quinta-feira, dezembro 25, 2014

O sinaleiro e o Natal


O Porto decidiu agora, como animação sazonal, colocar um sinaleiro junto à ponte D. Luiz. 

Sempre fui um fã dos "cabeças de giz", cuja avaliação dos fluxos de trânsito será sempre muito mais racional do que a de qualquer semáforo. Contudo, entendo bem que, nos dias de hoje, não se possa "desperdiçar", com regularidade, a utilização de polícias nessas tarefas. Mas acho importante, porque fazem parte da iconografia das cidades, não esquecer figuras como o sinaleiro Inácio, por alguma razão conhecido como o "bailarino", que encantava a cidade de Lisboa com a sua coreografia.

Ainda antes da 2ª guerra mundial, o Automóvel Clube de Portugal lançou, com apoio de algumas empresas, uma campanha nacional intitulada "Natal do Sinaleiro", que se tornou muito popular nos anos 50 e 60, com o apoio do "Diário de Notícias" e de "O Século". Tratava-se de mobilizar a afetividade pública face a esses agentes da ordem rodoviária. Os automobilistas eram estimulados a deixarem prendas junto dos seus sinaleiros favoritos. As ofertas chegavam a ser porcos, cabritos, sacos de batatas, garrafões de vinho, azeite, diversos outros produtos alimentares e até dinheiro!

Fica aqui uma foto desses outros tempos, no Cais do Sodré.

6 comentários:

Ivete Ferreira disse...

Que tempos felizes me fez vir à memória! Recordo o sinaleiro que trabalhava em frente à Estação do Rossio, dirigindo o tráfego com os gestos elegantes das suas mãos enluvadas.

Feliz Natal.
if

Anónimo disse...

E havia o " maître de ballet" Inácio, no cruzamento da António Augusto de Aguiar com a Marquês de Fronteira. Grande falta faz. Era bem melhor que os semáforos que lá estão e que foram recentemente alterados, causando filas que chegam quase ao Aqueduto das Águas Livres. Tudo, presume-se em benefício de um armazém espanhol que não irei nomear.
JPGarcia

Anónimo disse...

Sobre Polícias Sinaleiros, recordo o do Largo do Rato, nos anos 50/60. Era e é um local dos mais complicados em termos de trânsito automóvel em Lisboa, onde hoje, para as pessoas atravessarem, perdem imenso tempo. Penso que, atualmente, o Sinaleiro resolveria bem melhor essa situação do que os clássicos sinais luminosos.
MT

Helena Sacadura Cabral disse...

Francisco muito obrigada por este bocado de passado que trouxe ao presente!

Anónimo disse...

E eu lembro o sinaleiro da entrada de Santarém que quando nós cinco irmãos, empacotados no banco de trás do carro do meu pai, ali passávamos, indo ou vindo de férias, parava o trânsito contrário para nos dar passagem e fazermos uma enorme festa de adeuses e berraria pelas janelas - cumprimentando o Ângelo, conterrâneo e, naturalmente, amigo.
João Vieira

Anónimo disse...

Muito gosta a malta do porto de imitar.
Eheheeheh !

JC

João Miguel Tavares no "Público"