Lá pela minha terra, por Vila Real, havia em tempos um homem bastante forreta, que era conhecido por aproveitar todas as "borlas" que se lhe ofereciam. Um dia, estava à porta de casa, esperando a hora do jantar. A mulher tinha acabado de ir para a cozinha, dizendo que ia assar uma carne. Entretanto, um amigo passou pela rua e convidou o nosso homem para ir comer uns petiscos lá a casa. Entusiasmado, gritou para a mulher, uma frase que ficou famosa:
- Ermelinda! Desassa!
Ontem, ao ouvir o presidente da República, lembrei-me desta historieta. Porquê? Sei lá!
16 comentários:
Boa, Senhor Embaixador! Um regresso do Senhor Presidente à sua reforma poupadinha e discreta. Acha ele que terá mais dois anos como os sete que passaram, a "trabalhar" sem ninguém ver. Talvez seja melhor do que a fugaz assadura que esturrou o país desde que botou faladura há onze dias. A propósito, há quantos dias s demitiu o Doutor Gaspar? Isto faz-me lembrar aquela história sobre os três tempos alentejanos que agora chegaram a Lisboa: devagar, muito devagar e parado. Enquanto o poder assim está, o povo não deixou de sofrer. Uma vergonha.
O PR também "desassou". Só que a carne já está esturrada. Nada há a fazer!
CCS
Exquise:)!
sr embaixador essa foto é de algum comboio das suas terras?
E eu...
vou mas é trabalhar...
Há 3 anos:
"Referindo-se ao primeiro ministro, Nogueira Leite afirmou que "temos de deixar o engenheiro Sócrates beber o cálice até ao fim".
O economista recordou que essa ideia já tinha sido defendida por ele próprio no Conselho Nacional do PSD.
"Eu disse anteriormente que o primeiro ministro teria de governar até ao momento em que se tornasse óbvio perante todos aquilo que é obvio para muitos de nós, que o Governo não controla as finanças públicas de forma minimamente razoável", afirmou.
Sentir uma dor, um sofrimento até que ele se acabe ! Beber o cálice da amargura até ao fim ! Jusqu'à la lie , dir-se-ia em francês !
Terá este país chegado ao ponto de ser ingovernável??? Desta vez não o poderemos entregar a Espanha como em 1581 ..... mas talvez o possamos entregar à Europa. É pema termos chegado a este "dead end".
De acordo Senhor Embaixador com o seu neologismo. Só que já esturricámos, e ninguém pede contas a ninguém. Valha-nos S. Gennaro (como nos filmes italianos, quando o povo a torrar sob aquela "canícula" napolitana aumentava a fé com promessas ao seu patrono... Só com fé se manterá de pé alguma esperança. Oxalá se entendam daqui para a frente.
A peça de teatro , dramático, continua. A mesma galeria de "clochards" da política, de errantes, que vão e vêm, ao sabor duma demissão ou duma birra, de "clowns" ou de doentes que acabam por ser tão célebres como o Rei Lear ou Hamlet de Shakespeare. Porque fazem tremer a Europa.
Mas estas personagens de teatro não têm psicologia, individualidade no sentido clássico : são sombras, figuras, incarnações duma certa condição humana, e sobretudo, são vozes.
O personagem principal da peça define-se pelos seus actos. Se nada se passa, se o personagem não faz nada, não tem nada a fazer, se se satisfaz de estar lá, os outros esperam que ele fale: é este espaço- tempo que é dramático. E lhe confere o estatuto.
Para ele, falar equivale a ser, a subsistir, a continuar apesar da derrocada geral, à sua volta, uma voz que rompe o silêncio universal, para não dizer nada : ele fala como a boca respira. Para ele, a tarefa consiste em representar o personagem que lhe foi confiado. O drama é a razão de ser do personagem; é a sua função vital: necessária para a sua existência. Não esqueçam que eu existo e tenho o poder de os punir !
Vladimir e Estragon continuarão a se falar e a zangar-se, para se reconciliar em seguida. De vez em quando falarão também de suicídio. O segundo sendo , como um cão, que o primeiro segura pela trela . A não ser que seja o contrário!
E assim vão continuar, porque, finalmente, Godot, que eles esperavam, não veio esta noite! Talvez amanha.
E o Cavaco lá mandou desassar tudo, voltando à primeira forma, como se nada se tivesse passado, como se a sua patetice de "salvação" não tivesse feito o país perder tempo e dinheiro. Pobre país este!
O chefe da estação de Ermesinde tinha um modo muito particular de fazer cumprir os horários caseiros:
Naquele tempo, sem eletrónica, tudo acústico, anunciava ele de bandeira no ar:
Ermesinde, vai pr`o Minho!
e repetia:
Ermelinda vai pr`ó ninho!
Eu sei porque me lembrei disto…
E, discutir politica atualmente, é exatamente o mesmo que discutir futebol…
O desassa é digno do Mia Couto. Creio mesmo ter-se-lhe antecipado. Um achado
Do Blog "Blasfémias" com a devida vénia:
""um achaque presidencial
22 JULHO, 2013
por rui a.
Afinal, o que Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa teve há uns dias foi um achaque! Quando se aguardavam trovões e relâmpagos, raios e coriscos vindos de Belém, Sua Excelência deu-nos, ou melhor, deu-se a um achaque. Farto de assistir, impávido e sereno, aos achaques alheios, o Presidente reivindicou para si também o inalienável direito ao achaque presidencial. Só nos últimos meses, para falarmos apenas em achaques graúdos, achacaram o Costa do PS, o Portas do CDS, o Gaspar das Finanças, o Soares da Fundação, o Sócrates da afundação e o Tozé só não achaca porque ninguém o levava a sério.
É muito achaque para um presidente só! Cavaco não podia continuar de fora e, por isso, achacou também: entrou com cara de mau, fez exigências e impôs condições, ameaçou com a Constituição e, quando ostensivamente não lhe ligaram nenhuma, assobiou para o ar e foi engraxar os sapatos. Bem vistas as coisas, a «salvação nacional» pode esperar mais algum tempo. O achaque presidencial é que não aguentava mais. Agora já está. Um achaque em grande, uma beleza de achaque. Como este lhe saiu caro, tão cedo não voltará a ter outro."
Alexandre
Há uns trinta anos atrás, estava na moda aqui em França a constituição de conselhos municipais de crianças (le Conseil Municipal d'Enfants) com regulamento próprio à luz da convenção internacional dos direitos da criança e que reuniam à margem do Conselho Municipal.
Estes Conselhos Municipais de Crianças tinham o mérito pedagógico de habituarem as crianças a debates sérios sobre os mais variados temas.
Mérito Pedagógico.
Como membro da Mesa de Direção da A.D.C.ds Portugueses de Dammarie les Lys propus também, por aquela altura, a constituição de uma Direção ad hoc constituida pelas crianças filhas dos sócios. E as crianças ficaram muito contentes...
Só que durou pouco tempo. Uns dois meses, se tanto, "mais tout de même".
Às vezes não sei porque é que me afloram recordações do passado.
José Barros
Meu caro amigo este seu post tranquilizou-me. Os comentários também. Afinal, não sou só eu que tenho "afloramentos" do passado...
Senhor Embaixador: para manter o ritmo de novo em pleno !
Mas, apesar disso,. não deixa de ser amargo pensar que, em tempo tão difícil, nos faz falta um Presidente da Republica.
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