duas ou três coisas
notas pouco diárias de Francisco Seixas da Costa
sexta-feira, outubro 17, 2025
Raízes
quinta-feira, outubro 16, 2025
Gozar ?
Trump vai encontrar Putin na terra de Orbán. Na véspera, o seu alucinado ministro da tropa tinha dado sinais aos atarantados colegas da NATO de que Washington ia endurecer a posição face à Rússia. Até parece que Trump anda a gozar com a malta.
"A Arte da Guerra"
Esta semana, em "A Arte da Guerra", com António Freitas de Sousa, analiso a situação política em França, as propostas de paz de Trump para Médio Oriente e os jogos tarifários entre os EUA e a China, quiçá com a Rússia como efeito colateral.
Pode ver aqui.
quarta-feira, outubro 15, 2025
Ação climática
Foi uma animada mesa-redonda aquela que, ao fim da tarde de hoje, o Clube de Lisboa / Global Challenges organizou no magnífico Museu de Lisboa, no Palácio Pimenta, sobre "A ação climática entre agendas nacionalistas e tensões geopolíticas".
Quem nunca ... ?
Um comboio da CP deixou ficar para trás uma carruagem! E logo houve quem se tivesse mostrado escandalizado. Há gente tão sectária! Perder um elevador na Glória ou uma carruagem no Alentejo não é sinal de incompetência nem de descuido com o material. Vendo bem, pode acontecer a qualquer um...
Chamar os bois...
Se a filosofia do trumpismo fosse expressa na Europa, a imprensa dar-lhe-ia o nome daquilo que ela é: extrema-direita. Em Portugal, tal como no caso do Chega, usam-se para ela prudentes circunlóquios semânticos: populismo, direita "radical" e coisas fofas assim. Será por medo?
terça-feira, outubro 14, 2025
"Olhe que não, olhe que não!"
Hoje, no "24 Horas", foi editado o primeiro programa "Olhe que não, olhe que não!", uma conversa sempre deliberadamente "caótica", entre mim e Jaime Nogueira Pinto. Falámos da geografia das Revoluções em Portugal e de alguns dos seus atores.
Só para lembrar
A quantos aplaudem que os EUA tenham imposto um cessar fogo em Gaza, lembraria que, desde há décadas, a América aceita que Israel incumpra as resoluções da ONU que tentavam proteger os direitos dos palestinos e alimenta a máquina militar que chacinou dezenas de milhares em Gaza.
Crimes de guerra
Uma figura acusada de crimes de guerra não deixa de o ser apenas pelo facto da guerra ter eventualmente acabado ou sido suspensa. Os acusados de Nuremberg não deixaram de ser condenados só porque o conflito terminou. Portugal, subscritor do TPI, deve lembrar isto na Europa.
segunda-feira, outubro 13, 2025
Uma vergonha nacional
Encostadas a uma parede, constato há meses que jazem por ali umas dezenas de máquinas de leitura dos passaportes eletrónicos, novinhas em folha, pelos vistos sem o menor préstimo. Não funcionam, vá-se lá saber porquê. Quanto custaram? Não me digam que foram pagas por fundos europeus...
Ao fundo daquelas imensas filas de gente, lá estão os insuficientes funcionários daquilo a que já se chamou SEF e agora deve ter outro nome qualquer. E, pessoa a pessoa, longos minutos decorrem, até que os tais turistas, ou gente que viaja muito simplesmente para aqui vir trabalhar, serem atendidos. Ou, já agora, nós, portugueses, que pagamos impostos, taxas e somos assim retribuídos no nosso contributo de cidadania.
Hoje foi assim. Depois de acabado o primeiro suplício, o dos passaportes (já tínhamos estado encafuados em autocarros, parados por longos minutos na placa), fomos obrigados, para receberem as malas, a atravessar um corredor longuíssimo, com um fluxo de gente em sentido contrário, o torna tudo muito incómodo. Nada de tapetes rolantes, de ser para ajudar à forma fîsica do pessoal! Depois de descer à sala de recolha de bagagens, tivemos que fazer um outro percurso, agora no sentido oposto. A nossa passadeira era a 13, logo por azar, lá no fundo da sala. Recebida a mala, volta-se outra vez para trás, até finalmente se sair. É a fase da busca de um taxi, na fila das chegadas. É o momento "siciliano" do dia, por razões que me abstenho de desenvolver.
