quarta-feira, janeiro 15, 2014

Prós e Contras

Há uns anos, cruzei-me com Fátima Campos Ferreira num avião. Lamentou então que eu tivesse estado indisponível para aceitar um convite que, meses antes, me havia feito para participar num programa "Prós e Contras". Desconhecia por completo a existência desse convite. Explicou-me que, tendo telefonado para minha casa, a minha mulher lhe havia dito que eu não iria a esse debate. Terá achado que o tema me era inconveniente. Não há nada como ser casado com hábeis (e discretas) gestoras de imagem.

Há dias, estive no "Prós e Contras". O assunto era vasto: 2014. É sempre muito importante o futuro, porque, como alguém dizia, é nele que vamos passar o resto da nossa vida. O debate foi disperso, evoluindo por temáticas que, sendo previsíveis, eram de difícil preparação específica. Acabou por se polarizar, sem surpresas, entre dois dos convidados, que contrastaram posições e argumentos, na defesa tipificada de perspetivas totalmente opostas. Entre os amigos e conhecidos que ouviram as minhas quatro intervenções no programa, o sentimento maioritário foi de que eu falei pouco e que deveria ter sido mais interventivo. Alguns acham que fui pouco assertivo, outros que fui menos "diplomático" e mais "político" do que devia, com o primeiro qualificativo a ser tido por positivo e o segundo a querer ser negativo.

Ontem, num exercício entre o masoquista e o narcísico, revi o programa. No que nele me disse respeito, julgo que disse quase tudo quanto queria dizer. Ou dar-se-á o caso de estar a ser demasiado complacente comigo próprio?

14 comentários:

Helena Oneto disse...

O que aqui diz, carissimo amigo, responde ao comentario que fiz.
O Senhor Embaixador "falou" muito bem: sem Europa, o caos seria maior.
"Tem de haver consenso" (a nice wishful thinking) foi coisa que nunca houve em Portugal e agora parace-me completamente impossivel! bastou ouvir os "a favor" e "os contra"...
A animadora podia ter (a si e a outros jovens com projetos mais concretos) dado mais tempo "de parole" e intervir menos.
O que disse o psy não é novidade para niguém...
Somos um pais de tristes, pouco produtivos e mal amados.

Anónimo disse...

"Somos um pais de tristes, pouco produtivos e mal amados."

"não é novidade para niguém..."?

pois... so se se quiser...

Alcipe disse...

Falaste como político e ser diplomático é também ser político.
Abraço


a) Alcipe

Anónimo disse...

Ainda bem que não foi a nossa querida Gina que atendeu o telefone desta vez. Ou terá sido?

patricio branco disse...

já há tempos que não frequento esse programa mas tenho alguma pena de não ter sintonizado o desta semana...

Janus disse...

Por acaso nem vi o dito programa mas suspeito que , bem lá no fundo, quem tinha razão mesmo... era a sua esposa!

Anónimo disse...

O Sr. Embaixador disse o que era preciso ser dito: O projeto europeu tem que continuar, caso contrário o “caldo” ainda se entorna mais… mas, esqueci-me de acrescentar que lhe faltou dizer: com outros protagonistas… (na Europa e no País)
antonio pa

Anónimo disse...

Que deus nos liver do "consenco".
So da paralizia economica e ditadura.

Anónimo disse...

No programa, o senhor sentado à sua direita, dentro de pouco tempo vai ser convidado para fazer parte do pote. Deu para entender. Gostei das intervenções do Senhor Embaixador, mas devia ter sido mais incisivo, menos pragmático. Precisamos de pessoas com valor que nos defendam. Precisamos da Verdade, como do azeite. Estamos fartos de mentiras.
D'Albano

São disse...

Como lhe disse antes, acho que esteve certo no que disse , mas continuo a pensar que deveria ter tido mais intervenção.

Santa Clara ainda irá para lugar de destaque, decerto. Ou , pior ainda, essa criatura chamada João César das Neves , cujo cristianismo é de pacotilha.

Quanto à moderadora, segiu a actual moda: fala mais do que os convidados!!!

Os meus respeitos.

EGR disse...

Senhor Embaixador : já tive opurtunidade de fazer um comentário sobre o "Prós e Contras" em que participou.
Não tenho duvida que V. Exa. disse o que queria, aliás, nem sequer de esperar outra coisa.
Mas reafirmo que Fatima Campos Pereira não esteve interessada em dar-lhe tempo para se pronunciar sobre o que estava em discussão.

Defreitas disse...

“Carta” publicada no Facebook por CARLOS PAZ
(Prof. Universitário de Gestão)
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Meu caro Ilustre Prof. CAVACO SILVA,

Tomo a liberdade de me dirigir a V. Exa. através deste meio (o FACEBOOK), uma vez que o Senhor toma a liberdade de se dirigir a mim da mesma forma. É, aliás, a única maneira que tem utilizado para conversar comigo (ou com qualquer dos outros Portugueses, quer tenham ou não, sido seus eleitores).

