Devo dizer que, no que me toca, fiquei completamente indiferente à notícia de que o Foreign Office tinha um "contingency plan" para os seus cidadãos, para o caso de poder haver uma situação extrema de crise em Portugal e em Espanha.
Os países e as diplomacias mais organizadas - e o serviço diplomático britânico é "apenas" o melhor do mundo - fazem exercícios constantes de planeamento para situações extremas, em todos os cenários geopolíticos, o que lhes permite terem uma noção quantificada e qualificada dos meios que têm de mobilizar em situações de emergência. Isso é válido para uma crise financeira, como o é para uma convulsão social, para um terramoto ou um acidente nuclear.
Esta "obsessão" com a organização retira, a esses países, a "graça" de testarem a capacidade de improviso das suas gentes e estruturas - faculdade em que países como Portugal são mestres. Verdade seja que, no caso português, existe, desde há alguns anos, uma unidade de "emergência consular" no MNE que já criou uma certa massa crítica, que lhe permite orientar-se por rotinas já seguidas, com êxito, no passado.
Esta "obsessão" com a organização retira, a esses países, a "graça" de testarem a capacidade de improviso das suas gentes e estruturas - faculdade em que países como Portugal são mestres. Verdade seja que, no caso português, existe, desde há alguns anos, uma unidade de "emergência consular" no MNE que já criou uma certa massa crítica, que lhe permite orientar-se por rotinas já seguidas, com êxito, no passado.
Interessante foi ver o nosso paupérrimo "jornalismo" televisivo, que tem de inventar o inimaginável para encher de "chouriços" (a expressão é do jornalismo, não é minha) a mais de hora e meia dos seus lamentáveis telejornais, a entrevistar cidadãos ingleses ao sol algarvio, perguntando-lhe, patrioticamente, se não temiam um colapso do sistema bancário português. Esses britânicos, serenos e educados, pouparam-nos à humilhação de revelar que, com toda a certeza e naturalidade, utilizavam as suas instituições financeiras além-Mancha e, com probabilidade, não tinham confiado as suas poupanças ao BPN ou ao BPP...
8 comentários:
nao ha dinheiro melhor empregue pelo estado que o dado a uns pascacios de microfone na mao...
verdade seja dita que, infelizmente, muitos dos que os veem tambem ja la vao a caminho...
a ignorancia e uma doenca, mas felizmente, tambem o conhecimento
bem haja
Como o sr. Balsemão se arroga neste direito:
7.O Expresso sabe, também, que em casos muito excepcionais, há notícias que mereciam ser publicadas em lugar de destaque, mas que não devem ser referidas, não por auto-censura ou censura interna, mas porque a sua divulgação seria eventualmente nociva ao interesse nacional. O jornal reserva-se, como é óbvio, o direito de definir, caso a caso, a aplicação deste critério.
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/estatuto-editorial=s24792#ixzz1h6NSuJRb
É lógico que a SIC passe notícias destabilizadoras...
É a "justiça" à "robber baron", ou globalista... vá-se lá saber.
Os nossos jornalistas ADORAM entrevistar estrangeiros na rua. Por tudo e por nada. Parece que os turistas, sejam eles espetadores de um concerto, leitores de um jornal ou devoradores de pastéis de Belém possuem uma sabedoria muito própria que os jornalistas acham necessário expor para bem da comunidade. Eu ainda não a alcancei...
Senhor Embaixador, estou escandalizado!
A defender os bifes e nem uma palavrinha de emoção e recolhimento para o falecido Presidente Kim jong-il (que é sempre um Chefe de Estado, como dizia Salazar em 1945, a explicar o luto nacional pela morte do Chanceler Hitler)!
A necrologia está fraca neste blogue! Nem Vaclav Hável, nem Cesária Évora ... Vou vir menos por aqui.
a) João da Mata, Pompes Funèbres 24 heures par jour, primo e credor do Feliciano da Mata
Senhor Embaixador: na cidade onde vivo publica-se um jornal no qual um antigo jornalista publica umas pequenas crónicas sobre temas nacionais.O referido senhor-com cujas posições ideológicas me não identifico-usa uma expressão curiosa para designar os "jornalistas" que V. Exa menciona chamando-lhes"carregadores de microfones".
E permita-me uma outra nota para assinalar que não fora o post de V.Exa e não saberia que hoje começaram as negociações sobre o novo tratado intergovernal.
Como é obvio isso não é assunto que interesse a nossa comunicação social,inclusive e principalmente. a pública.
"Esses britânicos, serenos e educados, pouparam-nos à humilhação de revelar que, com toda a certeza, utilizavam instituições financeiras além-Mancha e, seguramente, não tinham confiado as suas poupanças ao BPN ou ao BPP..."
No contexto , das suas palavras dá para inferir que os britânicos, para além de serenos e educados , são espertos, ao contrario de outros , por exemplo nós, não teremos tantas virtudes ...
Para embaixador da pátria tuga , dá que pensar...
Ogman
O Senhor João da Mata gosta das necrologias actualizadas. Tem razão, já que se trata do seu mister.
Agora ser credor do primo - julgo que no sentido económico e não filosófico - é que me choca. Então, se não pagamos à Família, como é que iremos pagar aos bancos, coitados!
Ó Sra. D.Helena, então eu havia de pagar adiantado a esse meu primo cangalheiro pelo caixão que já lhe encomendei? Até dava azar...
Esperando servi-la
a) Feliciano da Mata
PS - O Senhor Embaixador é bom demais com os ingleses!
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