sábado, outubro 18, 2025

A Ucrânia em sete pontos

1. Sinais recentes pareciam indicar que Trump tinha decidido incrementar a venda de material militar aos europeus, destinado a ser cedido à Ucrânia, porque isso favorecia as indústrias de armamento dos EUA, sendo assim um excelente negócio.

2. Subitamente, Trump recuou no fornecimento de mísseis de longo alcance, depois de nova conversa com Putin. Porquê? Uma das razões pode ter sido o facto do líder russo o ter convencido de que o uso potencial desse armamento pela Ucrânia colocava, de facto, um risco existencial para a Rússia.

3.  Por muito que se considere Trump um líder errático, ele percebe que não pode colocar nas mãos de uma Ucrânia desesperada a hipótese de forçar a subida da guerra para um patamar de confronto em que a resposta seguinte envolveria necessariamente os EUA - a nível convencional ou superior.

4. Curiosamente, Trump reage um pouco como Joe Biden. Este sempre que temeu que uma escalada (deliberada ou por "falsa bandeira") pudesse vir a mudar a qualidade da guerra, obrigando a uma resposta NATO, i.e., dos EUA, travou quaisquer aventuras. O Pentágono tem uma imensa experiência. 

5. Por estas horas, Zelensky deve estar a fazer grande lóbi junto dos seus amigos europeus, porque está em pânico em face daquilo que pode ter de vir a aceitar em Budapeste. Trump já lhe deve ter dito que, no "end game", estará a perda de território. Ponto.

6. A Europa não tem hoje a menor capacidade para travar os desígnios de Trump, mas aposto que vai ainda tentar reagir. Mas Trump, adubado pelo êxito no Egito, quer fechar já o ciclo com um acordo para a Ucrânia. Para tal, a Rússia vai ter de "perder" algo formal, para compôr o ramalhete. O que será?

7. Trump está desejoso de fechar os dossiês Gaza e Ucrânia, antes do encontro com Xi. Porque a sua preocupação maior se chama China. Quer assim ter, rapidamente, as mãos livres nos restantes cenários geopolíticos para se dedicar a essa ameaça competitiva à liderança americana.

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