Falando de “eleitores”, começo por recordar a V. Exa. que nunca votei em si, para nenhum dos cargos que o Senhor tem ocupado, praticamente de forma consecutiva, nos últimos 30 anos em Portugal (Ministro das Finanças, Primeiro Ministro, Primeiro Ministro, Primeiro Ministro, Presidente da República, Presidente da República).
No entanto, apesar de nunca ter votado em si, reconheço que o Senhor:

1) Se candidatou de livre e espontânea vontade, não tendo sido para isso coagido de qualquer forma e foi eleito pela maioria dos eleitores que se dignaram a comparecer no ato eleitoral;
2) Tomou posse, uma vez mais, de livre vontade, numa cerimónia que foi PAGA POR MIM (e por todos os outros que AINDA TINHAM, nessa altura, a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos);
3) RESIDE NUMA CASA QUE É PAGA POR MIM (e por todos os outros que AINDA TÊM a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos);
4) TEM TODAS AS SUAS DESPESAS CORRENTES PAGAS POR MIM (e pelos mesmos);
5) TEM TRÊS REFORMAS CUMULATIVAS (duas suas e uma da Exma. Sra. Dª Maria) que são PAGAS por um sistema previdencial que é alimentado POR MIM (e pelos mesmos);
6) Quando, finalmente, resolver retirar-se da vida política ativa, vai ter uma QUARTA REFORMA (pomposamente designada por subvenção vitalícia) que será PAGA POR MIM (e por todos os outros que, nessa altura, AINDA TIVEREM a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos).

Neste contexto, é uma verdade absoluta que o Senhor VIVE À MINHA CUSTA (bem como toda a sua família direta e indireta).

Mais: TEM VIVIDO À MINHA CUSTA quase TODA A SUA VIDA.

E, não me conteste já, lembrando que algures na sua “vida profissional”:
a) Trabalhou para o Banco de Portugal;
b) Deu aulas na Universidade.

Ambos sabemos que NADA DISSO É VERDADE.

BANCO DE PORTUGAL: O Senhor recebia o ordenado do Banco de Portugal, mas fugia de lá, invariavelmente “com gripe”, de cada vez que era preciso trabalhar. Principalmente, se bem se lembra (eu lembro-me bem), aquando das primeiras visitas do FMI no início dos anos 80, em que o Senhor se fingiu doente para que a sua imagem como “futuro político” não ficasse manchada pela associação ao processo de austeridade da época. Ainda hoje a Teresa não percebe como é que o pomposamente designado chefe do gabinete de estudos NUNCA esteve disponível para o FMI (ao longo de MUITOS meses – grande gripe essa).
Foi aliás esse movimento que lhe permitiu, CONTINUANDO A RECEBER UM ORDENADO PAGO POR MIM (e sem se dignar sequer a passar por lá), preparar o ataque palaciano à Liderança do PSD, que o levou com uma grande dose de intriga e traição aos seus, aos vários lugares que tem vindo a ocupar (GASTANDO O MEU DINHEIRO).

Defreitas disse...

AULAS NA UNIVERSIDADE: O Senhor recebia o ordenado da Universidade (PAGO POR MIM). Isso é verdade. Quanto ao ter sido Professor, a história, como sabe melhor que ninguém, está muito mal contada. O Senhor constava dos quadros da Universidade, mas nunca por lá aparecia, exceto para RECEBER O ORDENADO, PAGO POR MIM. O escândalo era de tal forma que até o nosso comum conhecido JOÃO DE DEUS PINHEIRO, como Reitor, já não tinha qualquer hipótese de tapar as suas TRAPALHADAS. É verdade que o Senhor depois o acabou por o presentear com um lugar de Ministro dos Negócios Estrangeiros, para o qual o João tinha imensa apetência, mas nenhuma competência ou preparação.

Fica assim claro que o Senhor, de facto, NUNCA trabalhou, poucas vezes se dignou a aparecer nos locais onde recebia o ORDENADO PAGO POR MIM e devotou toda a vida à sua causa pessoal: triunfar na política.

Mas, fica também claro, que o Senhor AINDA VIVE À MINHA CUSTA e, mais ainda, vai, para sempre, CONTINUAR A VIVER À MINHA CUSTA.

Sou, assim, sua ENTIDADE PATRONAL.

Neste contexto, eu e todos os outros que O SUSTENTÁMOS TODA A VIDA, temos o direito de o chamar à responsabilidade:
a) Se não é capaz de mais nada de relevante, então: DEMITA-SE e desapareça;
b) Se sente que é capaz de fazer alguma coisa, então: DEMITA O GOVERNO;
c) Se tiver uma réstia de vergonha, então: DEMITA O GOVERNO e, a seguir, DEMITA-SE.

Aproveito para lhe enviar, em nome da sua entidade patronal (eu e os outros PAGADORES DE IMPOSTOS), votos de um bom fim-de-semana.

Respeitosamente,

Carlos Paz

Anónimo disse...

Pela parte que me toca, foram suas as melhores intervenções: pertinentes, objetivas e sucintas. Eficazes.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...