Custa muito a compreender o sentido da reunião de hoje do Conselho de Estado. Recordo momentos graves da nossa vida política recente durante os quais o chefe de Estado não entendeu útil promover a reunião dos conselheiros, não obstante muitos terem então considerado que haveria fortes vantagens em que tivesse havido um debate aberto sobre a situação que se atravessava. Todos se lembrarão também da bizarra agenda da última reunião deste órgão, em total dessintonia com o momento político que então se vivia, o que levou a que as discussões se tivessem desviado do objetivo inicial. E já não é segredo para ninguém que muitos conselheiros continuam a não se reverem nas conclusões que, em seu nome, são extraídas no final das reuniões.
O Presidente da República é dono e senhor das agendas do Conselho de Estado, que convoca quando muito bem entende. Porém, não se pode eximir a que haja juízos de valor sobre a oportunidade dessas convocatórias. E, por isso, também não se deve surpreender se houver quem considere que a reunião de hoje tem muito mais a ver com a necessidade do chefe de Estado "cumprir o calendário", por forma a poder vir a tentar demonstrar, porventura em benefício do prefácio do último dos seus "Roteiros", que fez tudo quanto estava ao seu alcance para promover "consensos" e que não terá sido por sua culpa que os mesmos não tiveram lugar. Com o devido respeito, o espaço nos livros de História não se ganha desta forma.
11 comentários:
Existe também a possibilidade da estratégia do retardador para espaço de manobra...
Nào me admirava nada que o PR resolvesse marcar eleições antecipadas, aproveitando o estado actual do PS e fazendo mais um jeito ao Governo. É claro que o PS apareceria formalmento todo atrás de Seguro mas, face ao que se passou nas últimas semanas, nenhum português acreditava nessa unidade de fachada. Provavelmente, a vitória do PS seria ainda menor do que nas Europeias, se vitoria houvesse. Como é que o PS chegou a este estado, depois do saque dos últimos três anos? Em condições normais, deveria ter pelo menos 50% dos votos, com uma participação maciça dos eleitores. Desperdício e incompetência não é?
Impossível agradar a todos. Lá diz o ditado; cada cabeça sua sentença.
Uma coisa é certa, o Homem foi contestado por muitos que se achavam melhores, foi a votos e ganhou várias maiorias.
Fui consultar dados e constatei que o periodo em que as contas públicas foram melhores foi no seu consulado apesar da dívida estar a 54%. A indústria cresceu 30%, a agricultura cresceu 10%.
Guterres recebeu um país solvente e deixou-o ir abaixo.
Curiosidade, Cavaco Silva não conseguiu implementar propinas. Foi muito contestado. Guterres fê-lo sem oposição.
Dados são dados.
O Homem está cercado, não pode fazer diferente.
Cumps.
Já existe um consenso nacional acerca da sua prestação como titular do cargo.
Que "ganda" Post, Oh Seixas!
"Dacordo"!
FSC a sair e bem da casca!
Abç.
O homem está doente, mas como é teimoso não se demite.
um presidente tortuoso, estranha pessoa a decidir, verdade que a posição nos livros de historia não se ganha desta forma e o conselho de estado é pena servir, mesmo que contra a vontade de vários dos seus membros, para cobertura de objectivos e atitudes pessoais, o pais, os cidadãos são esses os seus fins
Concordo com tudo Sr Embaixador. Aliás o que diz é amplamente corroborado pelas intervenções patéticas que teve no tempo de Sócrates, onde só o preocupou aquilo a que os portugueses menos importância atribuíram, como foi o caso do famigerado Estatuto dos Açores... Lembram-se? E mais, Dias Loureiro só não reúne hoje com os conselheiros de Estado porque Cavaco não manda sozinho...
"(...) a reunião de hoje tem muito mais a ver com a necessidade do chefe de Estado "cumprir o calendário", por forma a poder vir a tentar demonstrar, porventura em benefício do prefácio do último dos seus "Roteiros" (...)
Em cheio, no alvo.
Não deve haver político em Portugal com o capote mais seco, de tanto ser sacudido, do que este homem, que pretende convencer-nos que não é político.
Assim como tentou fazer passar a mensagem de que a sua ida à Figueira da Foz, há 30 anos, aconteceu apenas porque precisava de fazer a rodagem do carro novo.
E por aqui me fico, porque se começo a pegar nas pontas do inquilino de Belém, não chega o espaço.
Nenhum destes comentadores, excepto talvez um, nem o embaixador, votou no presidente e todos querem que ele faça o que eles gostariam que fizesse.
Eu votei nele e não o critico por tentar o que todo o português não engajado na política quer: entendam-se!
Ao anónimo das 6,27 não lhe passa pela cabeça uma hipótese: os portugueses sabem em que estado estava o país há três anos e não acreditam em histórias da carochinha tipo: e então, só então, apareceu o lobo mau, um neo liberal do caraças, que por gostar de dar cabo de tudo aumentou os impostos, baixou as reformas e deu cabo da saúde. É uma história que não pega, né?
João Vieira
Muito bem escrito, o que é evidente para todos.
Curioso o comentário do Opjj. Ainda há quem acredite.
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