Mas voltemos à questão do controlo dos passaportes. Um amigo, hoje como eu naquele ambiente de infuncionalidade, lembrava-me uma coisa simples: contrariamente a uma urgência hospitalar, que pode ter picos difíceis de prever, o número de pessoas e as horas a que os passageiros chegam a um aeroporto é a coisa mais previsível do mundo. Com antecedência, sabe-se os horários a que os aviões aterram, sabe-se, no essencial, quantas pessoas trazem, é possível conhecer, com forte aproximação, o número de passageiros que, numa determinada manhã ou tarde, se apresentarão às autoridades de fronteira. Então pir que não têm lá gente necessária para tornarem aquilo mais expedito? Desconfio, muito seriamente, que é por pura incompetência dos serviços "competentes". E, já agora, por falta de vergonha e de sentido de responsabilidade por parte quem que dirige aquilo.
domingo, outubro 12, 2025
Carmine
Amália no Carnegie Hall
Foi emocionante ouvir em fundo a voz de Amália Rodrigues a cantar, na memorável noite de ontem, no Carnegie Hall, em Nova Iorque. Parecia que ela estava ali, como há décadas esteve.
sábado, outubro 11, 2025
Diane Keaton
sexta-feira, outubro 10, 2025
Parabéns, Maduro!
Parabéns a Nicolás Maduro! A útilma pessoa que Trump ajudará a subir ao poder na Venezuela é Corina Machado. Que perfídia do Comité Norueguês!
Ó diabo!
Paz
Robert Badinter
quinta-feira, outubro 09, 2025
Nova Iorque, sempre
Desembarquei pela primeira vez em Nova Iorque em dezembro de 1972. Recordo uma cidade gélida, ventosa, com um sol sem calor. Mas tudo tinha então uma imensa graça: os esquilos do Central Park, que nos vinham comer à mão, os porteiros da Park e da 5ª Avenidas, fardados como generais soviéticos, as clássicas nuvens de vapor a sair do asfalto e aquele coro de ambulâncias e carros de bombeiros que ninguém me convence que não fazem parte de uma coreografia de som deliberadamente alimentada para animar o turismo.
França: o jogo presidencial das direitas
Durante meses, contudo, a luta foi intensa dentro do partido. Laurent Vauquiez, que continua a chefiar os deputados do Les Républicains, perdeu a luta interna para Retailleau, uma figura subitamente emergente no olimpo da direita republicana, que se agarra como uma lapa ao Ministério do Interior, uma posto que, em França, é sempre uma interessante rampa de lançamento político.
Oriundo do nacionalismo folclórico de Philippe de Villiers, agora promotor de uma tentativa de referendo sobre a imigração, Retailleau foi o principal "culpado" do falhanço do governo de Sébastien Lecornu, numa arriscada lógica de "destruição criativa", cujo efeito final na opinião pública ainda não é muito evidente.
Para já, deixa claro que o Les Républicains não apoiará uma nova solução governativa titulada por socialistas ou macronistas. Vistas as alternativas possíveis, quase se pode adivinhar que só um seu militante colocado em Matignon o satisfaria.
Para os analistas, isto tem graça. Desconfio que terá menos para os franceses.
Já agora...
Eu sei que é capaz de ser um pouco tarde, mas talvez valesse a pena tentar que o auto-proclamado promotor da paz mundial incluísse no seu currículo de estrondosos êxitos o caso do conflito de Olivença. Não custava nada fazer esse esforço...
quarta-feira, outubro 08, 2025
Catarina de Albuquerque
terça-feira, outubro 07, 2025
segunda-feira, outubro 06, 2025
La France
"Comment voulez-vous gouverner un pays où il existe 258 variétés de fromage ?" De Gaulle tinha razão. Hoje caiu mais um primeiro-ministro francês, este ainda antes de ter sido empossado. Assim se prova que a "genial" demissão da Assembleia Nacional, decidida por Macron em 2024, só juntou o caos à confusão.
