domingo, novembro 11, 2012

Grande guerra

Ontem, na "Mairie" de Lillers, no norte da França, tive o gosto de inaugurar uma placa que assinala a memória dos muitos portugueses que perderam a vida na 1ª guerra mundial. Fi-lo a convite do "maire" da localidade e de Félicia Assunção, a orgulhosa filha de um combatente português que, depois do conflito, por lá ficou e cuja larga família hoje cultiva, com grande empenhamento, essa memória.

Hoje, na fria manhã de Paris, assisti à cerimónia em que o presidente François Hollande prestou homenagem aos mortos franceses em combate, nesta que é a data que celebra o armistício que pôs termo a primeira guerra mundial. 

Dentro de pouco mais de um ano, iniciar-se-ão, em vários países, as celebrações da guerra de 1914-1918. Só posso esperar que, em Portugal, haja vontade e capacidade de organização para participar com dignidade, ao lado dos nossos aliados de então, no sublinhar dessa nossa valorosa participação para a liberdade do continente. Por nossa exclusiva culpa, Portugal fica muitas vezes fora do "retrato" dos vencedores do primeiro grande conflito mundial. É necessário aproveitar as comemorações que aí vêm para retificar essa persistente falha e a França é o lugar certo para isso se fazer.

10 comentários:

L M D disse...

Uma justa homenagem, a quem que com tão poucos recursos conseguiu muito.
Lamentavel é (como muito bem refere) o "esquecimento" senão mesmo ingratidão, para quem deu a vida por uma causa justa.

Anónimo disse...

As causas justas , 60 ou 100 anos depois , tornaram-se políticamente incorrectas porque foram ganhas pelos que , 60 ou 100 anos depois , não são políticamente correctos aos olhos dos opinion makers actuais , gente que vive do que vende e não do que é ou foi .

Também ainda há 20 anos atrás as sardinhas faziam mal ao colesterol.

RMG

Anónimo disse...

Pois é... Ainda conheci algumas pessoas que tinham sido gazeados durante a I Guerra Mundial. Nunca me pareceram pensar que eram heróis. A história é muitas vezes escrita diferentemente pelas outras pessoas. Será a política? Mas.... eu não sei

patricio branco disse...

sim, devia continuar a comemorar-se, homenagear esses combatentes que bem sofreram, tal como em frança se faz

EGR disse...

Senhor Embaixador:pertenço a uma geração que a unica historia que lhe ensinaram foi aquela que o salazarismo determinava; e depois de Abril creio que não houve um empenho,em pelos menos, nos darem a conhecer momentos relevantes da nossa participação em acontecimentos como a 1ª Grande Guerra.
Na parte em que eu próprio tenho esse desconhecimento,pelo menos com algum detalhe, lamento que assim tenha sucedido.
E,infelizmente, não me parece que as geraçoes actuais estejam melhor.
Pelo contrário creio que uma certa concepção de desvalorização das chamadas humanidades contribui para o acentuar desse conhecimento.
Peço desculpa, e talvez venha pouco a propósito, mas ocorreu-me que,há tempos,disseram-me que se faziam testes de Filsofia por respostas aos "quadradinhos".
Talvez tudo isto se encaixe mas, evidentemente, aceito que se possa pensar o contrário.

Anónimo disse...

Honrar o passado, honrar os que caíram pela pátria devia ser tão evidente que este post deveria pecar por desnecessário.... devia, infelizmente não peca.

Nuno 371111

Anónimo disse...


Há uma certa tendência - que decerto não preciso de aprofundar -
para "esquecer" o CEP em França e para "esquecer" a guerra colonial .

É que tanto uma como a outra tinham o mesmo objectivo e pouco
interessa a alguns (muitos) relembrá-lo .

Mas tinham o mesmo objectivo em tempos tão diferentes que até esse objectivo era , em si , muito diferente .

A mania mais ou menos doentia que se instalou junto de certas supostas inteligências de viver no anacronismo permanente , medindo tudo pelo que se pensa hoje porque dá muito trabalho explicar como é que se pensava na altura conduziu-nos à incultura histórica .

Por isso muita razão tem o comentador anterior .
E não só este post não é infelizmente desnecessário como é mesmo capaz de ser felizmente e em boa hora incómodo .

RMG



Anónimo disse...

Estes sim, conheceram a guerra na sua expressão mais horrível. Estes sim, viram o que é o monstro da destruição à solta: os bombardeamentos, as trincheiras, as doenças, a fome, as perseguições, os desalojados, os fogos, tudo!

Um dos aspetos mais importantes de lembrar a nossa participação (miserável, diga-se de passagem), na 1GM é podermos fazer uma boa comparação com a guerra Colonial. Depois, os que conseguirem livrar-se da política e das visões preformatadas, que cheguem às suas conclusões...

Anónimo disse...

Quem todos os anos fica sempre bem no retrato dos ingleses é a "Remembrance poppy" que com aquele "vermelho" dá alegria aos dias cinzentos das ilhas e salvaguarda as memórias colectivas de um povo!

Anónimo disse...


Talvez já conheça , talvez não .
Vale a pena pela informação genérica e pelas fotos disponibilizadaS.

http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2012/12/portugal-na-i-guerra-mundial-1914-1918.html

RMG

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...