domingo, abril 25, 2021
As quintas da empregada
O Fado do Chicão
“O Fado do Chicão”
De olhos nas câmaras e de olhar afoito,
jeito de marinheiro ou de soldado,
era um rapaz da direita moderna,
negra madeixa ao vento, cravo branco de lado.
Perguntei-lhe quem era e ele disse
“sou a direita e por mim vai tudo mudado”.
Pobre rapaz da direita moderna,
negra madeixa ao vento, cravo branco de lado.
Porque me assaltam turvos pensamentos?
Que queres tu mudar no nosso fado?
Diz-me rapaz da direita moderna,
negra madeixa ao vento, cravo branco de lado?
Ouvindo-me, quedou-se altivo o moço
e respondeu com o cravo branco empinado
“De vermelho tornei branco este cravo,”
negra madeixa ao vento, olhar arregalado.
Soube depois que tivera tantos votos
quantas ideias tinha apresentado.
Ai do rapaz da direita moderna,
negra madeixa ao vento, cravo branco murchado!
Há 200 anos
Faz hoje precisamente 200 anos, dom João VI, que ganhara o título real já no Brasil, deixava definitivamente aquela terra, ao final de 13 anos, para onde a corte se transferira em 1808, acossada pela primeira invasão napoleónica de Portugal. O efeito do período joanino sobre o Brasil foi imenso, como o reconhece quem se debruça com seriedade sobre os múltiplos impactes da presença tropical da corte, os quais, a curto prazo, vieram densificar a massa crítica que deu lugar à posterior independência da colónia. Mas porque as relações coloniais são sempre o que são, há um Brasil que não resiste a pontuar a evidência do salto qualitativo dessa centralidade conjuntural do império português com algumas notas caricatas e depreciativas sobre a imagem e os hábitos do rei. Esse tipo de discurso a propósito de dom João VI iniciou um recorrente ciclo de lusofobia, umas vezes mais acentuado, outras vezes mais atenuado, que se converteu numa espécie de doença infantil a que a brasilidade raramente consegue escapar. Um artigo na “Folha de S. Paulo” de hoje segue, com naturalidade burocrática de pensamento, essa “politicamente correta” dualidade de leitura. Nada de novo, a Sul.
A eterna maiúscula
Os tempos
sábado, abril 24, 2021
É pena!
24 de abril
Viva o 25 de Abril!
sexta-feira, abril 23, 2021
Salazar no 25 de Abril
“Senhor professor! Senhor professor! Telefonou o general Kaúlza a dizer que estão tropas nas ruas. Diz que, desta vez, não conseguiu impedir o golpe”.
Da cepa torta à boa nova
Alguns podem detetar algo de gastronómico no título deste artigo. Têm e não têm razão.
A América mexe com o mundo
Já por aqui se refletiu sobre o caráter determinante que a mudança de um presidente americano assume sempre na ordem global. Nenhuma alteração de liderança, em qualquer outro país do mundo, cria tanta expetativa e concita tanta atenção. A razão por que isso acontece é óbvia: muitas das orientações oriundas de qualquer que seja o titular da Casa Branca refletem-se nos vários cenários estratégicos internacionais.
Diplomacia e informação
quinta-feira, abril 22, 2021
Voltar
Fica aqui um “amuse bouche”, com os cumprimentos do chefe poeta, este “Ao lembrar”:
“Cada cidade que recordamos
trai a nossa memória dela, ao ser outra
a cada dia.
Só nos são fiéis as cidades desconhecidas
com que não chegámos a sonhar.”
Vacina (2)
Vacina
quarta-feira, abril 21, 2021
“A Arte da Guerra”
Esta semana, “Arte da Guerra”, o podcast para o Jornal Económico que semanalmente faço com o jornalista António Freitas de Sousa, é dedicado à América Latina: falamos dos reajustamentos na liderança cubana, das novas hipóteses políticas que as decisões judiciais oferecem a Lula da Silva no Brasil e do relativo “esquecimento” em que parece ter caído o governo de Nicolás Maduro na Venezuela.
terça-feira, abril 20, 2021
Nos 80 anos de Roberto Carlos
O autoretrato das minhas estantes e também o do Rui Knopfli
A minha solidariedade
segunda-feira, abril 19, 2021
“Todos à molhada!”
domingo, abril 18, 2021
Lema
sábado, abril 17, 2021
“Observare”
Pode ver aqui:
Memória asiática
Em 1976, fui colocado na “repartição” da África, Ásia e Oceania, da direção-geral dos Negócios Económicos do MNE.