Macron testará agora outro nome ou decide-se por fazer uma nova dissolução? Se optar pela primeira "solução", é quase certo que terá de ir buscar alguém mais à esquerda, com Cazeneuve com hipótese mais abrangente ou Faure para esgotar as hipóteses socialistas. Contudo, só por milagre qualquer deles teria hipótese de formar um governo que passe no parlamento.
No caso de uma dissolução parlamentar, parece afastada a possibilidade da esquerda se unir numa renovada "Nouveau Front Populaire". As ambições de Mélenchon quanto à presidenciais de 2027 ("il ne pense qu'à ça!") impedem uma nova união das esquerdas. A prazo, a clarificação política pode vir a favorecer o PSF.
Se acaso houver novas eleições, a possibilidade do Rassemblement National vir a reforçar a sua atual preeminência parlamentar é bastante grande. Nesse cenário, a hipótese de Macron ter de vir a chamar Jordan Bardella para primeiro-ministro é assim muito elevada. A hipótese de vir a recriar-se um "front républicain" para travar o Rassemblement National, que já só foi limitado nas eleições de 2024, já não é plausível nos dias de hoje.
Macron poderia também escolher sacrificar-se e resignar, por falta de soluções e com o estafado argumento de "dar a voz ao povo". Não parece ser esse o seu estilo, tanto mais que ele se considera um líder na Europa, onde de facto o apreciam mais do que no seu país, onde hoje naufraga nas sondagens. A sua autoridade europeia fragilizar-se-á à medida que o descalabro interno da França se acelerar.
Acaba por ser muito triste o percurso político de Macron! Em 2017, parecia ter conseguido fazer a impossível quadratura do círculo - "ni droite, ni gauche" - de quantos, sendo intimamente de direita, acham que o disfarce centrista iludirá eleitores de esquerda. Como sempre, até que um dia o "bluff" se desfaz!
domingo, outubro 05, 2025
Em Vila Real, há 115 anos...
... o rei não apareceu, o jantar não aconteceu mas o menu existiu e sou proprietário de um dos exemplares.
sábado, outubro 04, 2025
sexta-feira, outubro 03, 2025
O Carvalho e o Yom Kippur
Corria o ano de 1973. E nós, cadetes na Escola Prática de Infantaria, relutantes frequentadores do Curso de Oficiais Milicianos, corríamos duas vezes por semana um "cross" pela tapada de Mafra. Cada pelotão era uma trintena de pessoas arrancadas à vida civil, alguns com umas barrigas que, nos dias de hoje, seriam insultosas para o rigor apolíneo de Pete Hegseth. Em muitos casos, tinham curso superior e emprego interrompido, alguns eram casados e com filhos, Mafra era uma escala da vida que quase todos bem dispensariam. Mas por alguma razão é que o serviço militar era obrigatório.
O "cross", com G3 ao ombro, naquelas manhãs frias, era um esforço que, apesar de tudo, durava menos minutos do que aqueles que o nosso cansaço parecia indicar. Mas era um suplício, pelo menos para mim. Alguns "arreavam" e ficavam para trás, a maioria tentava seguir, estóica, o passo do Carvalho. É que se este desconfiasse que estávamos a fingir o cansaço, podia haver como castigo uma recusa de saída do quartel no fim de semana.
Quem era o Carvalho? Era um alferes de carreira, comandante do nosso pelotão. Bastante mais novo do que quase todos nós, tinha a autoridade que lhe era conferida pelos galões (na realidade, só um galão, o de alferes) e, fora disso, aquela que fosse conseguindo impor ao grupo que comandava. Era um tipo simples, algo rural, que foi tendo a inteligência de procurar uma aliança implícita connosco. No pelotão, eu irritava-o bastante, porque mandava muitas graças e, frequentemente, indisciplinava o resto do pessoal. Mas o Carvalho desde cedo que percebeu que era melhor não esticar a corda, não abusar da sua autoridade.
