A acrimónia constante e quase insultuosa entre os hagiógrafos de António Costa e os turiferários de António José Seguro - no Facebook, no Twitter ou nos blogues de ambos os lados da "trincheira" - dão uma imagem muito pobre do Partido Socialista, fazendo emergir o que de pior existe na política partidária portuguesa: a constante "fulanização" do discurso, a recusa (ou a incapacidade) para o debate calmo das ideias, a obsessão patológica em torno dos juízos de personalidade dos seus "ídolos".
Esses "talibans" de ambos os lados, uns mais caceiteiros e primários, outros a armar ao intelectual modernaço, ainda não perceberam que não captarão um único voto com as suas patéticas acusações, que só dão razões a quem começa a ficar enojado com o baixo nível desta disputa - a qual, se acaso estivessem realmente interessados no futuro do partido (e, já agora, do país, que parece que lhes passa muito ao lado) deveria decorrer de uma forma serena, elegante e responsável.
Lamento muito ver bons amigos meus, em ambos os lados da contenda, deixarem-se arrastar nestes dias num medíocre "prós e contras", num salazarista "quem não é por nós é contra nós", perdendo a cabeça e adjetivando soezmente o candidato que não colhe a sua simpatia. Um pouco mais de tolerância e espírito democrático precisar-se-ia, mas começo a dar-me conta de que "não estamos com gente disso".
Imagino a alegria que deve ir na São Caetano à Lapa!
PS - constato, com tristeza, que, com a sua entrevista de hoje à "Visão", António José Seguro não ajuda à acalmia que seria desejável.
Esses "talibans" de ambos os lados, uns mais caceiteiros e primários, outros a armar ao intelectual modernaço, ainda não perceberam que não captarão um único voto com as suas patéticas acusações, que só dão razões a quem começa a ficar enojado com o baixo nível desta disputa - a qual, se acaso estivessem realmente interessados no futuro do partido (e, já agora, do país, que parece que lhes passa muito ao lado) deveria decorrer de uma forma serena, elegante e responsável.
Lamento muito ver bons amigos meus, em ambos os lados da contenda, deixarem-se arrastar nestes dias num medíocre "prós e contras", num salazarista "quem não é por nós é contra nós", perdendo a cabeça e adjetivando soezmente o candidato que não colhe a sua simpatia. Um pouco mais de tolerância e espírito democrático precisar-se-ia, mas começo a dar-me conta de que "não estamos com gente disso".
Imagino a alegria que deve ir na São Caetano à Lapa!
PS - constato, com tristeza, que, com a sua entrevista de hoje à "Visão", António José Seguro não ajuda à acalmia que seria desejável.
9 comentários:
A equidistância é sempre boa conselheira quando não se sabe quem vai ganhar uma guerra suja.
Contradições! Porque será que, quando o governo se manifesta contra o TC é apelidado de todos os nomes?
E agora com as candeias ás avessas, Os que diziam não, agora dizem sim?
Só promessas mas ninguém diz onde vai buscar o dinheiro para pagar a máquina dum Estado; Salários, pensões e todas as outras despesas públicas.Os impostos não são suficientes.
Temos dinheiro para quase um ano(dívida)e depois...
Cumprimentos
Francisco
É o que o país que temos.
E depois admiram-se da abstenção e do pouco interesse que as políticas partidárias despertam. No PS como nos restantes partidos!
Só para repetir sua ultima frase!
" Imagino a alegria que deve ir na São Caetano à Lapa! "
Será que compreendem ?
Carlos Andrade - VNGaia
Caro Sr. Francisco Seixas da Costa,
Como alguém já aqui escreveu, a "equidistância é sempre boa conselheira" sobretudo para quem tem ambições políticas. Por isso não me surpreende que mais uma vez opte por atirar para os dois lados como todos fossem culpados. Não é possível discordar que muitos dos apoiantes dos candidatos já foram longe demais. Contudo há que dizer que não foram só os apoiantes.
O António José Seguro dá hoje uma entrevista à Visão onde afirma isto: "O PS associado aos negócios e interesses é apoiante de António Costa".
Não nos façamos ingénuos. O que ele está a insinuar e, no contexto em que o país vive, é que ele é o candidato sério e o António Costa é o candidato dos negócios. Aliás esta ideia é reforçada com outras afirmações ao longo da entrevista. Parafraseando alguém que ontem viu, uma vez mais, o seu nome atirado para a lama, isto é uma canalhice.
Por isso já não pode afirmar que são só os apoiantes. É o próprio A.J. Seguro que dá o mote da campanha. Esta visa denegrir o seu adversário com insinuações torpes pondo em causa a sua honestidade.
Claro que é mais cómodo ficar em cima do muro e acusar os apoiantes de excessos, mas os factos mostram que há um candidato, que por desespero, apostou numa campanha suja na esperança de desmobilizar os simpatizantes a participar e assim talvez com possa ganhar as primárias. Só que ele já perdeu o país há muito tempo.
Mesmo sendo não-politizado concordo plenamente com este texto. A politização desmesurada da sociedade portuguesa vai acabar por rebentar com a democracia. Não o desejo mas prevejo esse desfecho.
AJS já devia ter percebido que, mesmo mantendo alguns indefectíveis dentro do PS, há muito que perdeu o país. O seu apego ao lugar acaba por justificar a opinião que têm os portugueses acerca dos políticos. Aliás, a forma como AJS é apoiado por simpatizantes do PSD, torna claro qual o melhor candidato para o PS e só não vê quem ainda espera chegar ao poder de qualquer maneira.
Claro que no modo de agir dos dois candidatos há diferenças.
O choninhas António José Seguro não recusa fazer a despesa de ataques.
O frontal António Costa, como se vê aqui na caixa dos comentários, tem sempre quem os faça por si.
A "forma serena, elegante e responsável" pode servir para que se coma de boca fechada e sem erro com confundir os talheres nas Necessidades usar, mas tem trazido os Salgados a contrapelo.
Criaturas tão elegantes iam lá agora errar.
A forma tem é de servir a substância e às vezes já só serve a da caserna. O resto
é hipersensibilidade.
Enviar um comentário