sábado, novembro 30, 2013

Marinho Pinto

Conheço António Marinho Pinto há cerca de 50 anos. Recordo-me de conversas, muitas vezes políticas, que tivémos à volta das mesas da pastelaria Gomes, em Vila Real, no final dos anos 60. Nestas décadas, fomo-nos encontrando, muito pouco, a espaços - por Coimbra, por Lisboa ou pelo Porto. À distância, e depois de o ter visto como jornalista e comentador televisivo, fui acompanhando a sua prestação à frente da Ordem dos Advogados, um seu tempo de grande visibilidade pública, com forte dose de polémica, servida pelo verbo fácil, pela palavra desassombrada, pela vontade de chamar as coisas pelos nomes, na área da Justiça. Que justiça lhe fará a Justiça?

Marinho Pinto acaba agora o seu tempo à frente da Ordem. Com toda a franqueza, não tenho uma opinião concreta sobre o saldo que fica da sua ação no setor. Mas o facto da sua sucessora, hoje eleita, o ter sido num registo de continuidade, leva-me a pensar que o trabalho de Marinho Pinto deve merecer um apoio maioritário junto dos seus pares. Estarei certo?

Uma coisa tenho a agradecer ao meu amigo António Marinho Pinto: o inesquecível momento de televisão que ofereceu ao país, diante de uma conhecida figura televisiva. A frontalidade de Marinho Pinto ficou na história da nossa vida mediática. Quem quiser, relembre aqui o episódio.

11 comentários:

Anónimo disse...

Isto e: não ter papas na lingua.
José Barros

Anónimo disse...

Marinho Pinto antes de Bastonário.

Depois de ...

Espero que volte com a lucidez e a capacidade desassombrada e descomprometida que o fazia impor-se.

Guilherme.

Anónimo disse...

Marinho Pinho no seu melhor, Manuela Moura Guedes no seu pior. Marinho continuou, Moura Guedes acabou (tristemente) como e onde sabemos. Marinho Pinho era e foi muito contestado por um determinado número de advogados, sobretudo de Lisboa, ou, para ser menos prosaico e ir direito ao assunto, de muitos dos conhecidos e grandes escritórios de advogados lisboetas (e até alguns do Porto). Um colega um dia disse-me: “O Marinho Pinho foi eleito pela Província, pelos advogados da Província, muitos por cá, Lisboa, estão contra ele e o seu populismo” (viu-se hoje pelas eleições que elegeram a sua sucessora e continuadora!). Esta mensagem elitista, saloia, arrogante, típica “de uma certa toga” de Lisboa (convém dizer que trabalho em Lisboa e sei do que falo), bem relacionado (sobretudo com o Poder político) era igualamente defendido por muitos dos jovens (vintes/trintas) advogados de muitos desses mesmos escritórios. Conheci uns poucos, alguns até são familiares ou filhos de amigos.
Marinho Pinho, goste-se ou não dele e do seu estilo, deu um impulso e uma imagem mais forte à figura do Bastonário da Ordem dos Advogados. Por exemplo, quando, na abertura do Ano Judicial ele falava, escutava-se o que ele dizia, concordando-se ou não (por mim, concordei em larga parte). Dos que o antecederam, raros foram aqueles cuja palavra, naquelas ocasiões, importava, ou interessava, ouvir. O mais das vezes era para dizer “o que convinha, o politicamente correcto, o trivial de banalidades judiciais”. Marinho Pinho, ao contrário, era, muitas das vezes, contra a corrente. Foi um murro na mesa do sistema. Nesse sentido, foi salutar. Certamente, tal como todos nós, nem sempre se poderia estar de acordo, ou melhor, poder-se-ia pensar que determinadas coisas, críticas que teceu, teriam, porventura, mais eficácia e surtido mais efeito, se ditas de outra forma, menos directa, ou menos forte. É possível. Mas, não estou certo. O seu estilo era aquele e foi esse que deixou marca e, em minha opinião, que o distinguiu. Marinho Pinho foi um Bastonário que teve a coragem para criticar a má Justiça – porque ela existe, para criticar os compadrios do sistema, a corrupção e seus tentáculos que minam o país e a sociedade, o tráfico de influências, etc e até aspectos como a desigualdade social, que não tendo a ver directamente com a Justiça, têm muito a ver com a falta de “Justiça Social”. Foi um Bastonário interveniente, polémico (em minha opinião, no bom sentido do termo), frontal, honesto, corajoso e combativo. Algumas das suas ideias, designadamente quanto à admissão de novos, jovens, advogados na Ordem, não foram bem entendidos por alguns. Lá está, nem tudo o que propôs foi consensual, mas isso é normal. O que não quer dizer que estivesse errado. Depende do prisma em que se analisam as coisas. Seja como for, o balanço final do seu tempo à frente da Ordem, enquanto Bastonário, foi, em minha opinião e, pelos vistos, da maioria dos advogados, positivo. Valeu a pena. Dificilmente voltaremos a ter um Bastonário com o carisma de Marinho, sem desfavor para a sua sucessora, a quem desejo o melhor. Em resumo, foi um período (muito) interessante este que agora vai terminar. Votos de felicidades para o futuro próximo de Marinho Pinho, é o que lhe desejo.
R.Q.