Presidências europeias - uma realidade mutante
Nele publico um artigo sobre as Presidências da União Europeia, cujo texto pode ser lido aqui.
sexta-feira, abril 16, 2021
O meu candidato
quinta-feira, abril 15, 2021
“A Arte da Guerra”
Pode ver aqui.
quarta-feira, abril 14, 2021
Shirley Williams
”A quem é que interessa que morreu Shirley Williams?” Coloquei a pergunta a mim mesmo, claro, antes de iniciar este texto, na certeza de que haverá gente que por aqui passa que hesitará entre duas questões: “Mas quem será a senhora?”
terça-feira, abril 13, 2021
Martinez
Há quatro anos, no Chiado, tirei esta fotografia. A figura retratada é Pedro Soares Martinez, a olhar a montra lateral da Bertrand.
Desconfiamento
Alô!
“E se todo o mundo é composto de mudança...”
segunda-feira, abril 12, 2021
A honra do Convento
O tempo passa muito rapidamente. Em 2007, eu era embaixador no Brasil. Por cá, numa espécie de paroquial concurso da “Lusovisão”, houve a peregrina ideia de escolher “Os Grandes Portugueses”, por votação telefónica. Lá, do outro lado do Atlântico, chegaram-me ecos dessa disputa, a qual, como estava escrita nas estrelas destes certames, acabou raptada pela política de trincheiras.
domingo, abril 11, 2021
Os amigos do Jorge
Ontem, num cemitério beirão, dei comigo a cantarolar intimamente a canção com que Georges Moustaki homenageou Georges Brassens - o conhecido “Les Amis de Georges”. Não se canta num funeral? Cada um “reza” à sua maneira.
Carlos Eurico da Costa (1928-1998)
Por razões próprias, que logo verão, entendi recordá-lo. E fi-lo num artigo (que não é curto, aviso desde já, demora cerca de 13 minutos a ler), que subtitulei de “o surreal realista”. Texto a que alguns leitores habituais deste blogue podem achar graça.
Utilizei para isso uma das mais interesssantes plataformas informativas que por aí anda, "A Mensagem de Lisboa", um espaço de bom gosto e boa gente para o qual tive o privilégio e o gosto de ser convidado a ser colaborador. Aqui fica o link, "à toutes fins utiles".
Refletir na desordem
Quando o mundo, no final da segunda Guerra Mundial, se organizou institucionalmente em torno das Nações Unidas, ficou criada a ideia, do seu lado ocidental, de que os modelos democráticos, nas suas diversas expressões, a que alguns chamavam liberais, acabariam por funcionar como uma espécie de “benchmark”, para o qual, cedo ou tarde, a maioria dos Estados tenderia a evoluir.
sábado, abril 10, 2021
E mais não digo!
Ou não?
sexta-feira, abril 09, 2021
Um a zero
O adeus de Philip
Morreu o príncipe Philip, marido da rainha britânica. Tinha 99 anos. A série televisiva ”The Crown” terá contribuído para mudar, em muita gente, uma certa ideia que existia sobre a sua personalidade. O saldo dessa perceção não é, contudo, consensual.
“A Arte da Guerra”
Com o jornalista António Freitas de Sousa, num ”podcast” do Económico TV, falo das recentes eleições na Bulgária, nos novos equilíbrios no Parlamento Europeu, dos esforços europeus para reconstituir o acordo nuclear com o Irão e do modo como mais recente atentado junto ao Capitólio, em Washington, prova que a América vive sob uma tensão interna que nem a presidência apaziguadora de Joe Biden está a conseguir atenuar.
Por esse Rio abaixo
Juíz de dentro
quinta-feira, abril 08, 2021
Irlanda do Norte
Para já, os acontecimentos violentos em Belfast parecem titulados por adolescentes protestantes em raiva, face ao que entendem ser uma objetiva derrota dos unionistas, que interpretam o estabelecimento de uma “fronteira” marítima entre a Irlanda do Norte e a Grã-Bretanha (Inglaterra, Gales e Escócia), indispensável para que o território se mantenha no Mercado Interno da UE (isto é, sem uma fronteira física com a República da Irlanda), como uma cedência às pretensões dos católicos que desejam a ligação à República da Irlanda. Porém, se os movimentos políticos unionistas, que já informaram, há semanas, os governos de Londres e Dublin de que se dissociavam politicamente do “Acordo da Sexta-Feira Santa” (processo de paz assinado em 1998), vierem a assumir essas reivindicações (e o surgimento de vítimas pode facilmente ser um rastilho) e a assinalar uma espécie de “nil obstat” à retoma de atividade das fações armadas protestantes que, nos últimos anos, se têm mantido em sossego, as coisas podem descambar perigosamente. É que, do lado católico, haverá um mimetismo automático.
Honra a Joe Biden
B & B
Há bastantes anos que ouvia falar daquele restaurante, situado numa certa capital de distrito, onde não vou muito e onde tinha escassas refe...