Ontem, num gesto de rotina, perguntei a alguém se queria alguma coisa do “estrangeiro”, para onde parto daí a pouco. A resposta foi natural: “Não, obrigado. Já há cá tudo e, se não houver, manda-se vir pela Amazon ou diretamente das lojas”.
De facto, o mundo do comércio mudou muito, já há tudo em toda a parte. Há uns tempos, passeei por Tallin, na Estónia, numa tarde, a “fazer horas” para o avião. Com exceção de imprestáveis lojas de artesanato e de inúteis livrarias numa língua rara, as marcas comerciais eram-me quase todas familiares. Flanar ali num shopping, para escapar ao frio da rua, acabou por ser um imenso e bocejante “déjà vu”. E se atravessasse a fronteira para as terras do “amigo” russo, o panorama comercial não variava muito.
Dei então comigo a pensar o “mundo” fantástico que, nos anos 60, era o da pequena localidade de Verin, na Galiza, perto de Chaves, onde se ia, de Vila Real, uma vez por ano, pela festa do Lázaro. Aquela vilória, hoje sem o menor interesse, era então um deslumbre de coisas “diferentes” das nossas. Quantas inutilidades por ali comprei, a contar as pesetas que o meu pai me dava para “extravagâncias”!
Hoje, lembrei-me da Mothercare, umas lojas de roupa de criança que havia em vários locais de Londres (a maior era em Tottenham Court Road, creio) e que, imagino pela diferença face ao que por cá então existia, se tornou na coqueluche da minhas amigas portuguesas, nos anos 70. Sempre que ia a Londres (e ia bastantes vezes a Londres, sei lá bem porquê), era certo e sabido que levava encomendas, feitas de uns “códigos”, que eu, meio sem jeito, passava às empregadas da loja. Depois, vinha de lá atulhado de roupa e acessórios para bebés. Há dias, num “site” sobre retalho, que agora consulto por razões profissionais, li que a Mothercare está em grande dificuldades. Acontece aos (que foram os) melhores.
Dei então comigo a pensar o “mundo” fantástico que, nos anos 60, era o da pequena localidade de Verin, na Galiza, perto de Chaves, onde se ia, de Vila Real, uma vez por ano, pela festa do Lázaro. Aquela vilória, hoje sem o menor interesse, era então um deslumbre de coisas “diferentes” das nossas. Quantas inutilidades por ali comprei, a contar as pesetas que o meu pai me dava para “extravagâncias”!
Hoje, lembrei-me da Mothercare, umas lojas de roupa de criança que havia em vários locais de Londres (a maior era em Tottenham Court Road, creio) e que, imagino pela diferença face ao que por cá então existia, se tornou na coqueluche da minhas amigas portuguesas, nos anos 70. Sempre que ia a Londres (e ia bastantes vezes a Londres, sei lá bem porquê), era certo e sabido que levava encomendas, feitas de uns “códigos”, que eu, meio sem jeito, passava às empregadas da loja. Depois, vinha de lá atulhado de roupa e acessórios para bebés. Há dias, num “site” sobre retalho, que agora consulto por razões profissionais, li que a Mothercare está em grande dificuldades. Acontece aos (que foram os) melhores.
5 comentários:
Nos anos setenta havia pessoas que recebiam encomendas para trazer coisas de fora. Lembro-me de, sendo miúdo, ter encomendado umas luvas de boxe (que preferi à sugestão de um muito britânico autocarro vermelho).
Quem lhe disse que "Há cá tudo...." deve congratular-se em viver num País com poucas barreiras comerciais e no qual a alfândega não coloca grandes entraves. Mas não é assim em todo o Mundo. Muito longe disso.
Muita roupa da Mothercare vestiram os meus 3 filhos, fruto das muitas viagens do pai a essas paragens!
Era tudo mt bonito e mesmo para nós relativamente barato!
Eram sobretudo os chamados «babygro», que, por cá, no final dos anos 60, ainda não existiam.
Nos anos 60 os meus Pais íam a Londres muito frequentemnte e traziam-nos muita coisa. Discos, novidades etc.
Roupas que pelo menos eu não podia por para ir ao liceu porque eram tão diferentes das de cá que as pessoas estranhavam. Lembro-me do impacto de um Douflecoat cor de pêlo de camêlo da marinha britânica com botões de corno.
Eram os tempos das vestimentas discretas. Depois... as gravatas em sêda regimentais e das escolas britânicas faziam sucesso.
Para roupas de verão era diferente. Tudo se podia usar sem alarido. Recordo-me de umas camisas que eram feitas de pachwork de restos de materiais de boas camisas.
Eram tempos curiosos quanto ao vestuário.
Enviar um comentário