Unknown disse...

Também conheço Marinho Pinto desde que era jornalista. Era bom. Como bastonário foi como sempre frontal. E mais não digo

EGR disse...

Senhor Embaixador: Marinho e Pinto, goste-se mais ou menos, do estilo foi um Bastonário corajoso que, muitas vezes, acertou no alvo ao denunciar comportamentos das magistraturas judicial e do MP; teve muitas vezes razão, em especial, quando denunciou os comportamentos "sindicais" das respetivas associações de classe cujos dirigentes, em particular durante o anterior governo, exorbitaram, com frequência, do que seria a aceitável defesa dos seus interesses de classe.
Foi, sem duvida um defensor dos advogados e os seus combates com a senhora que ocupa a pasta do Ministério da Justiça só pode merecer o reconhecimento dos advogados.
É que nessa área, como nas demais da governação, a referida senhora está a fazer uma autentica devastação, privatizando a justiça, retirando dos tribunais aquilo que sempre sempre foi da sua esfera tudo a beneficio dos interesses dos grandes interesses.
Também na denuncia da proximidade dos grandes escritórios com a politica.
A eleição da nova Bastonária confirma que muitas das causas de Marinho e Pinto são abraçadas por
uma significativa parte dos seus colegas.

Anónimo disse...

O Marinho Pinto é uma pérola de frontalidade - gosto das pessoas frontais - ele vai aparecendo por aí, espero eu

Zé da Adega

Anónimo disse...

Gostava de saber o que a "revolução dos cravos" nos trouxe de bom? Gostava de saber porque razão os nossos governantes pós 25 de Abril e ex-deputados gozam de regalias que os portugueses pagam com os impostos?
Que direito tem um governo de "entrar" nas nossas contas e tirar para impostos,afinal descontámos durante os anos de trabalho e agora. mexem, tiram, já ninguém sabe o valos da reforma!
Não há ninguém a quem reclamarmos a forma como estamos a ser "roubados" é o termo mais próximo da atual situação "estamos a ser "roubados" descaradamente

Anónimo disse...

Senhor Dr. Antonio Marinho Pinho teno seguido alguns dos seus comentários na TV em programas da TVI e outros, gosto da maneira como fala ."sem papas na língua" com os pontos nos "is" !
Penso que muita gente não o ouve ! Os portugueses caíram na pasmaceira dos futebois (não gosto de futebol, sou suspeito), nas notícias das parangonas, nos escândalos sociais, tudo para "adormecer" a malta!
Os nossos jovens foram para a emigração, tenho um filho na Suécia e familiares em Angola, as nossa "nata" de jovens com cursos superiores, foram "convidados" a emigrarem , Portugal não oefrece condições!
Ficam os mais jovens e os idosos! Os primeiros com um sistema de Educação deficiente, os segudos à espera da morte lenta, uma vez que o SNS ficou sem recursos ou quase sem recursos. faltam enfermeiros e médicos, faltam "consumíveis m certas áreas! Estamos a assistir a um "genocídio" camuflado dos portugueses! Os governantes tem alimentação "equilibrada" , tanto de proteínas, tanto de vitaminas.etc..não temos indústria a nosa agricultura está de rastos os jovens agricultores "quixam-se" e bem . contra a descriminação a que estão sujeitos, o governo dá preferência aos estrangeiros em detrimento dos nossos agricultores! Basta Dr. Marinho Pinho, ao menos que sejam honestos e não nos andem a enganar com "crescimentos" económicos falsos! Portugal "estrabucha" numa "agonia lenta porque a Europa quer fazer deste canto o seu "quintal de férias!

Anónimo disse...

Caro amigo Dr. Marinho Pinto.Apesar denão me conhecer, desde já, pode contar com a minha amizade.
Fui votante do P S, com influência, do tempo, em que Manuel Alegre, falava, na voz Rádio da Liberdade, em Argel, Argeli, 22. Se a memória me falha, pesso desculpa.Havia outras rádios.Voz da América. Rádio Moscovo,etc.
Para mim, é tempo de mudar o meu voto. FORÇA DR;Futuro,ministro de Portugal

Anónimo disse...

Peço desculpa, só quero esta informação.
Alguém me sabe dizer a que horas se vai realizar a reunião do novo partido, e a onde , hoje em Coimbra?

Anónimo disse...

Em frente! A sua energia e disponibilidade são muito necessárias.

Os borregos

Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional franc...