A segunda volta das eleições brasileiras terá Bolsonaro e Haddad.
Bolsonaro é o que é, Haddad é visto por muitos como uma mera extensão de Lula.
Há quem vote em Bolsonaro pelo que ele é, por acreditar no projeto autoritário e de violência institucional de Estado que a sua candidatura transporta. Goste-se ou não, é um voto coerente com uma certa visão do futuro do Brasil.
Percebo que quem rejeita Lula, quem não valoriza o seu tempo de governo, quem considera o PT o grande culpado da corrupção que alastra no Brasil e o seu candidato um mero expediente para o regresso ao poder de um setor político-partidário hoje altamente diabolizado, não encare nunca a possibilidade de votar em Haddad.
O que eu nunca perceberei é que alguém, com um mínimo sentido de decência democrática, acabe por votar em Bolsonaro apenas como forma de rejeitar Haddad.
A abstenção foi criada para essas situações.
Há votos ditos úteis que não são mais do que expressão de miséria moral.
Não me apetecia dizer isto, mas é sinceramente o que penso.
15 comentários:
Teremos de aceitar se o Bolsonaro ganhar, mesmo que não concordemos com as suas ideias. A Democracia é isto, ou não? Se a maioria do povo votar num fascista, não aceitamos?, vamos fazer um golpe para o derrubar? Jorge Luis Borges dizia que "A Democracia era um erro estatístico, porque na Democracia decide a maioria e a maioria é constituída por imbecis".
O que me espanta é que diga que não lhe apetecia dizer isso, como se não fosse uma coisa óbvia para qualquer pessoa civilizada e que não possa ser dita livremente. Senhor Embaixador, já não está em funções em Brasília...;)
Ao anónimo das 12:24. A razão porque “não me apetece” dizer isto prende-se apenas com a potencial atitude de alguns amigos brasileiros
Uma coisa é o que dizem outra é o que fazem. Rotular um candidato pela "gorja" que tem dá no que dá. O José Sócrates Pinto de Sousa é um rico exemplo e esse tocou-nos na rifa e aguentamos os despautérios, os do Brasil só atingem de raspão. Acreditemos na democracia brasileira. Para mim o que eles escolherem é o melhor. Se vierem de visita de estado a Portugal qualquer presidente do Brasil, quem quer que seja ele ou ela, deverá ser albardado com um capelo e toucado com borla, dar-lhe um garrafão de vinho fino e um presunto de Lamego, um sarrabulho em Ponte de Lima e uma barriga de freira prá sobremesa, mais nada.
Se a solução for a abstenção no Brasil, então vivam os militares de 1964.
Percebo o Sr. Embaixador, mas há coisas que têm de ser ditas.
Eu também não tenho teorias "paninho quente" quanto ao voto em gente mal formada, as questões de caráter dos eleitores são centrais.
Sei que o embaixador nutre especial admiração pelo Luíz Inácio, todo o malandro dissimulado, fala envolvente, sabe atingir seu interlocutor, no que sabe que gosta de ouvir, no seu caso o futebol. A escumalha que assessora o Fóssil, passa-lhe informações das preferências que o interlocutor gosta de ouvir. Lesa pátria, pai dos pobres, analfabeto funcional, só desenvolveu seu lado ruim e sombrio, e foi na raia miúda que conseguiu se fazer.
"Teremos de aceitar se o Bolsonaro ganhar, mesmo que não concordemos com as suas ideias. A Democracia é isto, ou não? "
Albertino, a democracia é poder dizer que alguém que consideramos fascista não deve ser eleito, porque não serve. E se for eleito, nunca nos conformarmos. Mas ninguém aqui falou em golpe de estado. Quanto ao Jorge Luís Borges era um excelente escritor, mas isso não significa que pudesse dar lições de qualquer outra coisa, nomeadamente de democracia. O homem escrevia muito bem. ponto. E ficamos por aqui sobre as lições que o homem podia dar sobre esse assunto.
Senhor Embaixador, percebi agora.
@4.10.2018 — 14:32:
Não se preocupe, pois não será com paleio mole sobre bola que se conquista a admiração do Sr. Embaixador.
Pobre Brasil. Onde a falta de cultura dum povo, a miséria da maioria, e a nostalgia do fascismo de 1964 pode levar os brasileiros.
A ideia de entregar o país a um sujeito que defende a tortura como método policial, que sustenta que os militares que torturaram e mataram quem desafiava o regime de 1964 deveriam ser recompensados e não punidos, que dedica um voto público no plenário da Câmara dos Deputados ao primeiro militar reconhecido pela Justiça brasileira como torturador durante a ditadura, que admite em entrevista a uma rede de televisão que o seu livro de cabeceira foi escrito pelo comandante do principal órgão de repressão política durante os anos de chumbo!
Apenas uma dessas afirmações deveria ser capaz de liquidar uma candidatura na quase totalidade do mundo civilizado. Mas o Brasil ficou atolado na indigência desde 1500.
O anónimo de 4 de Outubro de 2018 às 14:32 , que até é capaz de afirmar que não é fascista, desde que receba o que tanto deseja, a derrota do PT na corrida presidencial de 2018, assinará qualquer contracto não importa com qual facínora. Afinal, a recompensa seria recebida imediatamente e desfrutada com enorme prazer. Quanto ao preço a pagar, bem, isso se verá depois, , não vamos pensar nisso agora.
Ganhar Bolsonaro, ex-militar e evangelista? Não creio, pois ainda há a segunda volta. Mas, me parece que a igreja evangélica no Brasil, tem muitos fieis. As madames mal tratadas, também gostam dele. Vamos ver, no que dá. Lembro-me cá no Burgo, um contabilista ganhar 5 eleições.
Lido.
Despacho:
Como sou não-politizado não me posso pronunciar.
Só espero não assistir a uma guerra civil à américa-latina no Brasil e.... que se amanhem. Aquilo já não dá para entender como as instituições funcionam.
Aguarda deferimento.
Álea Jacta Est..Jair Messias Bolsonaro está prestes a atravessar o Rubicão. Soma e segue o curso da história(por vezes cíclico). Saudações!
que coisa, ser censurado no blog duas ou três coisas??? democracia das ideias sem ofensas, pensava que podia!!!!!
Enviar um comentário