domingo, novembro 14, 2021

Isto é à vontade do freguês?


A estação ferroviária de Santa Apolónia mudou radicalmente de côr. Mas então como é? Não há regras urbanas sobre as tipologias de cores deste tipo de edifícios? Um dia, alguém decidiu pintar de azul claro. Agora, a (outro?) alguém deu na mona pôr esta nova côr? Isto é assim? É “à vontade do freguês”? Quem pintou de azul tinha-se enganado? É que estamos a falar de (muito) dinheiro público! (Ah! E não é para aqui chamada a questão sobre se fica melhor assim ou assado.)

12 comentários:

Paulo Guerra disse...

Realmente...E até já foi assim. Ou pelo menos parecido porque as cores dos edifícios também desbotam com o sol. Por este caminho ainda vai chegar ao amarelo-torrado do Terreiro do Paço actual. Já que deve estar difícil encontrar a cor original. Também se pode dar o caso de já ter sido o novo grupo hoteleiro a decidir por este encarnado. Depois do antigo Ministério da Administração Interna também se ter transformado num hotel do Grupo Pestana na Praça do Comércio num abrir e fechar de olhos. Ou depois da construção dos blocos de apartamentos no Campo de Santa Clara ter alterando completamente a malha urbanística existente…nada melhor. Etc, etc, etc.


Em França lembravam-se de certeza de um Centro Cívico ou de até de um Museu dos Caminhos de Ferro na grande parte do edifício da Estação de Santa Apolónia agora cedido a mais um grupo hoteleiro. Só a Estação de Comboios mais emblemática do país. E enquanto o resto da Europa já está a tratar de enxotar o seu número exagerado de turistas em muitas cidades, em Lisboa ainda não devem ter feito essa contabilidade. Com tantos desafios novos pela frente e logo a começar pelo maior deles, o ambiental. Nem depois de enxotarem os mais velhos dos bairros históricos e da Baixa de Lisboa para dar asas ao alojamento local. E de Lisboa se ter tornado de repente numa Disneylandia do turismo de mochila. E em cada esquina nasceu um hotel.


E eu também sei que ajudou à requalificação de parte da cidade velha e inclusive à recuperação económica depois de uma recessão económica que nos foi imposta. Acho é que devia haver limites razoáveis para tudo e que Lisboa precisa essencialmente de mais lisboetas. E pata tentar aproximarmo-nos que fosse dos indicadores de habitação pública de outras Capitais europeias está sempre de chuva. E nada melhor que também continuar a instalá-los nos melhores edifícios públicos da Capital. Qualquer dia ainda chegam ao Palácio das Necessidades e lá têm que enxotar a sede do MNE. Pode ser que ainda venham aqui perguntar ao Sr. Embaixador que cor gostaria mais para substituir o belíssimo rosa. Mas também deve depender mais da imagem registada da brand do novo grupo hoteleiro!

Portugalredecouvertes disse...

já vi a notícia aqui
https://lifestyle.sapo.pt/casa-e-lazer/noticias-casa-e-lazer/artigos/estacao-de-santa-apolonia-vai-ter-hotel-abertura-esta-prevista-para-2021
Afinal as pessoas irão chegar de comboio e encontrarão logo quartos ainda mesmo na estação da chegada?!
realmente a cor num edifício tão grande, constitui uma grande mancha avermelhada,
pode ser que com o tempo e o sol lisboeta, fique um pouco desbotada e se integre melhor na envolvente!

Flor disse...

https://pin.it/18GHGlJ

Já foi desta cor.

Luís Lavoura disse...

Isto é a cor de que o edifício era antes de ter sido pintado de azul claro.
Quando foi pintado de azul claro, fiquei chocado. Agora, gosto de o ver voltar à cor a que me tinha habituado.

João Forjaz Vieira disse...

não sei ao que vem o dinheiro público, visto que o preço não deverá depender da cor escolhida. E também não sei porque se não há-de mudar, tanto mais que tanto em Santa Apolónia como no Terreiro do Paço mudam para o que já foi e uns gostam e outros não: assim ficam todos contentes, à vez.
João Vieira

jj.amarante disse...

