sexta-feira, fevereiro 22, 2019

O diabo veste farda


Leia aqui o artigo com o título em epígrafe hoje publicado no “Jornal de Negócios”.

7 comentários:

Anónimo disse...

felizmente os militares parecem mais sensatos que todos os outros...

Joaquim de Freitas disse...

Excelente texto. Houve dois aspectos que me impressionaram neste drama brasileiro :

Além da decomposição da classe politica, foi a emergência das “Milícias” e o envolvimento visceral da família Bolsonaro com estes bandos paramilitares que actuam no Rio de Janeiro debaixo dos olhos das autoridades.

Um jornalista fez revelações sobre a articulação do clã com os milicianos no Rio Hoje já está patente que o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, há 10 meses foi obra de milicianos. Não é por outro motivo que funcionários federais que postaram nas redes sociais mensagens a favor da análise do crime estão na lista de demissões do bolsonarismo. Os militares sabiam e sabem da articulação política do clã com os milicianos e, depois da intervenção fardada no Rio, nada fizeram para desarticular o esquema.

Quando se conhece hoje a participação dos militares na eleição de Bolsonaro, pode-se pensar que de qualquer maneira, se não tivesse os tais 55% dos votos, o Exército não aceitaria outro resultado.

A responsabilidade dos militares não se limita ao conhecimento que tinham e têm sobre a quadrilha. Os seus maiores líderes foram protagonistas directos da chegada de Bolsonaro ao poder. Foi uma intervenção directa e pública do comandante do Exército, general Villas-Bôas na noite de 3 de Abril de 2018, que selou a sorte de Lula, levando o STF a negar-lhe um habeas corpus que mudaria o destino político do país.

Não é por outro motivo que, de maneira escandalosa, no dia seguinte à sua posse, Bolsonaro, responsabilizou Villas-Boas directamente pela sua eleição à Presidência: "General Villas Boas, o que já conversamos ficará entre nós. O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui", disse Bolsonaro .em discurso na posse do novo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva

Outro general Sergio Etchegoyen, , da chamada "linha dura" militar, que se insubordinou contra a Comissão Nacional da Verdade que apontou o seu pai, Leo, e seu tio Cyro, como envolvidos directamente com torturas durante o regime militar .

Impressionante. No novo regime, os militares detêm postos estratégicos. São fiadores e árbitros. Já são 45 militares nomeados para postos-chave no governo Bolsonaro .

E quando o general Hamilton Mourão decidiu que o seu filho ficaria no cargo de assessor especial da presidência do Banco do Brasil, com um salário de R$ 36,3 mil, o triplo do actual, compreende-se melhor que os planos de conquista do poder foram feitos pelos militares, que puseram no Planalto quem quiseram: o Cavalão …

Mourão diz que a promoção é resultado de "meritocracia": "Não é por ser meu filho, mas ele é um profissional extremamente qualificado. Se eu pudesse, o teria aqui na minha equipe."

Incrível a qualidade dos filhos de Bolsonaro e dos generais! Mas o Pai também não era nada mau, pois que saltou três degraus hierárquicos, e recebeu nada menos do que oito promoções durante os governos Lula e Dilma.

O que prova bem que a classe politica brasileira, desde 1964 que tem medo dos generais…

Não sei como nem quando os brasileiros se verão livres desta máfia que assaltou o poder.

Sobretudo quando vemos o peso ,também ,dos outros comparsas, os Evangelistas…embrutecedores das massas.

Pobre Brasil , cinco séculos de colonialismo para isto…

Anónimo disse...

Politica , mais do mesmo por todo o lado ...
Que saudades do livro e depois do filme : o diabo veste Prada ... que deu origem ao título do artigo .

Anónimo disse...

sorte que o Brasil ainda tem uma classe que não está contaminada, e que o estadista Bolsonaro fez uso dessa casta de notáveis, pois como todos políticos estão contaminados pelo vírus da corrupção, como Portugal , em que o mias votado não levou, quem levou foi a esquerdazinha incompetente que vai ficar no governo, enquanto ainda houver dinheiro. O Brasil graças a seu povo e a Bolsonaro se livrou dessa carniça!!!

Anónimo disse...

DISCURSO MARAVILHOSO DO GENERAL GRAMOZA. POR FAVOR, LEIA E REFLITA.

Para os que têm medo de intervenção militar refletirem... ou alguém que é contra expressar qual a solução alternativa?

DISCURSO DO GENERAL GRAMOZA.

