Já aqui falei um dia de Miguel Serpa Soares, que desempenha em Nova Iorque o importante cargo de principal consultor jurídico do secretário-geral das Nações Unidas.
Há dias, Serpa Soares deu uma entrevista ao "Diário do Alentejo" na qual falou das suas atuais funções e do método que utiliza para nelas ser eficaz. Retive isto, a propósito das intervenções em reuniões: "Pensar bem as nossas intervenções, preparar com cuidado as apresentações, fazer um esforço para ser sucinto e, claro está, não ter intervenções inúteis ou superficiais".
Como seria importante que esta recomendação de bom senso estivesse afixada em muitas salas onde vulgarmente, e durante horas, assistimos a monólogos de quem só se ouve a si próprio, de quem intervem apenas por intervir e para marcar o ponto, de quantos se enfatuam em platitudes e lugares-comuns, com ares de profundidade e importância que só o próprio parece reconhecer. Falar pouco, dizer apenas o essencial e, em especial, não tornar a repetir, por outras palavras, o que imediatamente antes já se disse - são algumas regras de ouro para a prática dos diplomatas, mas não só.
12 comentários:
Pretendera o Sr. Embaixador por esta invia via, sugerir alguma coisa sobre o que escrevemos nas caixas de comentários?
De repente, lembrei-me do Eduardo Lourenço. Com a agravante de que o discurso é feito com muitos "ehe", "hãã" pelo meio.
Ó Jaime Santos, você está a meter-se com o Freitas? Olhe que ele dá-lhe já com 5000 carateres que você até se lixa!
Caro anónimo das 17:03, Nem pensei em tal coisa! Estava a falar de mim próprio ;-) !
"assistimos a monólogos de quem só se ouve a si próprio, de quem intervem apenas por intervir e para marcar o ponto"
Limpinho, é o que anda a fazer a Heidi do BE por Paris !
Ou, por outras palavras, na célebre frase que relembrei recentemente quando a li no tecto de um café em Thessaloniki, 'silence is better than bullshit'.
Para a sua atenção:
http://www.finanzas.com/xl-semanal/firmas/por-arturo-perez-reverte/20150913/godos-emperador-valente-8841.html
De repente lembrei de políticos! Não escapa um...
ó anónimo:se tivesses um décimo da coragem da Heidi e um vigésimo da sabedoria da criancinha,há muito que não serias mais uma ovelha do rebanho do avô "cantigas"...
Studebaker, marca já "desaparecida nas brumas da memória,como o Cunhal (Avô Cantigas).
E que os nossos candidatos à AR lessem, diferissem e fizessem tudo diferente, ao proporem-se desempenhar essas funções.
Estamos no século 21, mas não parece. E isto serve para todos, sem excepção. Será que o povo português é parvo?
idem idem aspas aspas para intervenções na ar e em debates televisivos...
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