Interessante o que escreve hoje, no "Libération", Luis Sepúlveda - um jornalista e escritor chileno cuja leitura muito recomendo: "A vida em sociedade torna-se estranha quandos nos aproximamos dos 60 anos; eu falo de livros que os outros não leram e os outros falam de livros que eu não tenho nenhuma vontade de ler".
E ele ainda não sabe que isso se torna porventura mais verdade quando já se passou dos 60 anos...
E ele ainda não sabe que isso se torna porventura mais verdade quando já se passou dos 60 anos...
4 comentários:
Meu Caro Francisco, blog de um embaixador, ainda que no registo pessoal, na capital da cultura (nos anos 60 era assim que se dizia, enquanto se via o À bout de souffle e se lia os Cahiers du Cinéma)só pode ter o aplauso dos teus amigos.
Por mero acaso voltei hoje a postar no blog puxapalavra donde por falta de tempo andei arredado há meses quando recebo esta tua boa notícia. Voltei a dar o contributo à Pátria agora no MAI (ironia do destino?). Por outro lado fiquei presidente da direcção do Movimento Cívico Não Apaguem a Memória - NAM (memória da luta pela liberdade durante a ditadura)o que me deixa menos tempo para a blogosfera.
Temos um site em remodelação http://maismemoria.org e um blog http://caminhosdamemoria.wordpress.com
Lamentavelmente não me apressei a visitar Brasília e assim já não terá tanta graça.
Vou acompanhar Duas ou Três coisas com curiosidade e interesse. E vou colocar no Puxa Palavra e no Memórias o obrigatório link.
Um abraço.
Pois eu atrevo-me a aconselhá-lo a ler um livrinho que terminei ontem: "Ma mère avait les mêmes" de Philippe Delerm.
Quem tem gosto pelos petits riens da vida e pelas subtilezas da língua francesa só pode ficar viciado nos livros deste autor. Foi o que me aconteceu ao descobrir "La première gorgée de bière et autres plaisirs minuscules".O título fez-me sede...e cada novo livro tem sido a sensação de um primeiro gole de cerveja!(Para os apreciadores, claro!)
Delerm dirige agora uma editora "Le goût des mots" que congrega outros autores que brincam com a língua francesa.
Fátima Ramos
"E ele ainda não sabe que isso se torna porventura mais verdade quando já se passou dos 60 anos..."
... ou quando se vêm os livros que se têm publicado em Portugal :-)
Livros... Até nas nossas opções por Eles nos damos a conhecer, mesmo sabendo os riscos do personalizar"egocentrismo"permito-me concordar com as opiniões emitidas, provavelmente a minha idade mental aproximar-se-à dos sessenta"Idoneidade precoce, pois claro" quanto aos livros consigo começar a lê-los indiscriminadamente...Depois têm que fazer a sua função... Estimular-me a lê-los, sendo que, estou ciente que aqueles que não o conseguem simplesmente não obedecem aos meus interesses de momento não consigo infligir-lhes qualquer relativismo de simbolo de qualidade literária...Mas também, Quem sou Eu?
Concordo que em Portugal um dos critérios de edição é a capacidade instalada para sedução da maioria de leitores... sem romantismo parece-me legitimo, a pergunta crua se é tão bom/qualificado por que é que não se vende? e o slogan velado de venda, a ofuscar os titulos dos livros bafejados pela sorte ou mérito, invejável de qualquer forma"Mais de 100 ooo exemplares vendidos-é contundente, ó i ó ai" and so on and so on... voilá...
Acho que escrever ás vezes é uma ousadia... Editar pode ser suicidio (económico)crónico...
Mas ler é o melhor exercício que conheço e é pena que não possamos dizer ler dispende calorias porque teriamos assegurado mais um segmento de população...A partilhar leituras...Mas também os livros de dietas desde os mais racionais/cientificos aos mais audazes se calhar num contexto de todos precisamos de viver ...E um referencial incontornável é o das maiorias(Os que mais se vendem) e das minorias(consequentemente os que menos se lêem). Não se "deve,mas pode" negar a evidência.
Isabel Seixas
Enviar um comentário