quarta-feira, abril 24, 2013

Meteorologia

São interessantes as declarações do presidente da Comissão europeia, nas últimas horas abundantemente relatadas pela comunicação social, nas quais afirma a sua convicção de que as políticas de austeridade, se bem que formalmente corretas, não resultam e chegaram ao limite do exigível. 

Estas tomadas de posição do presidente da Comissão europeia contradizem, se bem se lembram, as que foram proferidas, há escassas semanas, por uma "outra" pessoa: o dr. Durão Barroso, que ameaçava os países "do Sul" da Europa, em especial Portugal (o "Expresso" ajudou-o, depois, a adocicar a gaffe), em termos imperativos, em caso de desvios das metas macroeconómicas. 

Felizmente que estes países "do Sul" têm agora quem os defenda. Precisamente a pessoa do presidente da Comissão europeia, o qual, nada menos do que contra o que pensava o dr. Durão Barroso, tece, nas declarações de ontem, largos elogios aos países "do Sul" e coloca em causa o elevado esforço que lhes está a ser pedido.

Dirão alguns que tudo isto tem escassa importância, que estas contradições fazem parte da vida política, em particular europeia. Não estou nada de acordo. Tendo em atenção que certas figuras nos habituaram a "não dar ponto sem nó" e a medirem bem de onde sopra ou vai soprar o vento, talvez possamos presumir que nos esperam dias mais agradáveis, no tocante à pressão constrangente das instituições europeias em matéria de imperativos de aperto macroeconómico. Será assim?

Em tempo: afinal, depois de Berlim o ter chamado "à pedra", o dr. Barroso lá veio dizer que o que o presidente da Comissão europeia disse afinal não era o que todos o ouviram dizer. Aquela frase interrogativa de Juan Carlos a Hugo Chavez cada vez se torna mais atual.

10 comentários:

João Ventura disse...

É "meteorologia"...

Francisco Seixas da Costa disse...

Obrigado, João Ventura

freitas pereira disse...

Durão Barroso esquece que, enquanto a sua incoerência o leva a dizer não importa quê, o seu povo canta "Grândola Vila Morena " !

A Troïka e a grande tecnocracia européia sob o jugo germânico pensa talvez que a democracia é uma variável de ajustamento, como se diz nos meios financeiros. Mas a historia volta sempre e os povos do Sul já não podem mais !

Mas como é possível para um tal indivíduo compreender isto, quando , com 750 000 euros de despesas de missão por ano, dos quais 32 457 de despesas de representação, para 66 deslocações, na Europa, essencialmente, consegue ser o funcionário mais caro da Europa ? Sem contar os 20 000 euros mensais de salário! Para um antigo revolucionário maoïsta do MRPP a aclimatação foi extraordinária !

As coisas poderão mudar quando se cantar " Bruxelas Vila Morena" ! Só que em língua flamenga, não será tão bonito !

J. de Freitas

Anónimo disse...

Há ventoinhas, cata-ventos e vento-leste... (isto lembra-me qualquer coisa) e vento-sul, vento suão.

Anónimo disse...

"O Leste" é o vento que sopra do Norte de África para a Madeira uma ou duas vezes no ano, nuns anos com mais calor e areia do deserto do que noutros... É sempre com poeira prós olhos! Foi o que neste último fim-de-semana aconteceu. Das pressões altas ou baixas de Bruxelas as temperaturas têm sido todas de "cortar à faca", na medida em que o núcleo que se forma nos Açores não chega lá... Está mais próximo da América. A corrente quente do Golfo sobe rente pela Inglaterra e por uma parte da Irlanda... O resto fica de fora! Logo se verá se a primavera barrosista vem com acácias amarelas que florescem pela Europa, ou se vem com acácias vermelhas, como as que embelezam o sul da China. Quer umas quer outras são plantas da família das "mimosáceas!"

São disse...

Segundo parece, a criatura - face à irritação de um deputado - já veio dar outro sentido à declaração.

Nunca me envergonhei de ser portuguesa, mas cada vez mais tenho verginha de que certas avis raras o sejam!!

Só estou para ver se o excelentissimo senhor tem o descaramento de se candidatar à presidência da República!!

Bom dia.

Anónimo disse...

Mais um...a fazer a "caminha" para a Presidência da República:

Sócrates (agora com "falinhas" mansas...), Costa, Carvalho da Silva, Marcelo..e outros...que não me lembro......ou não quero dizer !

Alexandre

Guerra disse...

Boa tarde sr embaixador.

Por quem o Sr. nos manda avisar. Ele bate e foge. Esse cavalheiro que tem um credito muito inferior ao Silva que engraxava sapatos á porta da Brasileira, cá na Bila, lá porque é afilhado do Sr. Silva a quem se chama Cavaco ( o presidente é claro), continua a pensar alto. Foi com figuras deste calibre que este pais chegou onde está. Se uma telha com enxofre a arder os afastasse…

freitas pereira disse...

Bom dia Senhora São

O senhor em questão não teve complexos par vender a alma ao diabo texano na cimeira dos Açores, e de participar à decisão que iria destroçar um Povo, o Iraquiano, destruir uma nação, e causar centenas de milhares de mortos.
Quando, ainda mais, se foi capaz de esquecer as responsabilidades assumidas com o Povo Português, como primeiro ministro, em troca do poleiro de Bruxelas, pode esperar-se tudo dum tal espécimen.
J. de Freitas

patricio branco disse...

umas vezes dizem uma coisa, outro dia outra, ao sabor dos ventos, de facto, por mim já nem ligo ou acredito, nada é duravel, palavras leva-as o vento, etc etc

João Miguel Tavares no "Público"