Há dias, falei por aqui das "brancas" que, por vezes, nos acontecem, quando queremos lembrar-nos do nome de alguém que está perto de nós. Outro caso, não menos ou ainda mais embaraçante, tem a ver com as trocas de nomes, que muitas vezes ocorrem.
Ontem, num almoço com diplomatas, alguém lembrou uma cena que ficou célebre num Conselho de ministros europeu. O ministro da Economia do Luxemburgo tinha um apelido que lembrava uma figura do tempo do III Reich, Goebbels. Esse político socialista luxemburguês é um homem simpático, que conheço pessoalmente e que sempre imaginei que, ao longo da sua vida, deve ter protagonizado vários episódios derivados do facto de partilhar o nome com o antigo ministro da Propaganda de Hitler.
Nessa reunião, o orador seguinte o Goebbels foi a comissária francesa, Edith Cresson. Querendo referir-se à intervenção que acabara de ouvir, cometeu um "pequeno" erro, por uma subliminar associação de ideias: tratou o ministro luxemburguês por "M. Goering", confundindo com o chefe da Força aérea da Alemanha nazi. Quem assistiu ao percalço diz que a sala se revelou divertida com o incidente, que o ministro visado não terá levado a mal.
Outro colega presente ao almoço de ontem recordou o dia em que o antigo secretário-geral da NATO, Joseph Luns, numa visita a Lisboa, ao dirigir-se ao embaixador português António Cascais, teve um lapso geográfico e o tratou por "Mr. Estoril"...
6 comentários:
Joseph Luns não tem "d" no nome. Lembro-me que, em meados dos anos 80, veio a Lisboa despedir-se quando deixou o cargo de SG da OTAN e tratou sempre Mário Soares, então PM, por " Monsieur le Président du Conseil". Este começou por não achar graça mas depois habituou-se. Antes da OTAN, Luns havia sido durante muitos anos MNE da Holanda e frequentou Salazar nessa qualidade. Os hábitos ficaram, mesmo depois do 25 de Abril.
Obrigado pela correção do nome
Conta-se o caso do diplomata dado a esquecer nomes , sabedor de que a mulher do novo chefe era muito ciosa de seu nome , Mme. Osta , achou que com esta não tinha perigo de esquecer. Na segunda visita a embaixatriz a saudou como Mme. Erda.............
Mas no ultimo caso, pelo menos, o Sr. Joseph Luns, conhecia bem a geografia... das praias!
José Barros
nome pouco cómodo, não sei se ainda existem hitlers na alemanha ou noutros lugares, seria de mudar. diz se que durante muitos anos na alemanha ninguem dava aos filhos o nome de adolfo.
ouvi uma vez uma grande pintora luso-moçambicana, bertina lopes, referir se numa homenagem que lhe foi feita em lisboa pelo instituto camões, quando quiz dizer samora machel, o que disse foi o salazar, uma grisota na sala, ela corrigiu logo para "o samora machel", lapso linguae aliás tortuoso, curioso.
estoril por cascais tambem está bem, tem a aproximação...
E quem é que nunca acordou, olhou para o lado e perguntou a si próprio - Como é que esta se chamará?!
Ninguém? Já calculava. Só a mim é que isto acontece...
JF
(aqui o anonimato justifica-se)
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