quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Pseudónimos

Ontem, no "Le Monde" um grupo de diplomatas, sob o pseudónimo de "Groupe Marly", expressou uma violenta crítica contra a política externa francesa. É muito raro os profissionais da diplomacia virem a terreiro desta forma. Mas não é inédito, quer em França, quer noutros países.

Portugal não tem essa tradição, até porque, por uma regra com escassas (e lamentáveis) exceções, as grandes orientações assumidas, em democracia, em matéria de política externa tendem a corresponder a um alargado consenso político.

No final dos anos 80, alguns diplomatas no ativo sentiram, contudo, a necessidade de se expressarem coletivamente, sob pseudónimo, em artigos de imprensa - neste caso por motivos que relevavam da defesa de importantes interesses profissionais. O pseudónimo utilizado por esse grupo foi "Luiz da Cunha", nome de uma figura tutelar da carreira diplomática portuguesa, que acabou a sua carreira como embaixador em Paris.

6 comentários:

Helena Oneto disse...

Para quem estiver interessado a ler a "violenta critica", pode fazê-lo aqui:
http://www.lemonde.fr/idees/article/2011/02/22/on-ne-s-improvise-pas-diplomate_1483517_3232.html#ens_id=1245377

Blondewithaphd disse...

E o Eça não precisou de pseudónimo...

Anónimo disse...

Na vetusta "casa" que é casta diplomática da república portuguesa não pode haver nódoas nos aventais.

patricio branco disse...

Nao me foi possivel encontrar nenhum exemplo de artigo do grupo "luiz da cunha" mas apenas a curta biografia do luis da cunha tutelar do sec xvii com o seu testamento politico.

Anónimo disse...

Mas olhe, caro Anónimo,que as há (por lá) e muitas. Daquelas que não têm limpeza possível.
P.Rufino

Helena Sacadura Cabral disse...

Senhor Embaixador
Reajo sempre mal à utilização, em democracia, de pseudónimos na defesa daquilo que consideramos ser o correcto.
Os pseudónimos são, afinal, uma forma de anonimato que também tenho dificuldade em aceitar.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...