Há minutos, participei na votação que decidiu a atribuição a Astana, capital do Casaquistão, da responsabilidade de organizar a Exposição internacional em 2017. Foram muitos meses de disputa cerrada entre aquela cidade e Liège, com uma imensidão de eventos, desde há mais de um ano, para promoção de ambas as candidaturas.
Ao entrar na cabine para a votação secreta - vi que três ou quatro países levaram para dentro da cabine dois delegados, "just in case"... -, na minha qualidade de representante português no Bureau International des Expositions (outro interessante "chapéu" que também tenho, aqui em Paris), não pude deixar de recordar, desta vez com alguma assumida nostalgia, a nossa "Expo 98".
Foi uma bela aventura, imaginada por António Mega Ferreira e Vasco Graça Moura, lançada nos governos Cavaco Silva e realizada nos governos António Guterres, que permitiu mudar a face da zona oriental de Lisboa e cuja concretização constituiu então um fator de grande prestígio para Portugal e, o que não é despiciendo, funcionou como um elemento de grande orgulho para todos os portugueses.
10 comentários:
"...Foi uma bela aventura, imaginada por António Mega Ferreira e Vasco Graça Moura, lançada nos governos Cavaco Silva e realizada nos governos António Guterres..."
Surpreendente, de facto, como esse quarteto tão diverso, foi capaz de levar por diante tal projecto!
Pois é.... foi uma grande aventura e obra mas...não sei se contribuiu muito ou pouco para as dificuldades que as próximas gerações vão ter para pagar tanta dívida. Mas.... eu não sei
Tive o previlégio de ter trabalhado na Expo 98 e tambem no pós Expo.Vi-a
nascer,crescer, ser adulta. Esta cidade imaginada...
Com o passar do tempo,já adulta,de
imaginada,passou a comprada. e então
o sonho foi-se!Creio não ter sido bem
este o sonho de Mega Ferreira.
C.C.
Gosto de passear por lá
é um local agradável com muitas energias positivas!
Ao tempo foi uma autêntica romaria.
Bem interessante sem sombra de dúvida,além da memória a herança disponivel e agradável de se ver.
Senhor Embaixador
Não me leve a mal mas a decisão de mudar a face daquela zona oriental de Lisboa (e edificá-la), julgo que se deve ao Governo de Cavaco Silva. O Governo do eng. António Guterres fez (e bem) a "gestão" da Expo-98.
Caro Eduardo Saraiva: nada do que eu escrevi contraria o que disse.
A EXPO 98 foi um momento sublime na vida contemporânea da nossa cidade de Lisboa.
O local para mim guarda muitas outras histórias: foi da Doca dos Olivais, então o Aeroporto Marítimo de Lisboa, que pela primeira vez iniciei uma viagem, em Julho de 1958, num hidroavião da companhia Aquila Airways. Muitos anos mais tarde atraquei à ponte-cais de Cabo Ruivo, hoje integrada na Marina da EXPO, para descarregar combustíveis e produtos refinados carregados em Sines. Era uma viagem de 60 milhas, cerca de 4 horas, feita normalmente pelos GALPs da Sacor Marítima. Isto no tempo em que tinhamos navios... À época o local tinha uma beleza selvagem de decadência industrial, contracenada pela luz única do lugar. Saudades...
Um dia o cão CHARLIE, um Cocker Spaniel dourado encontrado na rua e que foi meu companheiro 10 anos, resolveu mergulhar no lodo da Doca dos Olivais. Pior foi eu ter de o ir lá buscar. O pequeno carro que tinha na altura ficou imundo, mas para o CHARLIE foi uma felicidade...
Apresentei sobre ela um trabalho de fim de curso, na Sorbonne, que mereceu um Muito Bom.
Na conclusão falei de um « effet expo », que definia o orgulho e a alegria que a generalidade dos Portugueses sentiu com a excelente imagem que, através dela, demos do nosso país, ao mundo inteiro.
Pena é não poder haver uma expo’2012, e sobretudo com o mesmo “effet”…!
Cdido
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