Há minutos, ao passar em "zapping" pela BBC, dei-me conta que conhecia bem a cara de quem falava. Parei um pouco. Era o embaixador britânico que acabara de ser expulso de Teerão, onde chegara apenas em outubro passado. Era Dominick Chilcott.
Então ainda jovem diplomata, Dominick era contacto regular da nossa Embaixada em Londres, no "desk" do "Europe Directorate", nos dois primeiros anos da minha estada no Reino Unido. Um dia, convidou-me para almoçar e, com pedido de discrição, revelou-me que ia ser colocado na embaixada britânica em Lisboa. Lá o voltei a encontrar, durante mais dois anos, depois do meu regresso ao MNE, em 1994. Dominick Chilcott viria a ser chamado de volta a Londres e a ingressar no gabinete do MNE britânico e, por diversas vezes, cruzámo-nos nas coisas europeias, onde a atípica posição britânica justificava maior atenção. Em 1998, num elevador do "Justus Lipsius", em Bruxelas, disse-me que acabava de ser colocado na missão do seu país junto da União Europeia. Com frequência, fomo-nos por lá vendo, até à minha partida para Nova Iorque, em 2001. Perdi-o de vista desde então, como às vezes acontece com colegas estrangeiros.
Dominick Chilcott é um diplomata discreto, com sentido de humor, muito bem preparado e de uma só palavra, como tive ocasião de provar.
Agora, à pressa e sob riscos para si e para sua família, teve de abandonar o posto. A vida tem destas coisas, Dominick! "Bon courage"!
Agora, à pressa e sob riscos para si e para sua família, teve de abandonar o posto. A vida tem destas coisas, Dominick! "Bon courage"!
3 comentários:
Francisco
Que bondade !
Então hoje eu conheci um grande politico!
Com carinho e amizade Monica
Também vi a entrevista! Excelente currículo diplomático, particularmente o ângulo português e o relacionamento pessoal que refere. Pena a experiência por que passou! “C'est la vie, diplomatique aussi”! Cumprimentos.
Que mal terá feito (ou deixado de fazer) o senhor Chilcott para ser enviado para aquelas paragens in the first place?
DL
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