Percebo pouco de arquitectura e, talvez por isso, a obra de Álvaro Siza Vieira que ainda mais me toca continua a ser um dos seus primeiros trabalhos - a Casa de Chá da Boa Nova (na imagem), em Leça, perto do Porto. Mas tenho visto dele outras coisas magníficas, de uma genialidade quase mágica. Embora, também por vezes, tenha de confessar a minha dificuldade em reconciliar-me com certas soluções por ele encontradas, como foi o caso da reconstrução do Chiado, em Lisboa.
Esta minha condição de assumido leigo, e de mero leitor impressionista das suas obras, não me impede de notar que os principais meios da arquitectura universal têm hoje um elevadíssimo apreço por Siza Vieira. Recordo-me que Oscar Niemeyer, quando lhe fui apresentado, me disse espontaneamente: "vocês têm um arquitecto de grande qualidade, lá em Portugal: Álvaro Siza".
A cumular todos os prémios que tem recebido por esse mundo fora, Siza Vieira foi hoje galardoado com o mais importante do Reino Unido, um país onde as coisas da arquitectura, ao que sei, são tratadas com imenso rigor.
Num tempo de algum exacerbar da nossa proverbial tendência para a auto-flagelação, este tipo de acontecimentos deveria ajudar a alimentar o orgulho nacional português. Mas será que vai?
Esta minha condição de assumido leigo, e de mero leitor impressionista das suas obras, não me impede de notar que os principais meios da arquitectura universal têm hoje um elevadíssimo apreço por Siza Vieira. Recordo-me que Oscar Niemeyer, quando lhe fui apresentado, me disse espontaneamente: "vocês têm um arquitecto de grande qualidade, lá em Portugal: Álvaro Siza".
A cumular todos os prémios que tem recebido por esse mundo fora, Siza Vieira foi hoje galardoado com o mais importante do Reino Unido, um país onde as coisas da arquitectura, ao que sei, são tratadas com imenso rigor.
Num tempo de algum exacerbar da nossa proverbial tendência para a auto-flagelação, este tipo de acontecimentos deveria ajudar a alimentar o orgulho nacional português. Mas será que vai?
2 comentários:
Também eu percebo pouco de arquitectura. Mas, ao contrário, sei muito bem do que gosto. E Siza como Oliveira ou Saramago, três ícones nacionais lá fora - menos cá dentro... - têm coisas de que gosto muito e outras de que não gosto nada. Como exemplos dou a "pala" do primeiro, "os canibais" do segundo e o "ensaio sobre a cegueira" do terceiro. Possivelmente noutra encarnação gostarei de tudo isto. Deverei é gostar menos de mim, o que será uma pena.
Qualquer destas obras é, deve ser feita, também, para ser apreciada pelos leigos e não só por especialistas, acho eu. Por isso concordo consigo quando diz que faz bem ao ego nacional um prémio destes. Mas tenho pena que a obra me não diga grande coisa...
Aliás, há em Vieira uma faceta de comercializar objectos - taças, serviços e outros artefactos decorativos - que, num homem da craveira do premiado, me surpreende negativamente.
Mas quem sou eu, que pasmo e me maravilho perante Gaudí, para julgar o "maior" arquitecto português?
De Siza à Gastronomia...com Mobiliário de permeio:
A propósito de Siza Vieira e desde já subscrevo o que Seixas da Costa aqui diz, a propósito da singela homenagem que lhe presta, aproveitaria para recordar que Siza (para além do reconhecimento internacional, concorde-se ou não com o seu estilo) também desenha mobiliário e aqui aproveitaria para recomendar aqueles, como Francisco Seixas da Costa, que são apreciadores da boa gastronomia, vão um dia até ao Gerez, ao restaurante o Abocanhado, onde se come magnificamente, ainda que a preços menos adequados à crise actual, se desfruta uma paisagem belíssima e podemos apreciar a excelente obra dos arquitectos António Portugal e Manuel Reis, responsáveis pelo projecto, bem integrado na paisagem, do edifício…e o mobiliário desenhado precisamente por Siza Vieira. Só por isso tudo, mas igualmente pela qualidade do que ali nos é servido (incluindo a boa garrafeira), vale a pena a despesa, pelo menos uma vez!
P.Rufino
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