segunda-feira, novembro 01, 2021

Que fazer?

Um dia, que pode não estar muito distante, constatar-se-á que há medidas que a luta contra o aquecimento global tornará imperativas mas para as quais não haverá apoio democrático maioritário - porque muitas pessoas estão mais preocupadas com o fim do mês do que com o fim do mundo.

8 comentários:

Luís Lavoura disse...

Eu diria que as pessoas são realistas e compreendem que o consumo de grandes quantidades de energia é fundamental para a sua forma de vida e, de facto, para a existência sobre a Terra dos enormes números de seres humans que hoje existem. As pessoas compreendem que as alterações climáticas podem ser extremamente más, mas que só seria possível evitá-las regressando ao mundo do século 18. E ninguém está interessado nisso.

José disse...

De repente, lembrei-me da velha frase de Manuela Ferreira Leite.

Unknown disse...

O fim do mundo resolve o problema do fim do mês.

Ana Isabel Cruz

Joaquim de Freitas disse...

« Um dia, que pode não estar muito distante”, escreve o Sr.Embaixador.

Depende do valor de “distante” ! Segundo a frase comummente atribuída a Einstein, sem as abelhas sobraria pouco tempo para os humanos. O seu desaparecimento em massa testemunha a chegada do apocalipse"

Pessoalmente, já estive mais preocupado que agora. Há dez anos, mais ou menos!

Parece que as abelhas são a vanguarda da extinção da humanidade. ”Em 2012, era o fim do mundo. Muitos cenários apocalípticos previam, pelo menos, para 21 de Dezembro de 2012.
A prova pelas abelhas? Um parasita de moscas os transformaria em zumbis, de acordo com os pesquisadores. Uma transformação digna dos piores cenários de ficção científica. Na verdade, é um parasita que faz com que as abelhas abandonem suas colmeias, desorientando-as e matando-as. O que explicaria o seu desaparecimento em massa.

E é justamente a ameaça do desaparecimento das abelhas que nos traz de volta, mais uma vez, ao cenário do Juízo Final. (...) Einstein não disse que se a abelha desaparecesse da face da Terra, o homem só teria alguns anos de vida?

Recordo que um, apicultor do sul de Ardèche dizia: “Quando eu era criança, o meu pai dizia-me que a partir de 5% de destruição, estávamos lixados…. A média nacional subiu para quase 30%.

Ouvimos os mesmos discursos alarmistas para o petróleo e o gás. Mas encontram novos jazigos todos os dias. O preço, esse, sim, é que sobe cada vez que a geo politica mexe no sistema.

Parece que descobriram novos jazigos no Dakota…O que os americanos queriam é que o russo não chegue à Europa…Não falta “energia”.

Senhor Embaixador: Preocupa-me mais, enfim “pas trop”, ver o mundo, atravessado por turbulências que põem em jogo uma nova divisão das comunidades humanas, em futuros escravos e oligarquias conquistadoras. Isso sim…

De qualquer maneira, o “ relógio do fim do mundo" um relógio conceitual no qual "meia-noite" representa o fim do mundo tem sido actualizado regularmente pelos directores do Bulletin of Atomic Scientists, com sede na Universidade de Chicago. Seremos avisados a tempo!

Um argumento, entretanto, deve ser suficiente para nos tranquilizar: 183 grandes anúncios do fim do mundo foram registados desde a queda do Império Romano. E o homem ainda está aí...

O fim dum mundo, talvez, mas o fim do mundo?

Jaime Santos disse...

No momento em que a vida e a propriedade da maioria daqueles que votam for colocado em causa, a opinião das pessoas mudará. Enquanto o aquecimento global for um problema alheio, isso não acontecerá. Esperemos que não seja então demasiado tarde para fazer alguma coisa.

Lúcio Ferro disse...

O apoio democrático depende essencialmente dos custos para os cidadãos. Os combustíveis fósseis têm de ser eliminados. Dificilmente tal sucederá enquanto existir lucro associado à exploração dos mesmos (extração/refinação) e benefício para o cidadão, que pagará ainda assim menos pela utilização desses combustíveis do que de outros. Em suma, deveriam os Estados criar condições para que a utilização de energias menos poluentes (onde o nuclear também pode ser incluído) se tornassem mais atrativas do ponto de vista do benefício dos cidadãos. Nesse sentido, deveriam ser concedidas vantagens fiscais e financeiras diretas e a fundo perdido a empresas privadas ou públicas que possam fornecer os mesmos tipos de benefícios aos cidadãos a custo inferior (sendo obrigadas a tal sob pena de perda das ajudas), essencialmente transportes eficientes e limpos, mais baratos. Claro que certos transportes (o avião é paradigmático) não podem de imediato ser convertidos em meios limpos, pelo que a sua circulação a nível global deve ser altamente taxada e alvo de tetos máximos de circulação, o que, garantidamente seria impopular, sobretudo se o tráfico remanescente ficasse limitado a certas elites.
Outro aspeto a ter em conta é o do paradigma alimentar, que tem de ser radicalmente alterado; a nível planetário, também será necessário passar para uma alimentação “verde”. Algo, porventura, muito mais difícil do que restringir o transporte aéreo e que irá demorar talvez gerações ou mesmo nunca vir a suceder.
Por fim, como aflora o Lavoura, somos demasiados num planeta com cada vez menos recursos. Somos demais e por isso estamos a dar cabo da Terra. Medidas de controlo de natalidade vigorosas e provavelmente muito impopulares têm de ser postas em marcha, a nível global e imediatamente. Para o sucesso das mesmas terá de ser feito um enorme esforço de educação e devem ser concedidos benefícios reais às vidas dos cidadãos que optem por não ter filhos e ou adotar. No concreto, por exemplo, a reimplementação de políticas anti natalidade, como as que vigoraram durante breve tempo na China. Se tal não for feito, a prazo, temo bem, nem com a implementação do que está esboçado nos parágrafos anteriores escaparemos a desastres cada vez piores.

José disse...

Lá anda o Joaquim Freitas a roubar textos aos brasileiros...

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/01/mosca-parasita-transforma-abelha-em-zumbi-segundo-cientistas.html

"zumbi" ?!

Luís Lavoura disse...

Lúcio Ferro,

essa sua ideia de impôr tetos máximos à quantidade de viagens aéreas disponíveis parece-me muito correta, embora, de facto, deveras impopular.

A sua ideia de controlo de natalidade, além de impraticável (a maioria dos países não dispõe de estruturas de governação a nível local tão funcionais como as chinesas, pelo que não seria possível impôr a todo e qualquer casal a limitação da sua natalidade, como os chineses conseguiram fazer), não é talvez verdadeiramente necessária, porque a natalidade está de qualquer forma a cair de forma estrepitosa na generalidade dos países (com a exceção de África e do Médio Oriente).

Bernardo Pires de Lima

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