"A política externa deve estar em mãos de gente hábil, de gente capaz de manobrar, de gente capaz de ter linguagens diferentes conforme o sítio onde fala, gente que compreenda que a diplomacia não é bem uma sessão interna de um órgão revolucionário, que a diplomacia de um país revolucionário que vive uma conjuntura internacional determinada e uma situação geográfica como nós vivemos, exige muita maleabilidade e em alguns casos muita ronha"
in "A crise político-militar, Discursos políticos/5, maio/novembro de 1975, Edições Avante!, 1977
22 comentários:
Agora, ficamos aguardando citações de Franco Nogueira...
Houve ronha em Nova Deli?
Uma personagem estrangeira em Portugal
Alexandre
Caro Alexandre: este espaço de comentário destina-se a cada um colocar ideias próprias, não a ecoar as ideias dos outros.
Interessantíssma observação,esta que aqui nos invoca, de Alvaro Cunhal. Na verdade!
a)Rilvas
As ideias "dos outros" são às vezes mais soft que as minhas !
Comoreendo!
Alexandre
Qualquer político acaba por ter frases ou pensamentos interessantes. Salazar, por exemplo, tinha - não uma gaveta -, mas um armário cheio deles.
O que importa é saber que objetivos se pretenderia alcançar com a "ronha" da cunhalesca personagem (agora, em pleno processo de lavagem de imagem). Cheira-me que não seriam os melhores...
Tem razão o anónimo que falou no Franco Nogueira. E ainda mais razão têm aqueles que se queixam da diferença de tratamento entre a patifaria de esquerda e a de direita...
A Catinga
Vejo uma grande diferença entre a "patifaria" da esquerda e a patifaria da direita. Quando esta última estava no poder - meio século - eram considerados "patifes" todos aqueles que não pensavam da mesma maneira que aqueles que detinham o poder. No melhor dos casos era a prisão que os esperava. Quando não era a morte.
Hoje, que só há cidadãos, os patifes têm todos direito à liberdade, que eles pensem "bem" ou "mal" !
Só lamento, que os patifes mais influentes e poderosos , de qualquer quadrante que seja, ainda escapem à justiça . Enquanto que os aprendizes a patifes, esses, vêm a justiça de perto por uma simples "patifaria" sem valor, sem qualidade, sem imaginação.
A "cunhalesca personagem" pautou a sua vida pela defesa daqueles que desde sempre sofreram as maiores patifarias dos poderosos, e mesmo a morte. Por isso nao necessita nenhuma lavagem de imagem.
"Defreitas", só não desatei a rir com o seu comentário porque, de repente, me veio à cabeça o que me poderia acontecer caso os patifes de esquerda tivessem alcançado o poder.
Estamos num mês perfeito para comemorar a sorte que tivemos em nos safarmos a semelhante "sorte".
A 'velha senhora' gosta pouco do Catinga (desculpe lá, meu caro: no caso da minha velha amiga, a idade não esquece nem perdoa…) e não gosta nada, mas nada, do Salazar. Ditou-me sonetilho breve, explicando que as palavras entre aspas são do poema "António de Oliveira Salazar" do Fernando Pessoa:
defreitas é pouco
catinga merece
levar mais no coco
se aqui aparece
co'o porras que há de
meter-nos no poço
com brutalidade
e ideias de louco
o tal salazar
"de sal e azar"
o tal "tiraninho"
o tal "coitadinho"
"que bebe a verdade
e a felicidade"
Errei, perdão:
que "bebe a verdade
e a liberdade"
Foi 'liberdade' e não 'felicidade' que Pessoa escreveu.
Dia 25/11, todos à rua para comemorar a liberdade (a que o Cunhal não queria).
Já leram? "Cunhal, Brejnev e o 25 de Abril - Como a União Soviética não quis a revolução socialista em Portugal", de José Milhazes (correspondente da Lusa em Moscovo).
A história dos arquivos da PIDE roubados com a ajuda do PCP e entregues à União Soviética...
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=27&did=120863
a opinião de ac referia se à diplomacia dum país revolucionário num período concreto, o portugal de 1975, depois do 11m e antes do 11n.
nessa altura a diplomacia deveria na sua actuação usar de habilidade e mesmo ronha servindo se de linguagem diferente da usada internamente nas sessões dos orgãos revolucionários.
curioso, seria, claro, diplomacia para não assustar a comunidade internacional ocidental, a da otan, a da democracia representativa, a capitalista, os eua.
talvez hoje tambem se viva um período revolucionário mas de sinal completamente diferente, a revancha contra o 25 de abril, o puro, não o do verão quente 1975, chegou finalmente.
qual a diplomacia para estes tempos de contra-revolução?
é verdade que há uma forte operação do pc aproveitando os 100anos de alvaro cunhal, usando ronha, tendo em vista o seu fortalecimento. e tudo o que contribuir para fortalecer a oposição é util neste momento...
A Katinga poderia responder que a "sorte" que ele teve de ter escapado aos "patifes" da esquerda em Novembro, "caso os patifes de esquerda tivessem alcançado o poder" .restará para sempre no campo da suposição ou da hipótese.
