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Expliquei, com algum orgulho, que a simples colocação desse nosso novo passaporte numa máquina, combinado com o olhar para uma câmara, resulta na abertura de uma porta de vidro, com livre passagem e imediata entrada no país. Tudo em 30 segundos.
Posta de parte a leitura pessimista de um amigo, que é simultaneamente meu e da onça, o qual objecta que, dessa forma, ficamos mais tempo à espera das malas que tardam a chegar às esteiras, há que reconhecer o muito que andámos desde os tempos em que a rapaziada da Pide nos escrutinava com um olhar oblíquo que, por mais inocentes que estivéssemos, nos provocava alguma pontual taquicardia. Eu sei que há uma diferença imensa entre a sinistra Pide e o benévolo SEF, mas, mesmo assim, confesso que prefiro o anonimato orweliano da nova máquina. E, a julgar pela cara dos meus amigos estrangeiros, eles também…
2 comentários:
Senhor Embaixador,
Mas essa coisa da nossa cara ficar "chapada/arquivada", nos serviços de fronteiras, dos aeroportos, já está em uso há mais de dois anos nos aeroportos da Ásia. Quanto ao seu amigo e simultaneamente da "onça", adorei!
Sempre existiu um amigo desses (do onça) na carreira de um "diplomata".
Até eu um mero "manga de alpaca" (reformado) tive alguns e nunca me vi livre da sacanagem de seus sorrisos...
Uma beleza, estas tecnologias.
Um dia, um chip implantado. C'est la vie!
Quanto à "onça", não é necessário subir-se tanto na escada das elites (vénia) para que o rosnado se ouça. Melífluo...
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