Na última noite de Santo António, no largo do Chafariz de dentro, dei de caras com Nancy e Allan Katz, os embaixadores americanos que ontem deixaram Lisboa, no termo do seu mandato. Naquela noite, como milhares de lisboetas, comiam sardinhas e divertiam-se, perdidos no meio da multidão. Essa era a sua forma natural de estar entre nós.
Conheci Allan num debate promovido pela FLAD, há já uns anos, em que ambos fomos convidados a falar sobre o "11 de setembro". Conversámos longamente desde então - em Paris, em Lisboa e numa semana em que partilhámos a inesquecível experiência do Douro. Allan ensinou-me a entender melhor a nova América de Obama, nas suas virtualidades e contradições. É um "americano tranquilo", sem a menor arrogância, sem nunca se ter dado ares de representante da hiperpotência, compreensivo e sempre dialogante. Leiam-se as declarações que deixou em alguns órgãos de imprensa para se perceber o excelente diplomata que os americanos nos deram o privilégio de ter por cá nos últimos anos, um grande e atento amigo de Portugal.
A vida diplomática, mais do que outras profissões, é feita de regulares separações. Mas é também um rico espaço para a construção de sólidas amizades. Um forte abraço para vocês, Nancy e Allan! "See you soon"!
6 comentários:
Diz-se quem procura sempre alcança. Pois, agora de manhã, meu filho vendo que eu estava no seu blogue, disse; vai ao Google. Não é que VExª está escarrapachado em várias páginas! Enigma deslindrado.Claro q VEª tem lá um espaçozinho na minha memória.
Bem haja
pela descrição, integrou se no país, aproveitou o ludicamente, criou relações, ora aí está um diplomata amigo, sentindo se bem onde está em funções, boa condição para um bom trabalho profissinal
Para o Sr. Patricio Branco o que é realmente "um bom trabalho profissional" dum diplomata americano, onde quer que ele esteja, no vasto mundo ?
Desconfio sempre da amizade dos grandes , porque nunca sei o que ela esconde.
Havia quem recomendasse que os diplomatas acreditados num país que apreciassem, não deviam ficar em posto durante muitos anos pois poderiam transmitir aos seus governos ideias distorcidas. A isenção é também requerida em diplomacia.
Caro Joaquim de Freitas: um diplomata americano é, para si, sempre suspeito? Olhe que não, olhe que não...
Para mim, Sr.Embaixador, um diplomta americano nao é um diplomata como os outros. Quando se representa a maior potência mundial, e a geopolitica sendo o que ela é, os interesses desta potência sao tais que o diplomata no estrangeiro so pode obedecer aos interesses superiores do seu pais. Quaisquer que eles sejam.
Sem ir buscar o caso Carlucci em Portugal, os diplomatas americanos na América Latina fizeram sempre o "seu trabalho"! Resta a analisar o que foi frequentemnte
esse "trabalho".
Espionar os aliados é jà uma prova
do que a "diplomacia" americana pode oferecer de "trabalho" bem feito. Destabilizar os regimes politicos ou governos "en place" foi sempre o género de trabalho que a diplomacia americana executou com diligência.
Que possam existir relaçoes de amizade com os diplomatas americanos nao impede , "le cas échéant", de trair os interesses dos paises no qual foram acreditados.
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