Ao passo que os patifes da direita foram um facto durante meio século. E que , a democracia sendo magnânima, muitos desses patifes continuam à solta , agindo e exprimindo-se como querem.
Posso não saber bem o que é a liberdade, mas sei o que é a libertação.
"Defrutas", não suponha, leia jornais ou consulte enciclopédias. As últimas deviam de bastar mas, infelizmente, ainda há milhões por esse mundo fora que andam a sofrer de falta de "sorte". Para esses, as ideias "libertadoras" ainda são um grande azar...
Se o caro Catinga não se cala, a 'velha senhora' muito menos:
tem catinga tais certezas
que lhe devem DE* bastar,
mas que são teias mal presas
e lhe caiem, se pensar.
ui! pensar dava trabalho!
ler jornais, enciclopédias?
tudo eu leio - e rimalho,
o catinga faz comédias:
os patifes são de esquerda,
gente horrível, má e lerda;
à direita, há salazar,
pinochet, hitler ou franco,
não há nada a recear.
- catinga lava mais branco!
*
"As últimas deviam de bastar" - Catinga às 09:14)
errata:
*
-Catinga às 10:56
Essa "velha" cheira a mofo e tem o cérebro precisando de descanso. Arranjem-lhe um lar (ilegal basta), onde possa ir chatear o Camões (e aprender rimas de jeito). Nossa!...
Eu gostava do Cunhal.
E não apenas da sua "coerência".
Foi um homem brilhante.
O PCP era um partido com muita gente brilhante, mas não tão brilhante como ele.
Dizem que tentaram impor o modelo soviético. Ainda bem que o não fizeram. Nunca votei PCP (muitas vezes hesitei), mas muito do que nós ("povo") conseguimos foi à custa da esquerda desse tempo.
Aliás, nada lhe faz mais justiça do que os tempos que hoje vivemos, que se dizem dos mercados e que eu digo "dos poderosos" (gente de carne e osso).
Caríssimo FSC
Estou com um problema. A minha velha amiga, a 'velha senhora', a quem só hoje dei conhecimento da comentário anónimo das 21:07 do dia 12, disse-me logo, entre divertida e furiosa, que o anónimo era de certo o seu 'caro' Catinga, e desfez-se sem parar em rimalhices que não sei se ainda têm aí cabimento:
1.
catingas, eis,
não catingueis.
rimas temeis?
rimas tereis,
bem mais de seis.
são taralhoucas?
roucas e loucas?
moucas sem toucas?
ah! mas não poucas!
serão
sem jeito,
mas vão
a eito.
compito
a peito:
é dito
e feito.
2.
de anónimo, o bom catinga
pra aqui me veio, em falsete,
mostrar, suja, a sua língua
que eu nem sei onde é que a mete.
da sujeira, que respinga,
espalhou o mau pivete:
antes fora odor da pinga,
mas cheirete é de retrete.
"cheira a mofo" - atacou-me ele.
o topete com que xinga!
seu fedor é que repele.
"arranjem-lhe lar" - rezinga -
pra "aprender rimas de jeito".
petinga gringa carlinga,
eu pingo rimas a eito:
seringa ginga e se vinga…
não o quero insatisfeito,
não fique o catinga à míngua
de rimas, no texto as deito
a rir-malhar no catinga.
3.
cá à velha ninguém cala
nem catingas nem anónimos
nem cavacos nem jerónimos
nem coelhos sem epónimos
nem portas irrevogáveis
nem seguros revogáveis
nem o papa em grande gala
nenhum cabrão a entala
nenhuma porra a abala
sacanice nem cabala
ninguém venha chateá-la
porque a velha não se rala
não é magala na ala
que a sargento bata a pala
quem a cavale cavala
segue em fente e fala e fala
e badala a toda a escala
numa jaula ou qualquer sala
só a cala a lei da bala
e sem tala há de ir prá vala
com bengala ou sem bengala
4.
…mas o que mais me espantalha,
o que fundo me magoa
é que ninguém, nesta malha
de amigo/as que um pouco à toa
amo bem - nem mesmo a boa
isabel e o bom alcipe -,
pense me vir defender
e em minha dor(?!) participe.
pois, porra, vão-se… flixar!
direi eu - mas a beber
e a brincar às rimalhices:
co'amigo/as não há chatices!
Ó cara velha Amiga
Ai como não lhe dar razão,
que “bobagem” e intriga
mais inveja do Catinga
sem moral pra lhe dar sermão…
redimir- me como posso?
obter o seu leve perdão
e gostar do seu pai nosso
a quem lhe deu inspiração
pra qual cavou o fosso…
Não há como desgarrada
Pra fazer soltar a pena
A língua assanhada
Ai Sem falar desespera
não perdem pela espera
também da sua coragem
já reza a história
a sua força nada a detém
Dá-lhe a sua glória
A catingas o seu desdém…
Ó Cara velha amiga,
Velha, porque é de sempre
Conte comigo pra vida
No bem e no mal presente
Ó filhas de boa gente
Não fique aborrecida
Por esta triste omissão
Estava por aí distraída
Sem nenhuma má intenção
E tenho-A no coração
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