Nesta guerra perdida da falta da qualidade do português dito e escrito nos orgãos de comunicação social, há um sub-capítulo reservado às legendagens na tv, uma história interminável de humor involuntário. O último exemplo, num canal por cabo, ontem, traduziu-se "platoon/pelotão" por "Plutão".
O português é uma língua traiçoeira, dizem. Se calhar foi escrito com intenção, para dar mais relevo ao facto, quem sabe! Um Porto-Leixões foi o primeiro jogo de futebol a que assisti, miúdo, nos idos 60 entas. No estádio do Leixões, se a memória não me falha ganhando Porto, por qualquer coisa. O Estádio estava, se não ás moscas, perto. Talvez por isso, ou por os tempos serem outros (hoje parece que o fanatismo, alimentado pelos “media”, ganhou terreno), não houve confusão lá fora. Cada adepto foi para casa, remoer, ou festejar. Na ocasião, eu e meus irmãos (minha irmã não ia ao futebol, “era um desporto de homens”, dizia-se à época e já nas férias, a pobre era quem “gramava” com o peso das rezas, quando íamos para o campo) fomos com um amigo de meu pai (que detestava o “desporto-rei”), que resolveu levar companhia feminina, para nosso espanto: por ser mulher (e portanto estar ali!) e não ser a dele (e, já agora, também por ser – muito – mais nova do que ele). É por essas duas razões, o primeiro jogo a que assisti num Estádio e por causa da “piquena”, que me recordo desse momento. Coisas da vida! P.Rufino
Acabo de ouvir outra igual:"o empate em que este partido saíu vencedor". Lembei-me duma história passada numa aula de Economia Internacional em que perguntei quem conhecia Camus. No meio de um silêncio confrangedor, vejo uma mão que lá atrás se agita. Eu sei Professora, disse o dono da mão. É o Camões em francês, não é? A minha capacidade de encaixe tem limites. E, por isso reagi com alguma fúria. Pelo Camões, pelo Camus e por mim que era obrigada a ouvir alarvidades daquelas. Este jovem - já não tão jovem - dedica-se, hoje, à gestão, área em que tem algum nome. Mas quando me encontra, foge de mim a sete pés. Julgo que, será porque, entretanto, terá aprendido...
6 comentários:
Nesta guerra perdida da falta da qualidade do português dito e escrito nos orgãos de comunicação social, há um sub-capítulo reservado às legendagens na tv, uma história interminável de humor involuntário. O último exemplo, num canal por cabo, ontem, traduziu-se "platoon/pelotão" por "Plutão".
Um leixão nunca vem só.
Nem um guimarão.
Na realidade o título está incorrecto porque na realidade deveria ser:
"Leixões empata com OS Guimarães"
Pelo que vi o Vitória jogou com duas equipas em campo
Nota: Desde que nasci que estou contaminado pela bactéria "Adeptus Leixonensis inveteradus"
O português é uma língua traiçoeira, dizem. Se calhar foi escrito com intenção, para dar mais relevo ao facto, quem sabe!
Um Porto-Leixões foi o primeiro jogo de futebol a que assisti, miúdo, nos idos 60 entas. No estádio do Leixões, se a memória não me falha ganhando Porto, por qualquer coisa. O Estádio estava, se não ás moscas, perto. Talvez por isso, ou por os tempos serem outros (hoje parece que o fanatismo, alimentado pelos “media”, ganhou terreno), não houve confusão lá fora. Cada adepto foi para casa, remoer, ou festejar. Na ocasião, eu e meus irmãos (minha irmã não ia ao futebol, “era um desporto de homens”, dizia-se à época e já nas férias, a pobre era quem “gramava” com o peso das rezas, quando íamos para o campo) fomos com um amigo de meu pai (que detestava o “desporto-rei”), que resolveu levar companhia feminina, para nosso espanto: por ser mulher (e portanto estar ali!) e não ser a dele (e, já agora, também por ser – muito – mais nova do que ele).
É por essas duas razões, o primeiro jogo a que assisti num Estádio e por causa da “piquena”, que me recordo desse momento. Coisas da vida!
P.Rufino
É o único...para além do político, claro!
Acabo de ouvir outra igual:"o empate em que este partido saíu vencedor".
Lembei-me duma história passada numa aula de Economia Internacional em que perguntei quem conhecia Camus. No meio de um silêncio confrangedor, vejo uma mão que lá atrás se agita. Eu sei Professora, disse o dono da mão. É o Camões em francês, não é?
A minha capacidade de encaixe tem limites. E, por isso reagi com alguma fúria. Pelo Camões, pelo Camus e por mim que era obrigada a ouvir alarvidades daquelas.
Este jovem - já não tão jovem - dedica-se, hoje, à gestão, área em que tem algum nome. Mas quando me encontra, foge de mim a sete pés.
Julgo que, será porque, entretanto, terá aprendido...
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