O cenário é a Hatchards, uma bela livraria de Londres, na tarde de ontem. Passo lentamente os olhos pelas estantes especializadas em temas internacionais e, subitamente, deparo com um livro de memórias políticas de Stephen Wall, antigo embaixador britânico em Lisboa e, mais tarde, junto da União Europeia.
Durante quase seis anos, a partir de 1995, negociei com Wall, em Bruxelas, coisas tão variadas como os pormenores dos tratados europeus, os fundos comunitários, a doença das vacas loucas ou os direitos humanos no Timor ocupado. Wall havia sido assessor de John Major e sê-lo-ia também de Tony Blair. É unanimemente considerado um dos grandes especialistas britânicos em temas europeus. Perdi-o de vista a partir de 2001 e tinha a ideia de que havia abandonado as tarefas de “civil servant”, que andava pela vida empresarial.
Durante quase seis anos, a partir de 1995, negociei com Wall, em Bruxelas, coisas tão variadas como os pormenores dos tratados europeus, os fundos comunitários, a doença das vacas loucas ou os direitos humanos no Timor ocupado. Wall havia sido assessor de John Major e sê-lo-ia também de Tony Blair. É unanimemente considerado um dos grandes especialistas britânicos em temas europeus. Perdi-o de vista a partir de 2001 e tinha a ideia de que havia abandonado as tarefas de “civil servant”, que andava pela vida empresarial.
Volto-me para ir pagar o livro e com quem dou de caras, a dois metros de mim? Com Stephen Wall, aliás, Sir Stephen Wall. Um abraço, trocámos novos telefones actualizados, falámos das famílias e despedimo-nos, com um almoço combinado para daqui a semanas.
Dando eu de barato que Wall não se dedica a controlar, nas tardes chuvosas de Londres, as estantes das lojas onde se vendem as suas obras, há que convir que a ocorrência deste encontro, na ocasião da compra do seu livro, configura uma hipótese entre milhões. Não há coincidências? Sei lá! (citando dois títulos de Margarida Rebelo Pinto, que, talvez também por um acaso, não li.)
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