéria de tanto melindre e consequência.Receba um grande abraço deste seu amigo e leitor
José Medeiros Ferreira

Anónimo disse...

Caríssimo Francisco

Deixe-me que me dirija ao Zé Medeiros Ferreira camarada de muitas cenas e muitas vidas. Com licença

Muitíssimo caríssimo Zé

Só o facto de estar em Mérida para acertar com a Universidad de Extremadura o meu horário de prof dos seus "Cursillos de Verano" me impediu de te ir ouvir e ver na Casa dos Açores e pedir-te o autógrafo indispensável. ATENÇÃO: não disse irrevogável.

Há quanto tempo não nos vemos? Sei lá... No Cretáceo encontrámos-nos? Se assim foi, não me lembro. O caso da (des)União Europeia tem que se lhe diga. E, portanto, vou comprar o teu livro - para ler e depois juntar aos muitos de tua autoria que tenho.

Por isso, uma proposta: vamos almoçar um destes dias? Marca hora e local. Eu comparecerei devidamente uniformizado e com decorações, ops, condecorações. Abç


Obrigado Francisco. Sem Papa. Outro abç

Francisco Seixas da Costa disse...

Anónimo das 17.46: não publico o seu comentário.

Anónimo disse...

Medeiros Ferreira um lúcido observador do País !

Não deve ser da familía do ferry de 80 lugares que passou para 700 lugares !

Alexandre

patricio branco disse...

um politico e pensador com um lugar especial há decadas no nosso panorama intelectual e politico, iniciado antes do 25a, companheiro de mário soares, as negociações sobre macau e as iniciais da candidatura à comunidade europeia estão ligadas a ele se não me engano, anos 77, 78.
de mne demitiu se já não sei bem porquê.
um homem que devia escrever as memórias, muito ganharíamos...

Isabel Seixas disse...

O título do livro é bem interessante e a história "Mal"dita torna-o bem mais apelativo.
A acrescentar os atributos do autor e a curiosidade da cor que então terão os mapas...
Se o vir exposto algures talvez compre...

Sine die disse...

A Medeiros Ferreira devo, pelo menos, o ter aprendido o que se diz quando se usa a expressão "Nó Górdio"...
A minha Mãe obrigou-me a fazer o que foi sugerido à jornalista (acho que era jornalista...).
Inesquecível, portanto.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...