terça-feira, julho 25, 2017

Glória ou punição

Uma empresária portuguesa decidiu, por sua conta e risco, consultando fontes várias, e por desconfiar das versões oficiais, fazer uma contabilidade própria dos mortos do incêndio de Pedrógão. 

Até aqui, tudo bem. Nesse seu esforço, a senhora chegou à conclusão de que há bastantes mais mortos do que aqueles que as autoridades apresentaram. E um jornal divulgou as suas conclusões. Devastadoras, para os números divulgados pelas entidades forenses. 

Restam assim duas hipóteses.

Conclui-se que a senhora tem razão, que as autoridades nos iludiram e devem ser crucificadas publicamente por esse seu ludíbrio, com consequências, políticas e outras. Atento o papel notável representado pela senhora, deixo desde já aqui um apelo para que o chefe do Estado lhe imponha uma condecoração, como agradecimento do país por esta meritória contribuição cívica. Devemos concluir que se trata de uma heroína da transparência democrática.

A segunda hipótese é a senhora não ter razão. Se se verificar que os dados que apresentou são objetivamente falsos, que as acusações que fez ao Estado foram infundadas, que o dolo que imputou às autoridades, afetando o seu prestígio e credibilidade, era uma falsa imputação e que a transmissão do assunto à imprensa foi um ato de irresponsabilidade, então, nesse caso, a senhora deve ser levada à Justiça, para ser devidamente punida.

Não há uma terceira via. As coisas, neste domínio, nunca foram tão simples: glória ou punição.

15 comentários:

Anónimo disse...

O sujeito da sua história moralizante está, como está farto de saber, obviamente engatado. O sujeito não é "a empresária portuguesa" mas antes vários "jornalistas portugueses", do Expresso, SIC e TVI, entre eles Judite Sousa ou Bernardo Ferrão, que escrevia contra as redes sociais.

Mas medíocres nas chefias e nos lugares de topo do jornalismo português temos há tantos anos. Valerá a pena crucificar estes, taditos?

carvalheiro disse...

Srº Embaixador

Se se prenuncia sobre uma empresária , porque não se prenuncia sobre outros aspectos ?!

- Como por exemplo como e quando é feita a nomeação de cargos para a protecção civil e a responsabilidade inerente aos cargos.

. Qual o País no mundo que teve nos últimos 100 anos um acontecimento destes ( o Canada evacua 80 mil pessoas )

- Em 2005 o que foi feito ao relatório das florestas apresentado por especialistas ?! A opção após esse relatório , foi no combate ou na prevenção ?!

- Que proposta faz para o País ? O Srº Embaixador assim como outras pessoas que podem exercer pressão parar que algo se altere neste País ?

A morte de cidadãos é uma questão partidária ?????????????????

E para quem não entende uma "lista" : explico , algo que faz parte do senso comum : quem não fizer parte dessa lista, a família , não terá apoio algum.



Fernando Martins disse...

Vamos imaginar que há não 64 mas 66 mortos - quem fica mal nesta hipótese? E alguém morto atropelado, a fugir do incêndio, deve ou não ser contabilizado? Recordo que os suicidas da Torres Gémeas, do 9/11, assim foram...

Anónimo disse...

Notícias da silly season:
-0 Presidente anuncia que irá meter juízes na prisão, e fá-lo, na Venezuela mas ainda não em Portugal;
- Portugal, país do futebol e do fado reconcilia-se consigo mesmo e reencontra a sua vocação trágica: é que não se fala de outra coisa mesmo sem abrir a televisão;
- Angela Merkel vai discretamente de férias, confortada com as sondagens;
- Montenegro, o sonso, vai também de férias, para sempre da
Iderança parlamentar, sem se saber bem porquê;
- A Câmara do Porto dará benefícios fiscais a jovens que se instalarem no centro, mas não a de Lisboa;
- O Facebook, mergulhado em plena silly season não tem nada para dizer, Teresa Leal Coelho também nào;
- A Catalunha quer ser independente em Outubro;
- Macron hesita em ser um Sarkozy II e avançar, contra os sindicatos, com reformas sociais.
- Não há água em Roma.

Anónimo disse...

O seu texto assenta na premissa de que o jornalista é apenas o mensageiro. Não é . O jornalista tem uma "arma". Se lhe fornecem a "bala" e lhe apontam o "alvo", não me parece que a desculpa habitual ( « não fui eu quem fabricou a bala....» ) possa continuar a passar sem critica. Este seu post não contribui para esse escrutínio.

MRocha

Anónimo disse...

Carvalheiro diz que

«E para quem não entende uma "lista" : explico , algo que faz parte do senso comum : quem não fizer parte dessa lista, a família , não terá apoio algum.»

Acho que Carvalheiro é que não percebeu a parte de que na lista e a receber apoio devem estar os que devem estar e receber apoio os que devem receber apoio e não aqueles que a comunicação social e o PSD e CDS acrescentaram durante quatro dias tirados de de uma lista feita sobre boatos para retirar dividendos eleitorais.



Luís Lavoura disse...

