Blake & Mortimer voltam à ação, no "Serment des cinq lords", uma trepidante aventura onde os conhecidos personagens de Edgar P. Jacobs renascem, uma vez mais, pela mão de Yves Sente e André Juillard.
Para os muitos adeptos desta sempre infinda série de banda desenhada, que, como eu, a acompanham há décadas, pode dizer-se que este álbum se situa a um nível bastante razoável. A história é interessante e tem um ritmo vivo. Por vezes, o recorte estético de algumas personagens está abaixo do desejável. Devo dizer que o desenho de André Jouillard, nos cinco álbuns que elaborou, continua longe de me convencer.
Uma ausência irá desiludir alguns "habitués": o não aparecimento na ação do coronel Olrik, essa figura "do mal" que, qual Fénix, renasce sempre das cinzas das piores situações, mantendo como seus "queridos inimigos" o cientista Philip Mortimer e o seu inseparável comparsa sir Francis Blake, um aviador reconvertido ao MI5, onde, por misteriosas razões, nunca passou do "ranking" de capitão. Olrik - que curiosamente é coronel, nunca se soube bem onde - é um contraponto que dá graça à ação e que, espero bem!, deverá regressar um dia.
O trabalho de Edgar P. Jacobs iniciou-se em 1945. Ele foi responsável por 13 álbuns, alguns dos quais - como o "Mistério da Grande Pirâmide" ou "A marca amarela" - fazem parte do melhor que a consagrada escola belga da banda desenhada alguma vez produziu. Jacobs morreu em 1987 e, a partir de então, surgiram já nove novos álbuns, de desigual qualidade, assinados por diferentes autores.
Três notas ainda: Blake continua fiel ao vinho do Porto, Mortimer ao whisky e ambos ao cachimbo, fugindo saudavelmente ao antitabagismo "politicamente correto" que está a poluir por aí muita banda desenhada. Digo isto com a autoridade de quem nunca fumou...
Três notas ainda: Blake continua fiel ao vinho do Porto, Mortimer ao whisky e ambos ao cachimbo, fugindo saudavelmente ao antitabagismo "politicamente correto" que está a poluir por aí muita banda desenhada. Digo isto com a autoridade de quem nunca fumou...
7 comentários:
Embaixador, o senhor tem defeitos?
Cara Azinheira: Tenho, pelo menos, o de não conseguir entender o alcance da sua pergunta.
na verdade porque seria que não o mereram na história?
Obrigado Embaixador. Por aí me terá um dia, quando menos esperar.
a) Olrik (Brigadeiro)
É,!...,De facto expirar fumo, traduz per si uma imagem reflexiva como se o fumador nos permitisse fumar passivamente, em baforadas, os seus pensamentos...
de ERA UMA VEZ
De tanto que podia dizer sobre o Zeca aquilo que me comove mais é a memória da sua simplicidade.
Quando a doença teimava em avançar era frequente a presença dos amigos em Azeitão sobretudo ao fim de semana.
Foi numa tarde de Domingo que
passámos com os filhos ainda miúdos e ao vê-lo parámos o carro e o
fomos cumprimentar. Sabia-me sempre tão bem que ele soubesse o meu nome. Colados a mim os miúdos esperavam um olhar seu.
Então eu disse disfarçando a emoção:
Meus meninos este senhor é o Dr. José Afonso...
Ele deu uma gargalhada, acariciou-lhes a cabeça e corrigiu:
"A vossa mãe é tonta. Não sou nada disso. Sou só o ZECA"
O meu sogro dava-lhe injecções
diárias. A princípio receou a
entrada de um "esquerdista" em casa. Sol de pouca dura. Dias
depois ele entrava e ia direitinho ao fogão saber o que era a sopa. E ali ficavam os três a rir, a contar
anedotas e a almoçar juntos.
A sua voz,a sua música as suas
palavras e a sua mensagem arrastavam multidões mas a sua bondade e o seu despojamento só
alguns conheceram.
Sinto-me feliz por ter visto de perto esse Zeca e por saber que também em Paris voltou a ser celebrado.
O Senhor Embaixador também acha que eu desapareci?
Septimus
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