Liberdade para quê? Liberdade para quem?
Liberdade para roubar, matar, corromper, mentir, enganar, traficar e viciar?
Liberdade para ladrões, assassinos, corruptos e corruptores, para mentirosos, traficantes, viciados e hipócritas?
Falam de uma “noite” que durou 21 anos, enquanto fecham os olhos para a baderna, a roubalheira e o desmando que, à luz do dia, já dura 26!
Fala-se muito em liberdade!
Liberdade que se vê de dentro de casa, por detrás das grades de segurança, de dentro de carros blindados e dos vidros fumê!
Mas, afinal, o que se vê?
Vê-se tiroteios, incompetência, corrupção, quadrilhas e
quadrilheiros, guerra de gangues e traficantes, Polícia Pacificadora, Exército nos morros, negociação com bandidos, violência e muita hipocrisia.
Olhando mais adiante, enxergamos assaltos, estupros, pedófilos, professores desmoralizados, ameaçados e mortos, vemos “bullying”, conivência e mentiras, vemos crianças que matam, crianças drogadas, crianças famintas, crianças armadas, crianças arrastadas, crianças assassinadas.
Da janela dos apartamentos e nas telas das televisões vemos arrastões, bloqueios de ruas e estradas, terras invadidas, favelas atacadas, policiais bandidos e assaltos a mão armada.
Vivemos em uma terra sem lei, assistimos a massacres, chacinas e sequestros. Uma terra em que a família não é valor, onde menores são explorados e violados por pais, parentes, amigos, patrícios e estrangeiros.
Mas, afinal, onde é que nós vivemos?
Vivemos no país da impunidade onde o crime compensa e o criminoso é conhecido, reconhecido, recompensado, indenizado e transformado em herói! Onde bandidos de todos os colarinhos fazem leis para si, organizam “mensalões” e vendem sentenças!
Nesta terra, a propriedade alheia, a qualquer hora e em qualquer lugar, é tomada de seus donos, os bancos são assaltados e os caixas explodidos. É aqui, na terra da “liberdade”, que encontramos a “cracolândia” e a “robauto”, “dominadas” e vigiadas pela polícia!
Vivemos no país da censura velada, do “microondas”, dos toques de recolher, da lei do silêncio e da convivência pacífica do contraventor com o homem da lei. País onde bandidos comandam o crime e a vida de dentro das prisões, onde fazendas são invadidas, lavouras destruídas e o gado dizimado, sem contar quando destroem pesquisas científicas de anos, irrecuperáveis!
Mas, afinal, de quem é a liberdade que se vê?
Nossa, que somos prisioneiros do medo e reféns da impunidade ou da bandidagem organizada e institucionalizada que a controla?
Afinal, aqueles da escuridão eram “anos de chumbo” ou anos de paz?
E estes em que vivemos, são anos de liberdade ou de compensação do crime, do desmando e da desordem?
Quanta falsidade, quanta mentira, quanta canalhice ainda teremos que suportar, sentir e sofrer, até que a indignação nos traga de volta a vergonha, a autoestima e a própria dignidade?
Quando será que nós, homens e mulheres de bem, traremos de volta a nossa liberdade?

Gramoza é General da Reserva do Exército do Brasil.

Joaquim de Freitas disse...

Desde sempre que as forças reaccionárias da burguesia procuraram justificar pela violência o resultado da sua acção criminosa na gestão da sociedade, onde as injustiças sociais levaram à diluição dos valores essenciais. Neste aspecto, o panfleto do general diz a verdade: não é um povo é um rebanho miserável, obscurantista, que mesmo a ditadura militar de vinte anos não conseguiu elevar.

Um país que durante décadas criou uma das minorias mais ricas da América Latina, graças à exploração vergonhosa duma massa de dezenas de milhões de pessoas, e foi incapaz de lhe inculcar a base mesmo duma sociedade moderna, o civismo, que deve ir de par com a dignidade humana, e que agora elegeu um “estadista” ignorante, inculto, e corrupto, humanamente um ser inferior pelo seu racismo e homofobia, e violento, como aqueles que sacudiu do poder, e que um general vem defender como solução para um país minado, que ele descreve muito bem, mas à criação do qual ele participou.

Hitler, também esperava do novo regime que ele criou, com os seus acólitos, reconstruir a sociedade e a economia alemã. Os campos de concentração abertos após o incêndio do Reichstag em Fevereiro 1933 faziam figura de mal necessário.

O general só não preconiza a abertura de campos de concentração. Mas uma politica social de partilha da riqueza, em paralelo com um gigantesco esforço de educação das massas miseráveis, que Lula tinha começado a pôr em prática, não aparece no discurso do general.

Mas os pelotões de execução já começaram nas cidades e aldeias do Brasil, a tarefa de “limpeza” étnica prometida pelo presidente Bolsonaro. As milícias , as Secções de Assalto (Sturmabteilungen, SA) ou «Camisas Cinzentas » já estão em acção.

Anónimo disse...

Ao anónimo das 12,59
Não posso estar mais de acordo . Desde quando a esquerda é melhor que a direita ? A corrupção é a mesma , as greves aida são mais numerosas . Mas o que é que pensavam ? Que os sacrifícios impostos pela Troika aos portugueses e que permitiram o anterior governo de conseguir amealhar alguns trocos iam durar para sempre ? Que iriam conseguir passar a mão pelo pêlo dos portugueses durante muito tempo ? Desenganem-se , a hora da verdade demorou a chegar , mas anda por aí a rondar .
O General Gramoza é que o diz com todas as letras , parabéns Sr. General , já alguém lhe disse que aqui em Portugal mais de metade da população pensa o mesmo ?
Obrigado ao Anónimo das 13,01 por ter publicado esse texto , espelho do Portugal dos nossos dias ...

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...