Lembro-me de que era um tipo para o alto, no que se distinguia dos restantes contínuos que fiscalizavam os corredores do nosso liceu, lá por Vila Real, nos anos 60 de século passado. Em geral, era gente mais atarracada: o Rocha, o Marques, o Sousa, etc, além da menina Arminda que, quando a conheci, de menina já só tinha o titulo carinhoso.
Esse contínuo chamava-se Carminé, nome que, por pouco vulgar, sempre me ficou na memória. O senhor Carminé, imagino que por uma bula excecional que lhe terá sido concedida por alguém do poder liceal, vendia, nos intervalos, num estreito balcão no início de uma nova ala entretanto construída no liceu, algum material de papelaria e, se não me engano, também chocolates, coisa um tanto bizarra para um comércio dedicado a material didático.
Do que é que eu havia de me lembrar no dia de hoje, aqui por Nova Iorque! E porquê? Porque ontem fui jantar a um restaurante que há bastantes anos conhecia de nome, mas que nunca tinha experimentado: o Carmine's. Como não me constava que o nosso velho contínuo tivesse migrado para a restauração em Manhattan, vim a constatar que a história deste espaço com ressonâncias italianas é bem outra.
Nota de prova: o tinto da casa não era nada mau. E até se comeu bem.
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