Uma magistrada decidiu publicar um artigo no "Expresso", abordando o comportamento da Justiça no caso Sócrates. Talvez temerosa do juízo dos seus pares, e com a benévola anuência do jornal, optou pelo anonimato.
O texto, aliás fraquinho, alinha algumas obviedades e limita-se a estabelecer um duvidoso paralelo do caso com outro exemplo clássico. Como opinião, é mesmo muito pouco.
Mas não deixa de ser revelador: se, para dizer aquilo, a magistrada necessitou de ser esconder sob um pseudónimo, podemos imaginar a coragem com que tomará, ante os holofotes públicos, as decisões mais difíceis e impopulares que lhe vierem a surgir na profissão.
Mas não deixa de ser revelador: se, para dizer aquilo, a magistrada necessitou de ser esconder sob um pseudónimo, podemos imaginar a coragem com que tomará, ante os holofotes públicos, as decisões mais difíceis e impopulares que lhe vierem a surgir na profissão.
13 comentários:
poizé, dum pseudonimato tinha de ser coisa fraquinha, sem interesse e revelador da falta de carácter da bicha. fixe mesmo, são os conhecidos anónimos das fontes do palácio ou das fugas de informação dos processos do alex, esses é que são valentões, dão a cara e escrevem sentenças corajosas. ah! como eu gostava de ter passado pelo corpo diplomático para ter uma visão tão acutilante do mundo em geral e da sociedade portuguesas em particular.
Ao anónimo das 13,46: Há sempre uma última hipótese: faça concurso ao MNE e, se tiver qualidade, entre para a carreira. Depois, com o tempo, pode tentar - mas não posso assegurar nada, como compreenderá - "ter uma visão tão acutilante do mundo em geral e da sociedade portuguesa em particular". Se não conseguir, paciência! Pode sempre regressar àquilo que é: um corajoso anónimo.
"faça concurso ao MNE e, se tiver qualidade, entre para a carreira."
Até porque os concursos para o MNE seleccionam mesmo a qualidade, como se sabe - pelo menos os mais recentes. O do ano passado deu especial importância ao cartão partidário e ao nome dos "candidatos", ignorando o currículo de muitos deles (alguns doutorados!) e, mais uma vez, com uma série de ilegalidades - espero que aconteça como no de 2009 e que haja candidatos roubados pela máquina de corrupção do MNE a serem integrados.
E não esqueçamos a completa trapalhada que foi a primeira "prova de cultura geral"; na "prova de língua portuguesa", o MNE revelou não saber o que é um resumo, remetendo-se para as mais bárbaras arbitrariedades na reapreciação de provas, nem sequer enviando os critérios de correcção a quem quis reclamar da sua classificação.
Se os concursos do seu tempo eram bem organizados e justos, ainda bem para si, porque os actuais são um NOJO.
Por mim, era simples: selecção pelo CV, faculdade frequentada, provas escritas de desempate e entrevistas profissionais. Quem comprou canudos, tem cartão partidário ou andou a dormir na forma fica de fora.
Para poder proferir certo tipo de decisões é que a suposta magistrada optou pelo anonimato; não me parece, porém, de bom tom ao jornal publicar tal coisa. Mas o "Expresso" já há muito que deixou de ser um jornal, de facto.
Para se entrar no MNE, não é preciso ter qualidade, não façamos confusões patetas. É tão só saber responder ás perguntas dos testes, passar nas provas e já está, naturalmente com alguns dos tais conhecimentos que para aquele tipo de concurso (público) são exigidos (diferentes daqueles para ingressar na magistratura, por exemplo). A qualidade, quer profissional, quer, sobretudo de caracter é outra história. A primeira vai-se adquirindo e prova-se ao longo da carreira, há os que têm queda para a coisa, outros não. O que não é defeito, tão só erro de "casting". Quanto ao carácter, é coisa que nasce connosco, ou não se nasceu com ela. Gente deste tipo abunda no MNE, desde há muito. Felizmente,há por lá também o oposto. Portanto, o anónimo, se quiser perder o seu tempo em ser diplomata, ponha-se a par de uns tantos assuntos e concorra para o ano. Vai ver que é uma carreira "excitante"!
Adido de Embaixada
Poizé! O Henriquino bate sempre na mesma tecla!
Não comenta aqui ninguém do CIOE.
Muitos(CIOE) -Oficiais,Sargentos e Praças, comeram muita ração de combate(quando a havia), fizeram acção psicológica, (onde andavam os especialistas?????)????????no Tavares rico, em Lisboa a estagiar na diplomacia da bandalheira militar!"""""
Eu, que abomino ANÓNIMOS , ordeno e mando publicar:
UMA SALVA DE PALMAS ao anónimo das 16:24.
tirando as reacções corporativas do costume, argumentos: zero. discutir a matéria do poste, tá quieto oh mau. o importante são as condições de acesso ao mne e a identificação dos corajosos
"Eu, que abomino ANÓNIMOS , ordeno e mando publicar:
UMA SALVA DE PALMAS ao anónimo das 16:24."
o anónimo das 16:24 diz em rodapé que é adido de embaixada, afinal a magistrada luísa gusmão não está sózinha nas precauções, no mne tamém se socorrem do anonimato.
Não é por acaso que alguns dos blogues políticos com mais qualidade são escritos e comentados por anónimos. No ponto em que as coisas estão, o anonimato pode tornar-se a forma de intervenção política mais saudável. O risco de ter atrás de si hordas com paus e pedras arregimentadas pelos tablóides de ocasião pode não justificar a bravura da exposição pública. A razão não tem rosto.
"preveem" e não "prevêem", segundo o AO
A coragem de publicitar um texto sobre um acontecimento não diretamente ligado ao exercício de funções é, nos dias que correm, um ato de coragem, como o é ouvir psicólogos não contratados pelo MJ falarem com a voz distorcida e sem darem a cara.(caso dos Serviços Prisionais).
A coragem está em ter opinião e dizer que, na verdade, a liberdade não está passando por aqui.
A 'velha senhora' reitera a sua velha opinião sobre o anomimato:
sempre contra o anonimato!
aí vexa não perdoa:
vem de anónima, é fraco,
não pode ser coisa boa!
doi-lhe o dito ou doi-lhe o facto
de que a ''justiça' nos doa?
ou só o heteronimato
mesmo se for do pessoa?
já nem sei o que lhe diga,
caro jov' embaixador.
admiradora e amiga,
só lhe peço, por favor:
julgue o que vale a cantiga,
minha, dela ou de quem for,
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