Um dia, contudo, o Carvalho acordou "chicalhão" e dedidiu prolongar o "cross" para além daquilo que era humanamente aceitável. Teve a consciência que estava a exagerar, ria-se e parecia gozar connosco. Não gostei e, sempre em passo de corrida, aproximei-me dele e, em voz baixa, disse-lhe: "Quer ser o meu alferes a acabar com o cross ou acabamos nós?" Não percebeu e perguntou-me o que queria dizer com aquilo. Com as palavras a saírem-me difíceis, pela exaustão, esclareci: "Estamos todos muito cansados. Ou dá ordens para voltarmos ao passo normal ou todos nós paramos, e lá se vai a sua autoridade". Ele entendeu e, segundos depois, deu voz de comando para acabar a corrida e começarmos a andar normalmente. Vi que ficou furioso comigo. Eu não tinha mandato dos meus colegas, mas arrisquei e ganhei. Até ao fim da recruta, o Carvalho nunca mais olhou para mim direito.
Mafra acabou em junho. Em outubro, eu estava no Lumiar a fazer o segundo ciclo de uma especialidade que já me não obrigava a fazer "cross": Ação Psicológica. Por essa altura, o governo de Marcelo Caetano tentou "puxar dos galões" e quis condicionar os americanos no uso da base das Lajes, para ajudarem militarmente Israel, que vivia dias de acosso pela guerra do Yom Kippur. Portugal tinha todo o direito a fazê-lo, à luz do acordo que regia a presença americana na base. Mas os americanos não estiveram com contemplações e, praticamente, disseram a Lisboa: ou o governo português dá autorização formal para o uso das Lajes com aquele propósito ou a força aérea americana utiliza de qualquer forma a base e Lisboa perde a face e a sua autoridade formal. Marcelo Caetano recuou.
Fugindo às malhas da censura e graças a informações oriundas das Necessidades, nessas semanas que foram muito mais tensas do que aquilo que o país soube, os diplomatas que estavam comigo na tropa - o António Franco e o Vasco Bramão Ramos - relataram-nos, nas pausas na parada da Escola Prática de Administração Militar, no Lumiar, os apuros em que o sucessor de Salazar estava, pela pressão de Washington. Confesso que me foi então difícil explicar o sentido de uma curta frase que meti no meio da conversa: "No fundo, o Marcelo Caetano ficou na posição do Carvalho". E lá tive eu de contar a história de Mafra, com apoio de um outro camarada que tinha testemunhado a cena.
Por que me lembrei agora disto? Ora essa! Não é óbvio?
Gaza
A questão de Gaza tem sido, aqui pelas redes sociais, um excelente separador de caráteres. Aprendi bastante sobre pessoas que eu julgava estarem do lado da decência e que, afinal, vieram a revelar que a sua verdadeira natureza era outra. Alguns eram meus amigos. Ao tê-los conhecido melhor, não deixei de ser seu amigo - porque, ao contrário deles, não sou sectário. Apenas me desiludiram.
quinta-feira, outubro 02, 2025
Palestina, Moldova e Brasil
Se tiver meia-hora para nos ouvir, clique aqui. Se não, amigos como dantes.
quarta-feira, outubro 01, 2025
Adeus, "Costa do Sol"!
Neste blogue e em outros lugares, como alguns se lembrarão, escrevi coisas simpáticas sobre o "Costa do Sol", o restaurante do Hotel Aguiar da Pena. Apenas porque era muito justo fazê-lo. Convenci muita gente a passar por lá e nunca - mas nunca! - recebi delas a menor reclamação, antes pelo contrário. O restaurante tinha uma constância, uma auto-exigência de qualidade e uma relação satisfação/preço muito raras de encontrar. E a bela vista que a fotografia mostra.
Há dois dias, um amigo avisou-me: "O Costa do Sol vai fechar". Tinha passado por lá em agosto e nada presentira. Agora, confirmei a notícia. Era verdade! Algum cansaço da equipa familiar, que também gere o hotel, crescentes dificuldades em garantir pessoal com estabilidade e outras razões ponderosas terão conduzido à decisão. Hoje, dia 1 de outubro, o "Costa do Sol" encerrou.
Deixo um abraço ao meu amigo António Machado, ao seu filho Pedro e a toda a família. E também o meu sincero agradecimento por toda a simpatia e extremo profissionalismo com que ali sempre fui acolhido. Quando, de futuro, estiver a comer um lombelo, seja lá onde for!, lembrar-me-ei sempre daqueles que comia no "Costa do Sol" e que, para mim, passaram a ser um "benchmark".
