segunda-feira, julho 14, 2014

TAP ?

Que se passa com a TAP? A toda a hora, ouço cada vez mais reclamações sobre o funcionamento daquela que, desde sempre, foi a minha companhia aérea favorita. Os atrasos, o cancelamento de voos, a displicência regular de muito do pessoal estão na boca de toda a gente, a somar a uma atitude arrogante e sempre auto-justificativa da companhia, quando contactada para explicar as deficiências. Há dias, depois de uma "seca" de mais de uma hora num aeroporto europeu, nem a uma palavra simpática de desculpas tivemos por parte do comandante. Como se já fosse natural... Outras vezes é aquela encanitante justificação de que "o atraso se ficou a dever à chegada tardia do avião", como se isso fosse argumento para quem esperou, que gostaria de perguntar: "e por que chegou tarde?"

Num passado que tínhamos por longínquo, a TAP era mal vista, tida por irregular, se bem que segura. Ironizava-se então que a sua sigla significava "Take Another Plane". Com os anos e, ao que parece, com o que foi a ação do "dream team" brasileiro, a TAP mudou de imagem e, claramente, de "performance". Começaram a ser publicitados os prémios que recebia, embora nós saibamos a "valia" objetiva desses troféus de raiz comercial. Mas o país recuperou o orgulho na sua companhia, interrogando-se mesmo sobre a racionalidade da sua privatização.

Mais recentemente, porém, as queixas voltaram a surgir, as ironias a crescer: "Vais na TAP? Prepara-te para os atrasos..." Amigos estrangeiros usam-me como alvo das suas crescentes reclamações: "não se pode confiar na TAP para estar a horas numa reunião!". Na operação Brasil, na qual a TAP voa para dez cidades com cerca de 70 voos semanais, e que continua a ser a "galinha dos ovos de ouro" da companhia, assistiu-se, há semanas, a queixas oficiais brasileiras, somadas a declarações iradas de muitos passageiros prejudicados. Na operação europeia, não passa um dia sem que se encontrem pessoas que procuram "fugir" da TAP, pelos seus atrasos já endémicos, a que se soma um serviço aos passageiros que decaiu de qualidade de forma notória, em especial nas refeições. Nos voos, as apresentações sonoras feitas pelos tripulantes, em especial em francês mas frequentemente também em inglês, são de uma pobreza lamentável, sendo já um "must" para gozo dos viajantes. Fica a ideia que a TAP já se acomodou ao declínio inexorável da sua imagem. Será assim?

Vem aí o "pico" do Verão e, por maioria de razão, teme-se ainda o pior.*

*Leia-se isto.

12 comentários:

ignatz disse...

a tap foi sempre arrogante, antes, depois e agora, o pessoal foi sempre intragável. antes não se notava porque ninguém andava de avião, depois deu nas vistas pelos atrasos e agora por razões de segurança.

Anónimo disse...

A TAP está ser degradada para ser vendida a patacos, em Setembro.

ignatz disse...

"Há dias, depois de uma "seca" de mais de uma hora num aeroporto europeu, nem a uma palavra simpática de desculpas tivemos desculpa por parte do comandante."

bem se vê que não voa na mesma tap dos que descontam dias de trabalho e arriscam desemprego para inalar chulé numa noite mal dormida num aeroporto por atrasos atrasadamente justificados com redundâncias. parece que a grande maioria dos atrasos é devida à espera dos clientes da executiva, nomeadamente diplomatas e governantes que por norma telefonam a pedir para aguentarem os cavalos, portanto não se queixe dessas insignificâncias de 1 hora.

Francisco Seixas da Costa disse...

Como diplomata ou governante, não pedi nunca para atrasar a TAP. Mas não sei o que se passa hoje. Na nota que fiz, eu viajava em económica. Como vai essa vesícula, Ignatz? Mal, já se vê...

Casimiro Rodrigues disse...

