quinta-feira, abril 11, 2013

Amesendação


Na intervenção que há pouco fiz, na apresentação do excelente livro "Os mistérios do Abade de Priscos e outras histórias curiosas e deliciosas da gastronomia", da autoria de Fortunato da Câmara, para o qual tinha escrito um prefácio, decidi prestar uma singela homenagem a dois grandes críticos gastronómicos portugueses: o desaparecido David Lopes Ramos e José Quitério, que esteve presente no lançamento. 

No que disse, deixei claro que, na crítica na imprensa portuguesa, há um tempo antes e um tempo depois da entrada em cena de José Quitério, que há décadas mantém, ininterruptamente, uma coluna no "Expresso", onde publica o que qualifiquei de "crónicas sábias, escritas num português culto, recheado de História, de bom gosto, de humor e de um sentido magnífico de aproveitamento dos prazeres da vida".

No que me toca, José Quitério foi responsável por muitas e boas experiências de "amesendação" - um neologismo que ele próprio criou - por esse Portugal fora. Reconhecê-lo e agradecê-lo era o mínimo que entendi dever fazer.   

3 comentários:

Anónimo disse...

José Quitério é, para mim, um bom conhecedor da gastronomia portuguesa, com um estilo crítico peculiar. Algumas vezes, em vários locais de Portugal, experimentei restaurantes vizitados por êle e, de um modo geral, estavam de acordo com as suas críticas.

Anónimo disse...

Não creio que "amesendação" seja um neologismo e, muito menos, que tenha sido criado porJosé Quitério embora seja senhor de uma prosa tão sápida como muitas das iguarias a que a dedica.
É, também, notável conversador, homem de cultura e de fino humor.

patricio branco disse...

não leio josé quiterio, embora claro o conheça de nome como jornalista. nem as cronicas ou criticas gastronómicas, nem os seus livros. não por preconceito, mas porque não me entusiasma muito esse tipo de critica. mas vou agora ver se leio algo, para ter uma ideia de como ele escreve, uma vez que sai daqui bem elogiado.
quanto a amesendação, não está mal, é uma palavra expressiva embora pesada, pelo que prefiro simplesmente "à, na ou de mesa", boas experiencias de mesa, etc.
e vou folhear com curiosidade o livro sobre o pudim de priscos com o seu prefácio.

João Miguel Tavares no "Público"