Unanimidade
A dificuldade de chegar a certas decisões, nas relações externas da UE, suscita em alguns a ideia de usar maiorias qualificadas para ultrapassar a exigência da unanimidade. Lembro apenas que foi graças a essa mesma unanimidade que Portugal conseguiu manter Timor-Leste na agenda europeia.
Deco
Sou associado da Deco Proteste há muitos anos. Em outros países onde vivi, fui sócio de entidades similares, que me protegiam como consumidor.
terça-feira, setembro 30, 2025
Moldova
A Moldova apresenta os requisitos básicos para poder integrar a UE, como o seu eleitorado mostra desejar. Idêntica legitimidade teria aliás uma decisão em sentido contrário, se acaso essa tivesse sido a vontade dos moldavos. Uma decisão popular não é má só porque agrada a Moscovo.
segunda-feira, setembro 29, 2025
Imigração
Um país tem o direito de definir o modo como se processa a entrada e estada de estrangeiros no seu território. As únicas limitações a esse direito são os compromissos que tiver entretanto assumido no plano bilateral e aquilo a que livremente se vinculou na ordem multilateral.
Bloqueio
Que critério sigo para bloquear alguém nas redes sociais? Não, não são as ideias dessa pessoa, por mais extremistas que elas sejam. É exclusivamente a urbanidade na forma de se expressar. Não gosto de ter em minha "casa" gente mal educada e grosseira, que não sabe estar com os outros.
Trump e Israel
Olhando o comportamento de Trump, desde o início do seu primeiro mandato, parece claro que Israel é o único tema internacional em que ele sente não ter as mãos completamente livres. O lóbi interno nos EUA impede-o de constranger Netanyahu. E este sabe disso.
Repetir
Repito isto tantas as vezes quantas seja necessário, até entrar na cabeça de alguns: a única exigência absoluta para um estrangeiro que queira viver em Portugal é a observância estrita das leis do nosso país. O resto é racismo, xenofobia e intolerância.
Cultura de tuk tuk
Os taxistas bem dispostos podem ser uns exagerados, mas, a grande distância, são preferíveis aos outros, macambúzios e mal-encarados. Porém, às vezes, tenho-me perguntado: se eu fosse taxista, com que estado de espírito chegaria ao fim de um dia de trânsito em Lisboa?
Religiões
A deriva ultra-conservadora que atravessa os EUA, marcada por uma cada vez maior influência religiosa, começa a diluir a fronteira que protege a laicidade do Estado. Se for passada esta linha, a América cairá num modelo de sociedade similar ao islâmico, só que em versão cristã.
domingo, setembro 28, 2025
Obséquio
Há dias, esse extraordinário divulgador da língua portuguesa que se chama Marco Neves falou, num vídeo, na palavra "obséquio", referindo que ela quase caiu em desuso em Portugal. (Escrevi-lhe a lembrar que, no Brasil, ela subsiste mais do que por cá).
Ora o tal cavalheiro que oficiava no "Chá da Lapa", nos seus modos educados, usava com frequência a expressão "Por obséquio". O meu pai, que apreciava esses modos, nunca tendo inquirido o nome do senhor, passou a referir-se ao local como o "obséquio", sugerindo: "E se fôssemos lanchar ao 'Obséquio'?"
Elogio dos blogues
Frequentemente, perguntam-me: "Ainda escreves o teu blogue?" Quase sempre, respondo: "Por que não vais ver?" Alguns interlocutores ficam atrapalhados, quase todos acrescentam: "Há muito que não leio blogues", ou mesmo um definitivo: "Deixei de ler blogues".
sábado, setembro 27, 2025
sexta-feira, setembro 26, 2025
Dilema
A condenação de Nicolas Sarkozy levanta um problema à direita francesa: defender abertamente o antigo presidente, arguindo com um exagero da medida, será colocar-se em contraciclo com uma opinião pública que anseia por punir a corrupção e vê nos (ex) "poderosos" um alvo legítimo.
