É um retorno inesperado, confesso. Não fazia parte dos meus cenários de futuro regressar a questões ligadas à vida interna dos Negócios Estrangeiros, das quais me tinha afastado, por completo. Porém, a persistente insistência de um grupo de jovens diplomatas fez com que aceitasse, pelo período de um ano, regressar às lides do associativismo sindical diplomático.
A difícil situação que atravessa a "condição diplomática" obriga-me a dar um contributo, ainda que modesto, à organização dessa inquietação no seio da Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses (ASDP), como candidato à presidência da sua Assembleia Geral. É uma lista que tem os meus colegas e amigos Manuel Marcelo Curto e Josefina Carvalho, respetivamente, na chefia da Direção e do Conselho fiscal, acompanhados por gente das novas gerações que consideramos ser nosso dever apoiar, nestes tempos complexos.
Há precisamente 20 anos, tinha feito parte, como vice-presidente, de uma Direção da ASDP chefiada por António Santana Carlos, que desenvolveu um interessante trabalho de diálogo com o poder político de então, para a revisão do Estatuto da carreira diplomática. Agora, a agenda da ASDP centra-se precisamente no mesmo tema. Toynbee terá razão?
7 comentários:
Numa carreira em que o que importa hoje não é ser competente, ter sentido de missão e de Estado, ter feito postos B e C e lugares difíceis na Secretaria de Estado e sim ter trabalhado no AICEP, ser Antici, ou adjunto no gabinete do PM, é sempre bom ter nos quadros da Associação um homem inteligente, que foi SEAE, que é Embaixador, mas que também sabe fazer uma " Nota De:......... Para:.........
ASDP deveria ter como corpos dirigentes pessoas que não pertencem à hierarquia do MNE, quer enquanto quadros dirigentes, quer na categoria. Até hoje, a ASDP tem tido muito pouca representatividade e adesão da maioria dos Diplomatas, basta ver que são cerca de 450 e só cerca de 50 estão inscritos na Associação Sindical! Por outro lado, nunca conseguiu ter qualquer influência visível junto das Tutelas. Sem desrespeito por quem encabeça a lista única que se candidatou, a impressão que fica é que vamos ter mais do mesmo. Talvez com alguma maior visibilidade junto da imprensa, o que pouco retorno traz. A Direcção cessante foi um total fiasco. E depois, quando alguém assume funções na ASDP mantendo empregos nas empresas privadas onde se acantonaram e que é a sua prioridade (como sucedeu), nada de bom augura para o futuro da ASDP. Resta saber se o que aí vem, terá comportamentos semelhantes aos anteriores. Vê-se ali, entretanto, na nova Direcção, uns tantos nomes ligados ao PS. Será bom prenúncio? Aguardemos. Há problemas sérios a ser tratados (entre os quais os da requalificação, entre outros). Haverá habilidade, vontade, coragem, capacidade para os resolver indo de encontro aos interesses dos Diplomatas em geral? Vamos esperar. Deixo uma pergunta, para ser respondida daqui a 1 ano: quantos serão os inscritos na ASDP nessa altura? Os mesmos 50entas? O sucesso desta nova Direcção será avaliado pela adesão em massa dos diplomatas. É a credibilidade, actualmente de rastos, da ASDP e da classe profissional que está em causa. Mas, sinceramente, não creio que a actual Tutela vá dar a importância que a ASDP gostaria. Pelo menos até ver a sua actuação e em que termos.
Os leitores deste blogue já se habituaram a que deixe publicar comentários frequentemente críticos do que pir aqui escrevo. Aconteçe, porém, que há alguns "corajosos" que, a coberto do conveniente (e cobarde) anonimato se arrogam o "direito" de ver publicados textos insultuosos, seja dirigidos ao proprietário do blogue seja para outras pessoas, levando isso à conta da "liberdade" a que acham com direito. Uma coisa posso garantir a esses "heróis" da expressão democrática: se assinarem, com o seu nome verdadeiro, terão aqui pleno acolhimento, por mais soezes que sejam os seus textos. Ah! e no caso do MNE, que aqui é relevante, qualquer que tenha sido a sua carreira...
Expliquemo-nos, para quem não sabe ou quem nada sabe (e não tem de saber) do que se passa entre paredes no MNE. Nos três mais relevantes lugares da futura Direcção da ASDP (Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses) vão estar, a partir de finais de Janeiro, quando a nova equipa da ASDP iniciar funções, um Embaixador aposentado de 67 anos, um Embaixador na disponibilidade de 65 anos e uma Embaixadora também na disponibilidade de 68 anos. Substituem três outros Embaixadores com idades compreendidas entre os 70 anos e os 66. É certo que cá mais para baixo há gente mais jovem, mas quem dá a cara é gente que já não está no activo normal de funções, sem poder voltar a exercer cargos de chefia no Quadro Interno e Externo do MNE (o que aliás já se passava com a Direcção cessante). E assim vai a ASDP que consegue a virtude de apenas ter inscritos (associados) pouco mais de 10% dos funcionários diplomáticos, como alguém já referiu atrás.
Por outro lado, quando se lê alguns dos Posts do autor deste blogue, como, por exemplo, este último, relativo ás greves, entre outros anteriores, que são reveladores da sua postura política (face aos sindicatos, no caso mais recente e que foi alvo de críticas oportunas de alguns comentadores desse Post) fica-se algo apreensivo, e legitimamente, sobre o que esperar da futura Direcção da ASDP.
1. Mas afinal por que não surgiu outra lista? Esta só aparece precisamente porque ninguém mais quis concorrer.
2. Se a ASDP não é representativa, por que razão não há uma inscrição maciça de novos sócios e, de seguida, se constituiu uma direção diferente?
3. Num comentário anterior, dizia-se que "a ASDP deveria ter como corpos dirigentes pessoas que não pertencem à hierarquia do MNE". No último comentário, do mesmo autor, "punem-se" os voluntários por serem reformados e não pertencentes a essa hierarquia.
4. No comentário anterior, acusava-se a lista de "esquerdismo". Agora fala-se em desrespeito pelo direito à greve.
5. Porque este é um blogue pessoal, a conversa sobre este post fica por aqui. Espero o "corajoso" anónimo na Assembleia Geral...
Por falar em reforma de estatutos das carreiras especiais. Os magistrados já têm uma proposta concreta com o aval do estado:
http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/sociedade/detalhe/projeto_cria_suplemento_para_magistrados_do_mp.html
A CD não deve deixar de aproveitar esta oportunidade para concretizar certos pontos determinantes na carreira tais como: situação interna e externa(muito deteriorada se comparamos com anos passados, nalguns postos o estado cortou em 20% os abonos:"http://notasverbais.blogspot.pt/2006/04/os-abonos-dos-49-postos-interesses-em.html", além dos cortes impostos), a questão da educação dos filho(com um número tão reduzido de funcionários...seria previsível que a norma que vigora na secretaria de estado fosse a mesma no exterior), reforço dos poderes do SG...equiparando o a secretario de estado, aumentando a transparência. A assinalar o aumento da idade em posto para os 70 anos, como esta definida em inúmeros países e finalmente, a exclusividade (dupla) dado que grande parte dos cônjuges, com as várias mudanças de postos, não conseguem obter emprego.
Melhores Cumprimentos, R
Manuel Marcelo Curto.....que saudades...Grande Homem, grande Senhor, Digníssimo Embaixador....
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