Acho este post ridículo. Então uma pessoa, qualquer merda que faça, merece a ou a glória ou a punição?
Aquilo que a senhora "empresária" fez tem uma relevância social negligível e não merece nem glõria nem punição.
É como contar as vítimas de um determinado desastre rodoviário, digamos, um choque em cadeia na autoestrada. O que interessa saber exatamente se um determinado choque em cadeia provocou 15 ou 20 mortos? Não interessa nada! A única coisa que interessa é saber se, estatisticamente, quantas pessoas morrem em desastres rodoviários num ano; o número de vítimas de um desastre individual não interessa pevas (a não ser, claro, para as vítimas individuais, mas isso não é um caso de relevância social).

Anónimo disse...

Ele é a especulação do costume nas mentes marxistas: é a dialética em todo o seu esplendor num país da EU.
São as mentalidades que não conseguiram adaptar-se ao mundo novo.
Ainda há tanto a fazer para que deixe de ser assim.

Anónimo disse...

"Se se verificar que os dados que apresentou são objetivamente falsos, que as acusações que fez ao Estado foram infundadas que o dolo que imputou às autoridades, afetando o seu prestígio e credibilidade, era uma falsa imputação e que a transmissão do assunto à imprensa foi um ato de irresponsabilidade, então, nesse caso, a senhora deve ser levada à Justiça, para ser devidamente punida."

Quando li esta frase achei que estava a ler um comunicado do tempo do Estado Novo. Ai coitadinho do Estado!!! A ser acusado, pobrezito que é pessoa de tanto bem como todos sabemos. Até porque é mesmo a iniciativa da senhora empresária que vai enxovalhar a credibilidade de um Estado Falhado. Que graça!

Ainda estou a tentar perceber que crime teria a senhora cometido para merecer a punição...

A JOGATANA disse...

Os cidadãos morrem, como se fosse numa guerra, em autêntico combate, com declarada incompetência dos responsáveis,e o primeiro ministro nem ao trabalho se dá nem para interromper as suas "merecidas" férias?

Manhosos, a esquerda foi sempre a manhosa que espetou facas pelas costas, nas costas do Zé povinho.

Sempre a tentarem "passar" sem se molhar.

Cambada!





Anónimo disse...

Repito, que o pessoal vem ao engano:

O sujeito da história moralizante do embaixador está óbvia e propositadamente engatado.

O sujeito não é "a empresária portuguesa" mas antes vários "jornalistas portugueses", do Expresso, SIC e TVI, entre eles Judite Sousa ou Bernardo Ferrão, que escrevia contra as redes sociais.

A Punição é merecida mas os jornalistas não as receberão. Quem promoveu um Ricardo Costa, uma Judite Sousa ou um Bernardo Ferrão não foi pelas competências e rigor profissionais.

No tempo de Sócrates, Judite andou entrevistando banqueiros em série sem se aperceber de que conspiravam. Agora, depois de se fazer filmar com cadáveres em fundo, lá entrevistou a empresária.

Bernardo Ferrão em tempos perseguiu Sócrates com questões, mas depois esqueceu-se de andar atrás de Cavaco por causa das acções da SLN ou da Praia da Coelha. Agora mandou-se às redes sociais que criticavam os jornalistas por causa do aproveitamento da manchete deturpada do Expresso.

Ricardo Costa? Manda só na estação que desde 2015 diariamente só agenda contra o Governo, tendo nestes quatro dias usado e abusado das acusações a questão das listas.





Anónimo disse...

Numa entrevista dada a um jornal britânico, salvo erro "the Guardian", o primeiro Ministro grego afirmou que se a Grécia saisse da EU teria de ir habitar outra galáxia. Preparem as bagagens para que se os governos portugueses não conseguirem efectuar as reformas necessárias embarcarmos para outra galáxica. Isto para aqueles que não querem ser europeus.

Unknown disse...

Senhor Embaixador.não posso deixar de expressar o meu nojo e estou a medir bem a palavra, por essa "cáfila" de abutres que com um cartão de """""jornalista""""" ao pescoço, deambulam em busca de cadáveres, na desgraça colectiva que são os nossos incêndios florestais. As imagens que passam nos nossos telejornais, são degradantes , desgraçadamente degradantes com quem sonhou com a liberdade da imprensa, no tempo maravilhoso de todas as utopias. Lá andam eles numa correria, atrás de tudo o que cheire a desgraça e a desgraçados para cumprir as ordens que lhe sopram das "régies". Há imagens em que os "repórteres" são mais que os bombeiros . Claramente aquela "gente" está ali a mais e interferem negativamente no comando e nos aspectos operacionais dos homens,que sem serem estrelas de TV se chamuscam em prol da comunidade. O Sr embaixador imagina um comandante de linha aérea com uma emergência a bordo na multiplicidade de tarefas e decisões que tem de realizar para conseguir uma "safe landing" com 4 "indígenas" destes de microfone e câmara aguçada dentro do cockpit?

José Lopes disse...


Tudo nesta história é ridículo, e ainda estou para perceber como foi possível a "senhora empresária" ser levada a sério. Um jornalismo execrável.
Agora levar a senhora à justiça não lembra ao careca, como dizia o outro.

Reaça disse...

Agora que já aparecem nomes de vítimas identificadas da "guerra" dos incêndios, que não venham a ficar para a história como uns simples "soldados desconhecidos", que é o que pretende o chefe da geringonça.

E que sem eucaliptos para pasta de papel, que o nome das vítimas fique gravado nas pedras das serras nuas para memória de filhos e netos, que os avós já fizeram merda demais.

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