Nesta madrugada, leio no "Público", na net: "Embaixador Francisco Seixas da Costa abandona funções em Paris". Só aparece o título, mas a notícia deve sair logo na edição impressa. Mas para quem, nas horas que faltam, atentar apenas nessa linha, pode ficar a dúvida: foi ele quem abandonou o posto? Ou "sanearam-no"? Não seria a primeira vez...
Nada disso. Dentro de menos de três meses chego, com toda a naturalidade, ao limite da idade em que, por lei, posso permanecer em funções no estrangeiro. Tenho esta data na cabeça desde que, em 14 de agosto de 1975, entrei para o MNE. O meu regresso a Lisboa é, assim, em tudo idêntico ao que abrangeu uma imensidão de colegas, em todas as gerações.
Se acaso o "Público" me tivesse perguntado, ter-lhe-ia revelado, em exclusivo, que irei chegar a Lisboa 48 horas antes da data do limite de idade, por razões - essas sim! - extremamente ponderosas: tenho nessa noite uma reunião do "praesidium" da "mesa dois" do bar "Procópio", que lançará as bases para o nosso jantar anual, que, desta vez, terá lugar em fevereiro. Há minutos, por lá, entre cervejas e chás, foi escolhido um nome para o repasto 2013, desta vez com inevitável odor a "troika": "Jantar da Refundação". Que tal?
19 comentários:
Entrar no Verão Quente, sair no Frio Inverno.
que se passará com o publico e os seus jornalistas? não sabem qual o uso que têm diversas palavras para transmitir uma ideia? então melhor seguirem um curso de escrita jornalistica.
abandono é um disparate, equivale a desertar, desaparecer, quando o termo correcto será termina, sai.
mas não é só não saber redigir a noticia, é tambem não confirmar os facto, como se sublinha no post.
por essas e outras deixei de comprar o publico e não só.
não, pf, antes jantar do reencontro ou do reatamento de.
refundação é agora uma palavra mal vista de que se desconfia.
Pois é... esperemos que não abandone na totalidade a diplomacia deste país. A experiência dos "antigos" é essencial para os "modernos". Mas.. eu não sei
Só ao ler o comentário do Patricio Branco é que percebi o meu erro
tinha lido "jantar da Restauração" e não "Refundação",
não sei onde fui buscar esta!
Não sei se foi este futuro que previu nesse passado mas em cada presente retratado há uma certeza de homeostasia.
Que bom...
Um desnecessario scoop du Publico que "enfonce le couteau dans la plaie" da imprensa lusa... e que so serve a nos "rappeler" que em breve vamos ver partir o melhor Embaixador que tivemos em Paris.
Ainda por cima em bolandas entre Portas e Cavaco. Conversaram os dois em Belém, segundo vi hoje, no Público-papel, e o que é que o Sr. embaixador era para ali chamado (na notícia)? Ou terão falado de si? Ou quererão ir retirá-lo das sextas-feiras procopianas? Os tempos são de especulação... Não calce as chinelas, ainda que quentes... ainda é um jovem.
Cada vez tenho menos respeito pelos Jornalistas. Se alguém há que saia pela porta grande, esse alguém é o Senhor Embaixador Seixas da Costa. Mas ainda faltam uns meses, até lá vamos continuando a lê-lo.
Bem Haja Senhor Embaixador por ter servido Portugal tão bem.
Chás?!
Caros Amigos: o "Publico" fez o seu dever, isto é, publicar uma notícia que relata uma realidade. Recebeu a "novidade" por vias que conheço "de gingeira" e fez a notícia, E o jornal, convenhamos, foi até bem simpático, o que lhe agradeço.
Quanto ao "chá", é mesmo assim. O Procópio é um bar sui generis. Ontem, bebi por lá quatro, com uma tosta mista como só o Luis sabe fazer. Porque não experimentam?
Parece-me que o título da notícia foi ali posto apenas para chamar a atenção para uma notícia que nem se quer era sobre a saída do Sr Embaixador. A mim parece-me truque de marqueting.
Abandona!! Hehe!
Se fosse:
-Portas conversa com Cavaco.
Ninguém lia.
