quarta-feira, outubro 07, 2009

Debate

Foi apresentado e discutido nos salões da Embaixada, da autoria de Felipe Cammaert, o livro "L'écriture de la mémoire dans l'oeuvre d'António Lobo Antunes et de Claude Simon". O prefácio de Maria Alzira Seixo introduz este trabalho comparativo de dois autores que, em algumas obras, percorreram temáticas comuns que o autor explora.

As dezenas de atentos espectadores ontem presentes à sessão mostraram-se muito interessadas no debate que esta obra suscitou e deram-nos mais razões para continuar, no futuro, a abrir as nossas portas a iniciativas culturais congéneres.

Devo confessar que me causa uma certa tristeza que, à parte as magníficas iniciativas do Centro da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, Portugal não disponha, na capital do país onde tem a sua maior comunidade no estrangeiro, de instalações adequadas e especificamente dedicadas a exposições e debates sobre a nossa cultura, bem como para a promoção regular da nossa economia.

Mas se há uma atitude com a qual não podem contar da minha parte é a resignação. Por isso, continuaremos a "travestir" a nossa Embaixada numa espécie de centro de divulgação português improvisado...

11 comentários:

Anónimo disse...

Fantástico.
Creio que sempre viu para lá da realidade estagnada.
Nâo será esta uma das funções de um embaixador?...
Sei que não está ao alcance da maioria.
Esta inovadora intervenção é mesmo a pedrada no charco.
Em PARIS.

Helena Sacadura Cabral disse...

Ea Casa de Portugal, Senhor Embaixador, o que se passa com ela?

Francisco Seixas da Costa disse...

Qual Casa de Portugal? A do José Augusto, da Varanda da Europa? Onde isso vai... Mas, confesso, não tenho saudades da rue Scribe, dos folhetos com lavradeiras e peixeiras da Nazaré, da camisas aos quadrados "à Alves Redol", do Verde Gaio e das redes de pescadores. O tempo seria para outras políticas, se a tanto nos chegasse o engenho e a verba... Ah! É que há algo que não coloquei no post. Todas estas iniciativas, repito, todas, são feitas sem encargos nenhuns para o Estado português. Deveser do "Ponto Come", mas tornei-me especialista em "sopa da pedra", isto é, fazer tudo sem recorrer ao meu querido amigo Fernando Teixeira dos Santos. Guardemos os Santos para outras aflições...

Anónimo disse...

pensà-lo, jà é quase heroismo. mas dizê-lo!
jà agora aposto que o senhor embaixador, apesar de usar gravata, é capaz de nunca ter calçado meias!
esta ideia, ja muitos a tiveram e têm, mas todo eles sao aqueles que ninguém ouve. ou melhor dizendo, que niguém escuta. Por isso lhe devo dizer nao so a admiraçao como a gratidao pela ousadia.
e vai uma proposta : nao ajudariam para tal projecto os quase 2 milhoes da venda, na semana passada, do consulado de Portugal em Versalhes. e nao falo do consulado de Nogent à beira do qual vivo hà uns anos. nem lhes digo a impressao que fazem aquelas persianas fechadas hà meses.
Filipe Pereira

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Filipe Pereira: Só posso utilizar a frase atribuída ao Voltaire (andei anos a pensar que era do Paul Élouard): "les beaux esprits se rencontrent"... O problema são os outros...

José Barros disse...

Pensava que o Instituto Camões podia fazer alguma coisa neste sentido...
Tem bons locais em Paris.

Anónimo disse...

Mas o Instituto Camões fechou em Paris? Que se passa?

Francisco Seixas da Costa disse...

Infelizmente, e não por culpa própria, passam-se muito poucas coisas no Instituto Camões de Paris. Já lá foi a alguma exposição, concerto ou actividade? Conhece alguém que tenha ido?Alguma razão haverá.

Anónimo disse...

Pasmo com o que aqui leio, quer no Post, quer nos comentários! A falta de apoio institucional-financeiro do Estado para com uma Embaixada como essa e tudo o mais que aqui se diz!
Albano

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Albano: os constrangimentos orçamentais globais do Estado português reflectem-se, naturalmente, nas suas actividades externas. Não há que espantar e espanto-me que alguém se espante. Há, apenas, que continuar a trabalhar,com empenho e serenidade, como se tem vindo a fazer. O que não obsta a que se anotem os problemas, mas não deixando que eles nos inibam de fazer coisas. Tudo isto sem nenhuns dramatismos, embora com a natural pena de que as coisas não possam ser diferentes.

Helena Sacadura Cabral disse...

Senhor Embaixador, enganei-me, era o Instituto Camões e não a Casa de Portugal, a instituição a que me queria referir, e que conheci nos tempos da Teresa e depois do Eduardo. Mas pelo que aqui leio, esfumou-se o seu trabalho.
Bizarro o facto de aí estar tantas vezes e nunca me ter apercebido. Mau sinal para mim... que ando distraída e para o país que não revitaliza o que não deveria morrer!

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