Libé
Orelhas de aço
quinta-feira, setembro 25, 2025
Sarkozy
Native
quarta-feira, setembro 24, 2025
A empreitada
Há bem mais de meio século, com o salário do meu primeiro emprego, escolhi os EUA como destino de férias. As torres gémeas estavam então em construção. Muitos anos depois, eu vivia em Nova Iorque quando elas caíram. Conheço razoavelmente alguma América (embora muito menos do que gostaria), interessei-me sempre bastante pela sua vida política, admiro-lhe a música, os filmes, as artes, a literatura, a fabulosa cultura das suas universidades. Tenho amigos americanos, gente sofisticada e cosmopolita. Nos dias de hoje, sinto alguma pena por eles, pelo período que o seu país está a atravessar. Sei do seu desgosto de ver a liderança americana abastardada a este nível, sem vergonha e convertida num ridículo perante um mundo que, às vezes, só não se ri dela por receio, e já não por respeito.
Laptop
Já não me lembro de quando comprei o meu primeiro laptop. Mas recordo-me muito bem de que, à saída de Nova York, há mais de vinte anos, investi num Toshiba, bem caro, que era então considerado um topo de gama. Hoje, ele jaz numa estante em Vila Real. A sua capacidade é ínfima e não serve rigorosamente para nada. Como não servem outros dois ou três laptops que entretanto, com os anos, fui deixando de parte e nem sei bem onde estão. Resumindo: deixei, por completo, de usar laptops - curiosamente o género de computador que, fora dos escritórios, creio ser o mais utilizado no mundo. Mas não, em definitivo, por mim.
Claudia
terça-feira, setembro 23, 2025
Santos de casa
Protagonismo
É talvez efeito de uma reiterada sugestão coreográfica, mas tenho a crescente sensação de que Ursula von der Leyen ganhou, em definitivo, a "guerra" não declarada de preeminência (mas também de proeminência) entre a Comissão e o Conselho de Ministros da UE. Por mim, acho péssimo.
Palestina
Houve várias coisas interessantes no movimento europeu (e "likeminded") para o reconhecimento da Palestina. A iniciativa de Macron, num país onde a comunidade judaica tem grande peso e onde a velha chantagem do anti-semitismo se mantém viva, foi determinante.
Com um partido que, num passado não muito longínquo, foi atravessado por acusações de anti-judaísmo, precisamente ligadas a uma liderança de sentido oposto, Keir Starmer foi corajoso. Ironicamente, fechou um ciclo centenário, aberto pela Declaração Balfour.
Rangel supreendeu pela positiva. Mostrou determinação perante um PM que, ao contrário dos seus homólogos estrangeiros, se escondeu atrás do MNE e teve de engolir a humilhação de ver o seu parceiro de governo puxar o tapete à coligação. Montenegro não desilude: é igual a si mesmo.
Ninguém ?
Com tantos amigos no mundo do "jet set", por que será que não saltou, até agora, o nome de nenhum "socialite" português amigo de Jeffrey Epstein?
Um para o outro
Admito que o defeito possa ser meu, mas não consigo integrar o coro dos que exultam com o discurso do edil de Oeiras sobre o líder da extrema-direita parlamentar.
segunda-feira, setembro 22, 2025
Diga palestino
Como se designa em inglês um habitante da Jordânia? "Jordanian". E em português? "Jordano". Ninguém diz "jordaniano", pois não? Então por que diabo (salvo por seguidismo da forma inglesa ou francesa) alguns dizem "palestiniano"? Deve dizer-se palestino e Autoridade Palestina.
Comentários
Reconhecimento
O governo português tomou a decisão correta de reconhecer o Estado da Palestina, como resposta moral à crescente e bárbara agressão de Israel ao povo palestino, em Gaza e na Cisjordânia. É uma óbvia - mas expectável - palermice dizer-se que esta atitude favorece o terrorismo.
domingo, setembro 21, 2025
Palestina
sábado, setembro 20, 2025
Liberdade
Há muitos anos, ao tempo em que eu estava como embaixador junto das Nações Unidas, Jorge Sampaio disse-me ter curiosidade em visitar o "The New York Times", no quadro de uma deslocação oficial que ia fazer a Nova Iorque.
Raízes
Há muitos anos, constou que um livro de História tinha sido recolhido das livrarias pela Pide. Muitos se devem ter perguntado sobre se seri...