Quando constatei a primeira mudança de côr nos edifícios da Praça do Comércio também me surpreendi, julgava que iriam ficar sempre verdes. Desde essa altura acho que mudaram para cor-de-rosa e depois para o amarelo actual. Gostei do verde e do amarelo, menos do cor-de-rosa. Também me lembro desta estação ter tido cor-de-tijolo que eu preferia ao azul. Deve depender das convicções do arquitecto de serviço na Câmara Municipal de Lisboa.
Quanto à reserva de espaço para hotel na estação terminal de caminho de ferro tenho a impressão que é comum nas cidades da Europa.

jj.amarante disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luís Lavoura disse...

jj. amarante

Os caminhos-de-ferro federais suíços arrendam apartamentos nas suas estações. Uma prima minha (suíça) já morou num.

Paulo Guerra disse...

A Estação não é da CML mas das Infraestruturas de Portugal (IP). Que resultou da fusão entre a REFER, Rede Ferroviária Nacional, e a EP, Estradas de Portugal, empresas destinadas a gerir e administrar as infraestruturas ferroviárias e rodoviárias em Portugal. E foi com Ramalho que passou a haver hotéis ou hostels, até supermercados, em praticamente todas as estações mais emblemáticas do país. Como no Rossio e no Cais do Sodré em Lisboa ou S. Bento no Porto, por exemplo. Para rentabilizar o património claro e temos que saber respeitar todas as opiniões. Já concordar é outra história.


E em Santa Apolónia com o Terminal de Cruzeiro mesmo em frente - outra aposta hoje já mais que discutível a vários níveis e mais uma vez logo a começar pela problemática ambiental e sobretudo para quem ainda não se convenceu que vamos que ter mesmo que mudar de vida - claro que a Sonae ia tentar desenvolver efeitos de rede da sua operação hoteleira no maior destino turístico do país, com mais de 5 Milhões de hóspedes e mais de 30% das receitas na área em Portugal. Porque o hotel de 4 estrelas não se destina como é óbvio a quem chega de comboio. Há muitos anos que a grande Gare de Lisboa é a Gare do Oriente.


E eu queria deixar claro que não tenho nada contra o Turismo como é óbvio. Muito pelo contrário. Nem contra qualquer sector económico em particular. Infelizmente já tivemos governantes que não pensaram bem assim e arrasaram quase sozinhos com dois sectores cruciais de uma penada. Parece que íamos viver só de crédito bancário barato e importar já tudo feito. Julgo é que já podíamos ter pensado há muito tempo que tipo de turismo queremos em Lisboa. Proveniente de paquetes? Massificado como também existe hoje? E sobretudo diversifica-lo muito mais por todo o território que bem precisa e também tem destinos fantásticos.


Já à CML diz sobretudo respeito a mudança de atividade da estação. Salgado até era da opinião de encerrar de vez a Gare e construir um grande espaço verde com ligação ao Tejo. Talvez como Madrid fez na Atocha. Precisamente porque a maioria dos passageiros que chegam hoje a Lisboa de comboio já saem na Gare do Oriente. Finalmente também conheço em Paris o grande Museu d’ 0rsay. Precisamente na ex- Gare d’ Orsay.


David Caldeira disse...

Pergunto se a responsabilidade pelo pagamento não será a concessionária do espaço onde vai funcionar o hotel. Essa já foi a cor, é um regresso ao passado...

maitemachado59 disse...

acho a cor optima em vez daquele azul-bebe, que enfastiava. Nao sei quando poderei ver ao vivo, devido ao covid que por agora me impede de ir a Portugal

maitemachado59

José disse...

Enquanto Santa Apolónia tiver uma só cor, estamos nós bem (o azul claro ficava muito bonito). Agora, no dia em que uma alminha se lembrar de pintar aquilo com as cores do arco íris... (esperem, que a altura chegará)

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