Era demais! Aquele embaixador português, conhecido notívago, abusava dos telefonemas tardios para os seus colaboradores, que assim viam o seu descanso interrompido, com as famílias já a protestar. Ninguém sabia bem o que fazer. Afrontar o chefe era uma opção arriscada, principalmente no caso dos conselheiros técnicos em serviço na embaixada, cuja renovação da comissão muito poderia depender do seu parecer.
Um desses diplomatas, casado com uma americana, era a vítima mais regular das chamadas do embaixador. A sua mulher teve então uma ideia. Uma noite o telefone tocou. A voz do embaixador surgiu do outro lado. O diplomata respondeu com um ar ensonado. E, ao lado, ouviu-se o arfar crescente da sua mulher, repetindo: "yes! Yes! YES!". O embaixador pediu desculpa e desligou. Foi remédio santo!
17 comentários:
O embaixador era um homem digno :)
Excelente! Para quando um livrinho com estas estórias todas, caro Embaixador ?
Pois é, o sexo comanda a vida!...
Já não bastava o sedutor Francês e o Sr. Embaixador aparece agora com esta...
Pois, com telefonemas a essas horas, nem... nem saía de cima.
Cromos...
Silva.
V.Exª fez-me lembrar um caso verdadeiro. Quando estudava na Universidade estava lá um contínuo que me facilitava estudar abrindo-me salas. Muito gentil. Um dia diz-me que lhe arranjaram o casamento na sua aldeia. Na noite de núpcias no meio do suspiro a mulher chamou-lhe outro nome.Teve 3 filhos, todos tiraram cursos superiores. Porfim não aguentando aquela continuada ensombração, divorciou-se.
Os filhos só o conheciam quando era para lhe pedir dinheiro.
Falo disto com tristeza porque foi meu amigo e decerto não está cá já.
Cumprimentos
rrrsss rrss
A senhora merece parabéns , realmente!
Esperemos que o remédio tivesse sido de efeito geral!
Bom serão
Sofria as chamadas tardias, mas recebeu a paga! Foi protegido pelo dito embaixador e por isso chegou por sua vez a embaixador antes de muitos colegas! Por vezes vale a pena ser incomodado...
Penso que ainda é possível ter uma "caixa de voz" que guarda as mensagens a responder nas horas de expediente...
Ai diplomacia a quanto obrigas...
Credo, chamar-se-ia a isso estar ininterruptamente de prevenção ou chamada...
Custa-me a crer que mesmo o inconveniente embaixador tenha acreditado,ó...
Convenhamos;
Só um diplomata severamente diplomático se lembraria de atender o telefone numa hora dessas...
Sendo a senhora americana, não terá sido “YEAH”?
“YES” parece ser um “anglicismo” utilizado aí por Lisboa…
antonio pa
Caro opjj: este é um caso verdadeiro, com todos os personagens felizmente vivos
Engraçado, também conheci um chefe de missão que tinha esse hábito, não telefonava para nenhum dos seu pares, telefonava sim, de noite, para os telemóveis das funcionárias dizendo que as queria fotografar em poses escolhidas por ele. Ainda bem que nem todos os VEXAs não são assim.
Caro anónimo das 09:06, o seu comentário fez-me sorrir. Falta de experiência?; A uma senhora americana a coisa sai mesmo como Yes, ou Yessss, nunca Yeah, que é totalmente a despropósito no momento. Mesmo não podendo testar, talvez se pensar um bocado no assunto chegue lá. (ou ver um filme)
Senhor Embaixador concordo com o anónimo de dia 14 de Janeiro às 19h25.
Tem de publicar um livro com alguns episódios da Vida Diplomática.
LBA
Caro anónimo de 15 de Janeiro de 2014 às 10:22: tomei nota da elevada experiência, não sei se apenas fílmica, de V. Exa, auscultando os ruídos lascivos das senhoras da terra do tio Sam. Interessantíssimo o propósito e o despropósito de uns e de outros…
antonio pa
Isto também é "Remédio Santo" para os contribuintes da TV privada "entregarem" dinheiro ao Estado para a produção de filmes que ninguém vê:
"Filomena Serras Pereira diz que operadores de TV por subscrição já "estão a pagar" a taxa anual que permite abrir concursos de apoio à produção."
Alexandre
possivelmente deixou esse em paz mas continuou a chatear os outros colaboradores...
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