quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Crónicas do inesperado

Da minha passagem pelo Brasil trouxe a certeza de que é por lá que existem os melhores cronistas da língua portuguesa. De Nelson Rodrigues a Ruben Braga, de Fernando Sabino a Carlos Heitor Cony, de Millôr Fernandes a Luiz Fernando Veríssimo - o Brasil detem alguns dos grandes mestres na arte de contar uma boa história, com espírito sintético, com adjetivação q.b., com riqueza lexical, sentido de ritmo e "crescendo" de densidade narrativa, tudo servido por um sábia subordinação ao respeito pela oralidade.

Há dois dias, por amável e inesperada oferta do autor, chegou-me às mãos "Crónicas do inesperado", de Renato Prado Guimarães, que me conheceu através deste blogue. Trata-se de um volume editado pela Imprensa Oficial do Estado de S. Paulo, em 2009, ilustrado por belas fotografias de Marcos Vilas Boas, onde são reunidas mais de 40 deliciosas crónicas, espelho de uma vida rica e atenta, em que a experiência diplomática tem um papel maior. É que o autor, com um "background" de jornalismo profissional na "nata" da imprensa paulistana, é embaixador aposentado do serviço diplomático brasileiro, residindo atualmente na Alemanha. E, tal como alguns dos grandes mestres que atrás referi, é possuidor de uma escrita ágil, fluente e culta, através da qual desenha, a traço fino, vivências riquíssimas, que conosco partilha, com grande elegância estilística.

Sem o menor exagero, quero dizer que foi dos livros que mais prazer me deu ler, nos últimos meses. Com a devida vénia, a necessária e completa citação da fonte  e a indulgência do autor, vou-me permitir, daqui a uns dias, transcrever aqui alguns extratos deste excelente livro.

8 comentários:

Anónimo disse...

Em tempo: A pedido...

Aposte mais no inesperado.
Isabel seixas

Para não variar

patricio branco disse...

verdade que nunca cultivámos muito a cronica e que os melhores textos nos vêm do brasil. No entanto começámos bem, com ramalho e eça, p.ex. Cronica jornalistica a sério.
Semanalmente, divirto-me a ler as cronicas de luis fernabndo veríssimo no expresso, cheias de humor e imaginação.
O livro mostrado deve ser mais um bom exemplo da cronica brasileira. esperamos um extracto, como anunciado.

Anónimo disse...

Crónica do auto respeito...

Simplesmente
Não aceito
Mais...
Presentes envenenados

Daqueles

Que me subvertem
em jarra constrangedora,
de flores murchadas à nascença, por precisão Deles sempre deles, não é do povo , não é de nós é deles...Os tais burros agora vestidos de espertos como se fosse à vez...

os burros agora nomeados doutores honoris causa de imediato porque aleatóriamente auferiram por arrastamento de uma qualquer autoeleição de lambebotismo unisexo
em que a progesterona e os estrogeneos perdem a identidade, mais a individualidade, mandam, e mandam e mandam mal, porque só pensam no engodo do podium, da liderança roubada a forceps da equidade do objetivo comum o bem estar social de todos mesmo todos, todos todos...
água tépida para uns água fervente ou gélida para outros...

Exérese cirúrgica dos incómodos, amputação de raiz, de sinais malignos à causa,a acordada na conspiração dos silêncios hipócritas delineadores do alicerce do venha antes a nós o Vosso reino seus burros deixem-se comer, nos silêncios do dá mais jeito, da covardia dissimulada por educação refinada...

Naão me interessa
Já disse estou farta

Não aceito mais presentes envenenados...

o respeito é Bom, Muito Bom,Pensando Bem é excelente 20...
E Eu Gosto,em boa verdade AMO...

Até porque o Meu Querido Pai Não me perdoaria, não foi essa a educação que me deu, a da usurpação só para si à vez...

Fiquem bem...
Na vossa mediocridade da aparência do Certo...

Ó Pai só não Te Perdoo teres-Me dado a visão aquela que vê...

Não vês... Ainda por cima sou Mulher...
Oh! Deixa Lá...
Isabel Seixas

Anónimo disse...

No jornalismo escrito também sao melhores... mas na TV conseguem ser piores!

Mônica disse...

Senhor Francisco
Hoje ganhei o dia porque o senhor escreveu que gostou do livro brasileiro
Acho que já lhe disse que tem dia que penso não vou comentar nada por que nada entendi mas como sou incherida escrevo assim mesmo.
Tenha uma boa tarde e um dia lhe enviarei também um examplar de algum escritor que goste.
com carinho MOnica

Regina d'Ávila disse...

São realmente fantásticos...
Uma deliciosa homenagem aos nossos cronistas..
Abraços, de uma brasileira que se sentiu orgulhosa...e feliz,
Regina d´Ávila.

Guilherme Sanches disse...

Abébias... Não, não me enganei, não entrei no andar de baixo ou na porta ao lado, estou no post que escolhi para dizer isto.

"Abebiar" é aproveitar ou tirar partido em proveito próprio, do que outros fazem, dizem ou mostram, distorcendo a oportunidade que é dada em diferente contexto ou com diferente conteúdo.

Comentar é falar do mesmo, acrescentando, retirando, enaltecendo ou minimizando em concordância ou dissonância, mas sobre o tema em comentário.

Há coisas que aqui, a despropósito nesta secção de comentar eu não entendo, mas se calhar o problema é meu, que serei um inculto mau entendedor, mas alto suficiente para não precisar de me colocar em bicos de pés para alcançar os horizontes dentro dos quais me movimento. Sem cunhas, sem oportunismo, sem abébias...

Um abraço

Anónimo disse...

Gostei imenso da crónica do Esperado do Exmo comentador Guilherme Sanches, acho de um rigor na definição de termos, face ao mote deste post...

Agora

Face à conjuntura do blogue há de facto inclusão... E quem lidera com assertividade é o Anfitrião...

Pelo menos Duas ou Três perspetivas...

A liberdade é também aliciante quando libertina... A carapuça aconchega as orelhas...

Inesperado para além de Inesperado é permitir ver o que dá prazer de ler...

Claro que vou comprar o livro, oh, se vou.
Isabel seixas

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...