Senhor Embaixador: concordo que o "Publico" tenha dado apenas noticia de uma realidade.
Mas concordo,igualmente, com o comentário de Patricio Branco.
Receio estar a transformar-me num crónico desconfiado mas a verdade é que acredito,cada vez menos que certos títulos dos jornais sejam neutros,em especial, quando visam personalidades como V.Exa.
Ou então que tudo se fique a dever simplemente a ignorancia de quem os escreve.
Ambas as hipoteses deixam-me inquieto.
A velha senhora, caro embaixador ('sonhado amor impossível'!!! - está apaixonada?...), pede convite para o jantar do Procópio. Terá, para isso, que me autorizar a revelar a sua identidade. Como? Quando? Não entendo mais a minha velha amiga. Desconfio que se está a passar. Veja só a trapalhada de sonetilho - e ps - que me ditou:
jantar da refundação
fundas são... vossas ideias
refundam-se em meia-ação
e fundem-se em meias-teias
que se fundam se refundam
refundem-se as panaceias
pra quantos já barafundam
lixados com tantas peias
ó meu jov'embaixador
sonhado amor impossível
convide-me por favor
jantar quero a alto nível
com gente tão superior
sou velha não desprezível
ps
jantando bem e se for
beber bebida bebível
darei de mim o melhor
serei inda apetecível
Mas alguém acredita que depois de sair de Paris o "nosso" Embaixador vai para a reforma?!
Desiluda-se quem assim pensa...
Venha mas é para a sua terra, que a "jainte" está com saudades.
O minha velha senhora,
Sonhei eu tanto consigo!
Do coração jogo-a fora:
Ama então o meu amigo
Embaixador na reforma
Blogueiro consagrado?
Por ele assim desta forma
Me deixa desconsolado?
Vou esquece-lá, ingrata.
Desprezaste o puro amor
Do Feliciano da Mata!
Fica com teu despudor...
Meu caro Amigo,
Também eu tive um sobressalto quando vi o título do jornal (nos tempos que correm, que não são inéditos em saneamentos). Como tinha uma ideia da sua juventude em relação à minha idade provecta, rapidamente me recompus e certifiquei-me via Anuário (ainda e só o de 2007...) que VEXA é "atingido pelo limite de idade", como diria, parodiando, o saudoso Prof. Vitorino Nemésio na sua "última lição", para exercer funções em postos no exterior, no início de 2013. Eu fui "atingido" antes e mais novo... É a vida... como disse alguém noutras circunstâncias. Vamos tê-lo mais perto e espero que continue a proporcionar este "espaço de diálogo" (chavão muito em uso...) aos que admiram o seu engenho e arte, não só diplomáticos, que foram e ainda poderão ser muito úteis.
José Honorato Ferreira
Caro José Honorato Ferreira: como sabe, quando não há notícias, inventam-se! Esta era uma não-notícia, a menos que o país pasmasse com a saída de cena de um embaixador, no estrito cumprimento temporal da lei. Mas como observar as leis já começa, pelos vistos, a ser coisa de sublinhar, terá sido por essa razão pela qual algum pressuroso fâmulo, não podendo dar conta, por razões de Estado, de conversas em Belém, tenha descoberto este inenarrável "leak" (?), construindo assim uma obviedade e, mais do que isso, um título. Coisas de quem tem por pobre tarefa encher agenda e adubar a lista telefónica nas redações, para assim justificar a avençazita, porque os tempos não vão fáceis para ninguém.
De facto,, dentro de menos de três meses, e citando clássicos de duvidosa moda, "vou andar por aí" (espero que ninguém se arrependa...). E conto que nos encontremos para uma almoçarada, de memória de bons tempos (dos fiordes a outras ocasiões). Um forte abraço
A velha senhora soube agora das quadras do caro Feliciano da Mata e, como não é de se calar, ditou-me, em resposta:
ó da mata meu querido
que ternura me suscita
considere uma desdita
se a jantar eu me convido
com o amigo que aí cita
diplomata conhecido
de quem gosto não duvido
se gostar não for só fita
mas gostoso é o seu ciúme
se bem que escanifobético
anacrónico e comum
não se zangue não espume
por eu ser como um elétrico:
pode entrar sempre mais um
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