Todos sabemos o que acontece e desde quando acontece os problemas da TAP. Só que é de alguma forma proibido falar. Se falamos somos taxados disto e daquilo. Mas lá vai. Vou repetir, para desconforto de uma maioria. Os Problemas que enfraquecem a TAP , são oriundos da força que possui o Sindicato dos funcionários. entre as coisas mais horríveis que eles fazem, que desacredita a Cia e assim a vão destruindo. Porque e desde quando essa força sindical vem destruindo a TAP. Desde o 25a que deu força aos trabalhadores, e tirou direitos ao patronato, isto são directrizes dos governos da esquerda velha e danosa aos interesses progressistas. Ponto.

patricio branco disse...

creio que o que se passa é que a companhia se pôs a abrir inumeras novas rotas, brasil (bom ir a brasilia, mas porquê a manaus?) paises do leste europeu (porquê s. petersburgo?) rotas interessantes sem duvida, mas os aviões, a frota, já não dão.
eles bem dizem que estão à espera dos novos aviões que encomendaram que resolverão os atrasos, etc
talvez seja tambem isso, degradar para vender a preço de saldo e dizer que tem de se vender, etc

Pedro disse...

Eu fujo da Tap, para mim sinónimo de "alta probabilidade de atraso" mas também "elevada possibilidade de ir a outro aeroporto antes do meu destino"! Explico:
- viagem Lisboa-Bruxelas: o voo foi atrasado e só dentro do avião dou conta que o voo Lx-Br foi modificado e passou a Lisboa-Amesterdão-Bruxelas! Não houve qualquer aviso prévio, e lá "subimos" para depois descermos;
- viagem Copenhaga-Lisboa: o voo foi alterado para Copenhaga-Oslo-Lisboa, confusão total, passageiros a serem obrigados a ficar em terra, o pessoal do aeroporto em Copenhaga incomodado com o que tinham que estar a gerir, os funcionários da Tap presentes riam-se sem disfarçar, um fartote...
E quantas vezes o profissionalismo a bordo raia a vulgaridade? Como por exemplo flirts descarados de assistente(s) de bordo com alguns passageiros, e não foi só uma vez que presenciei isto...

Anónimo disse...

Quando o meu destino final implica ligações, nunca entro num avião TAP, tenha lá ele o nome que tiver!

E, assim é, vai para 30 anos.

Anónimo disse...

O futuro da TAP está amordaçado em um sindicato de trabalhadores que não aceita negociar mordomias e salários insultuosamente altos para cargos e funções que nem de longe nem de perto justificam esses valores. A TAP tem um conjunto de funcionários acomodados e habituados a um nível de vida nada condizente com a realidade de Portugal e até de outras companhias de países com uma situação economica muito mais desafogada que Portugal. Quando se convencerem que hospedeiras e comissários de bordo (por exemplo) são empregados de um bar que fica num avião, irão entender que deverão ter um salário condizente com isso e não o salário absurdamente alto que ganham hoje. Mexer nas condições dessa gente implica ameaças de greve, amuos e falta de disposição e simpatia para o trabalho. É gente muito mal habituada. A administração da TAP tem que enfrentar esse problema urgentemente, é o prestígio da companhia que está em causa.

mbs disse...

concordo com o anónimo das 12.29. Ao Casimiro Rodrigues devo dizer que enquanto houve governos de esquerda não havia reclamações como agora. Não existe o sindicato dos funcionários da Tap...Mas quando a Tap tinha rotas só para destinos necessários e não para encher o olho de futuros compradores a quem será "possivelmente" vendida a dez tostões, era boa. Quando se pressiona a companhia para dar lucro a todo o custo, se limita a formação e o salário de quem lá trabalha ou quer trabalhar,o resultado final só pode ser este. E muito tem sido feito por esta admnistração com as ferramentas de que dispõe. Sempre ouvi dizer que não se fazem omoletas sem ovos... Mas "atrás de mim virá quem de mim bom fará"...

Anónimo disse...

Não há desculpa para a má qualidade do francês que se ouve nas cabines que me envergonha como português e me faz sentir em pleno salazarismo. Altura de ser mais exigente no recrutamento do pessoal de bordo.

Roberto Moreno disse...

A quem possa interessar, saber algo mais sobre este titulo da revista VISÃO – “Ainda se pode confiar na TAP?” - Possuo mais informações, em um Dossiê, fundamentado, para que jornalistas, curiosos, possam realizar uma belíssima Grande Reportagem. - O tema é sobre as relações entre a Fundação Geolíngua e a TAP, na ultima década, e, o que é que está no DIAP, à este respeito. - Pode-se ter a certeza que a TAP será seriamente afectada se a imprensa se interessar em investigar o que há, pois, este Caso, é, apenas a pontinha do que há nos calabouços do DIAP.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...