O Porto decidiu agora, como animação sazonal, colocar um sinaleiro junto à ponte D. Luiz.
Sempre fui um fã dos "cabeças de giz", cuja avaliação dos fluxos de trânsito será sempre muito mais racional do que a de qualquer semáforo. Contudo, entendo bem que, nos dias de hoje, não se possa "desperdiçar", com regularidade, a utilização de polícias nessas tarefas. Mas acho importante, porque fazem parte da iconografia das cidades, não esquecer figuras como o sinaleiro Inácio, por alguma razão conhecido como o "bailarino", que encantava a cidade de Lisboa com a sua coreografia.
Ainda antes da 2ª guerra mundial, o Automóvel Clube de Portugal lançou, com apoio de algumas empresas, uma campanha nacional intitulada "Natal do Sinaleiro", que se tornou muito popular nos anos 50 e 60, com o apoio do "Diário de Notícias" e de "O Século". Tratava-se de mobilizar a afetividade pública face a esses agentes da ordem rodoviária. Os automobilistas eram estimulados a deixarem prendas junto dos seus sinaleiros favoritos. As ofertas chegavam a ser porcos, cabritos, sacos de batatas, garrafões de vinho, azeite, diversos outros produtos alimentares e até dinheiro!
Fica aqui uma foto desses outros tempos, no Cais do Sodré.
6 comentários:
Que tempos felizes me fez vir à memória! Recordo o sinaleiro que trabalhava em frente à Estação do Rossio, dirigindo o tráfego com os gestos elegantes das suas mãos enluvadas.
Feliz Natal.
if
E havia o " maître de ballet" Inácio, no cruzamento da António Augusto de Aguiar com a Marquês de Fronteira. Grande falta faz. Era bem melhor que os semáforos que lá estão e que foram recentemente alterados, causando filas que chegam quase ao Aqueduto das Águas Livres. Tudo, presume-se em benefício de um armazém espanhol que não irei nomear.
JPGarcia
Sobre Polícias Sinaleiros, recordo o do Largo do Rato, nos anos 50/60. Era e é um local dos mais complicados em termos de trânsito automóvel em Lisboa, onde hoje, para as pessoas atravessarem, perdem imenso tempo. Penso que, atualmente, o Sinaleiro resolveria bem melhor essa situação do que os clássicos sinais luminosos.
MT
Francisco muito obrigada por este bocado de passado que trouxe ao presente!
E eu lembro o sinaleiro da entrada de Santarém que quando nós cinco irmãos, empacotados no banco de trás do carro do meu pai, ali passávamos, indo ou vindo de férias, parava o trânsito contrário para nos dar passagem e fazermos uma enorme festa de adeuses e berraria pelas janelas - cumprimentando o Ângelo, conterrâneo e, naturalmente, amigo.
João Vieira
Muito gosta a malta do porto de imitar.
Eheheeheh !
JC
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